terça-feira, fevereiro 16, 2010

24889

Um deus que é tantas vezes tão medonho,
Arcaica fantasia em ar sombrio
Que ao mesmo tempo mato e até recrio
Enquanto em voz altiva recomponho
O rumo pelo qual ando tristonho
E bebo em temporal etéreo frio
No torvo amanhecer, um ar esguio
E o bêbado luar morre bisonho.
Astuciosamente a insensatez
Devora com terrível fome e gula,
Enquanto a morte chega e mesmo adula
Quem nela e só por ela se desfez
Assisto ao derrocar desta quimera
Na sôfrega ilusão que assim se esmera.