terça-feira, fevereiro 16, 2010

24910

Nem mesmo da ilusão ora prescindo
Tampouco quero a luz em falso brilho
Se tudo o que encontrasse, empecilho
Não quero o que deveras se fez lindo

E quanto ao mar dos sonhos, tosco e infindo
Um velho navegante ou andarilho
Que sabe muito bem quando palmilho
Estrela tão esparsa reluzindo

Aonde se fizera qualquer trama
Por mais que a realidade em vão reclama
O sonho se tornou ancoradouro

Do arcaico e desdentado sonetista
E tudo o que viver já não assista
Sequer o que pensara ser tesouro.