DA BUCHADA DE BODE OU COMO OBTER UMA INDIGESTÃO ESTOMACAL
Naquela madrugada de segunda feira, o anestesista GERALDO acordou com uma terrível indisposição estomacal.
Também quem mandar comer tanta buchada de bode?
O estomago sensível daquele médico do interior paulista, acostumado a comidas mais suaves nos restaurantes mais renomados da paulicéia não iam se dar bem mesmo com aquelas comidas estranhas.
Tudo bem que era por uma boa causa, ele queria crescer na empresa e isso era uma forma de se tornar mais conhecido, e a eleição para uma nova Direção estava se aproximando...
Outro dia tivera que engolir, meio que obrigado, um acarajé; suara frio, mas agora a buchada de bode tinha dado “bode” e, o Doutor começara, desde que abandonara a profissão médica, para entrar na companhia, a perceber o preço que se paga para “crescer” dentro dessa empresa.
Lembrara que, ao começar a carreira na empresa, na juventude, gostava muito do poder instituído à época, inclusive mandara uma carta de apoio ao Comandante Medindose, com sentido de prestigiar a forma com que esse comandava o Conglomerado, posto ao qual, Geraldo agora almejava.
Lembrara-se de que, ao sair do interior, se associara ao prestigiado Dr. Almário Tumbas, tido como homem sério, mas com fatos tenebrosos na sua biografia; mas de melhor aceitação que Paulo Malfu, velha raposa conhecida pela preferir robalo como pièce de resistence, nos banquetes ofertados pela empresa.
A associação com Dr. Tumbas dera resultado, e Dr. Geraldo conseguiu ser eleito vice-presidente da filial paulista, o que já era um feito enorme para o doutor tímido e meio atabalhoado.
Desde essa época, o seu paladar foi se modificando, devido à convivência com o presidente nacional do conglomerado Dr. Ferrando, homem loquaz e sem muitos escrúpulos, por isso mesmo, extremamente bem aceito pela elite paulista, que adora qualquer falastrão mesmo que sem embasamento.
A figura artificial de tal homem, assustava por um lado e atraia por outro o anestesista interiorano.
Aprendera entre outras coisas a freqüentar as revistas elitistas como Faces, programas de cunho “informativo” como o do Amaury Netto, trazendo em si, cada vez mais forte, o sentimento de PODER.
A picada da mosca azul se tornou mais forte quando, ancorado na administração de Tumbas e devido à morte deste, venceu a eleição para a maior filial do país, a de São Paulo.
Havia, na mesma empresa, um homem chamado José Morros, um sujeito hermético, sisudo que, depois de ter sido convencido por si mesmo, e com o aplauso de uma claque da aluguel, tentou vender a imagem de competência, embora a maior parte dos clientes dessa empresa, não se deixou ludibriar.
Pois bem, nesse ano, haveria eleição para a presidência, e o primeiro obstáculo já tinha sido vencido, vencera José Morros, e se achava fortalecido.
Mal sabia ele que, sua vitória não tinha sido vista com bons olhos nem pelo Dr. Ferrando, nem pelo presidente da filial mineira Dr. Idécio Neves, conhecido baladeiro das noites cariocas.
Pois bem, agora estava começando a sua campanha e já tinha que encarar essa maldita buchada de bode.
A barriga doía e roncava, num ronco assustador que nem o seu acupunturista de fé, Dr. Mijarofora, poderia ajudar.
Aliás, essa história tinha dado pano para manga, o fato de ter colocado anúncios da empresa num periódico do seu amigo Mijaro, tinha sido explorado pela turma daquele outro candidato, o Dr. Polvo.
Também tinha tido um enrosco com Dona Juju, sua esposa, que; segundo consta, tinha tido uns bafafás por causa de umas peças de roupa que apareceram no closet da casa sem que Geraldo soubesse...
Olhou para a mulher e, recriminando-a disse: “Até tu, Bruta?”.
Mas foi só, essa aconselhada pelo seu guru, Mário Chupita, se aquietou e entregou algumas dezenas das algumas centenas com que fora presenteada.
A porta do banheiro estava entreaberta, esperando o resultado, segundo dizem da administração de Geraldo à frente da filial paulista.
Resultado doloroso esse...
Geraldo olhou para o lado, viu Juju dormindo e, não se sabe bem porque sentiu uma saudade danada dos tempos de anestesista...
Pelo menos àquela época não tinha que ouvir nenhuma reclamação, pelo menos enquanto o paciente estava anestesiado e nem tinha que comer buchada de bode e, muito menos Acarajé...
Também quem mandar comer tanta buchada de bode?
O estomago sensível daquele médico do interior paulista, acostumado a comidas mais suaves nos restaurantes mais renomados da paulicéia não iam se dar bem mesmo com aquelas comidas estranhas.
Tudo bem que era por uma boa causa, ele queria crescer na empresa e isso era uma forma de se tornar mais conhecido, e a eleição para uma nova Direção estava se aproximando...
Outro dia tivera que engolir, meio que obrigado, um acarajé; suara frio, mas agora a buchada de bode tinha dado “bode” e, o Doutor começara, desde que abandonara a profissão médica, para entrar na companhia, a perceber o preço que se paga para “crescer” dentro dessa empresa.
Lembrara que, ao começar a carreira na empresa, na juventude, gostava muito do poder instituído à época, inclusive mandara uma carta de apoio ao Comandante Medindose, com sentido de prestigiar a forma com que esse comandava o Conglomerado, posto ao qual, Geraldo agora almejava.
Lembrara-se de que, ao sair do interior, se associara ao prestigiado Dr. Almário Tumbas, tido como homem sério, mas com fatos tenebrosos na sua biografia; mas de melhor aceitação que Paulo Malfu, velha raposa conhecida pela preferir robalo como pièce de resistence, nos banquetes ofertados pela empresa.
A associação com Dr. Tumbas dera resultado, e Dr. Geraldo conseguiu ser eleito vice-presidente da filial paulista, o que já era um feito enorme para o doutor tímido e meio atabalhoado.
Desde essa época, o seu paladar foi se modificando, devido à convivência com o presidente nacional do conglomerado Dr. Ferrando, homem loquaz e sem muitos escrúpulos, por isso mesmo, extremamente bem aceito pela elite paulista, que adora qualquer falastrão mesmo que sem embasamento.
A figura artificial de tal homem, assustava por um lado e atraia por outro o anestesista interiorano.
Aprendera entre outras coisas a freqüentar as revistas elitistas como Faces, programas de cunho “informativo” como o do Amaury Netto, trazendo em si, cada vez mais forte, o sentimento de PODER.
A picada da mosca azul se tornou mais forte quando, ancorado na administração de Tumbas e devido à morte deste, venceu a eleição para a maior filial do país, a de São Paulo.
Havia, na mesma empresa, um homem chamado José Morros, um sujeito hermético, sisudo que, depois de ter sido convencido por si mesmo, e com o aplauso de uma claque da aluguel, tentou vender a imagem de competência, embora a maior parte dos clientes dessa empresa, não se deixou ludibriar.
Pois bem, nesse ano, haveria eleição para a presidência, e o primeiro obstáculo já tinha sido vencido, vencera José Morros, e se achava fortalecido.
Mal sabia ele que, sua vitória não tinha sido vista com bons olhos nem pelo Dr. Ferrando, nem pelo presidente da filial mineira Dr. Idécio Neves, conhecido baladeiro das noites cariocas.
Pois bem, agora estava começando a sua campanha e já tinha que encarar essa maldita buchada de bode.
A barriga doía e roncava, num ronco assustador que nem o seu acupunturista de fé, Dr. Mijarofora, poderia ajudar.
Aliás, essa história tinha dado pano para manga, o fato de ter colocado anúncios da empresa num periódico do seu amigo Mijaro, tinha sido explorado pela turma daquele outro candidato, o Dr. Polvo.
Também tinha tido um enrosco com Dona Juju, sua esposa, que; segundo consta, tinha tido uns bafafás por causa de umas peças de roupa que apareceram no closet da casa sem que Geraldo soubesse...
Olhou para a mulher e, recriminando-a disse: “Até tu, Bruta?”.
Mas foi só, essa aconselhada pelo seu guru, Mário Chupita, se aquietou e entregou algumas dezenas das algumas centenas com que fora presenteada.
A porta do banheiro estava entreaberta, esperando o resultado, segundo dizem da administração de Geraldo à frente da filial paulista.
Resultado doloroso esse...
Geraldo olhou para o lado, viu Juju dormindo e, não se sabe bem porque sentiu uma saudade danada dos tempos de anestesista...
Pelo menos àquela época não tinha que ouvir nenhuma reclamação, pelo menos enquanto o paciente estava anestesiado e nem tinha que comer buchada de bode e, muito menos Acarajé...
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