quarta-feira, maio 17, 2006

QUERO FALAR DESSE AMOR

Quero falar desse amor
Que me traz felicidade
Andar por essa cidade
Com a promessa de vida
Que me trouxe a despedida
De quem fora sofredor
Quero falar de você
Minha flor e bem querer
Quero saber de tristeza
Correndo longe da mesa
Onde se encontra querida
A boca mais decidida
A doce boca da vida
Que traduz tanto prazer,
O prazer ter conhecido,
Nas curvas dessa invernada
Nesse canto adormecido
Não esperando mais nada
A não ser tanta tristeza
Que essa vida, sem beleza,
Reservara-me por fim
Achava já fim de história
Mas puxando na memória
Bem que eu podia sonhar
Por tanto já ter penado
Coração mais machucado
Procurava se curar;
Cuidando tanta ferida
Coleciona despedida
E nada mais pra tentar
Tentar ser feliz na vida
Cantar o canto sereno
Esquecendo-me o veneno
Que pega corta e me irrita
Preso por essa guarita
Que tanto dói e nem grita
Que me corta qual bauxita
Sangrando esse sofredor
Que nessa sofreguidão
Agasalha o coração,
Preso por essa porteira
Que trava na vida inteira
Sacode tanta bandeira
Tenta ser a verdadeira
Luz que ilumina na vida.
Cansado de despedida
A mão corta, essa ferida
Nunca cicatrizará,
Engano meu, minha sorte,
Pra quem pensava na morte
Como mais forte alegria
Saber que agora já posso
Passar as mãos onde roço
O rosto dessa mulher
Que me trouxe a alvorada
Que rompeu a madrugada
De quem não sonhava mais
Trouxe, com seus madrigais,
A magia da esperança
De poder voltar criança
E de novo recordar
O que já fora ilusão
E a vida fez mais sortida
Resto de vida na vida
Ponto de interrogação
Mas a sorte me sorrindo
Disse-me, nada me imita,
E já na noite vem vindo
Trazendo a manhã bonita
Nos olhos, vida parindo.
Já sinto vir e vem vindo
Cheiro de fruta que agita
O pomar nunca se imita
No gosto de minha Rita!