terça-feira, fevereiro 16, 2010

24918

Sem ilhas, sem suporte ou direção
Vasculho este oceano e nele vejo
Aquém do que deveras foi desejo
O medo de naufrágio e solidão.
Assisto da verdade o velho não
E nele o que talvez já não prevejo
O fim de um sonho audaz que num lampejo
Causou dentro de nós a podridão.
Ascende-se à loucura enquanto teimo
Nas ânsias desta frágua já me queimo
E deixo para trás qualquer sinal
Que possa te trazer ao meu encalço
Andando pela vida, em fundo falso
Vendendo a fantasia colossal.