quarta-feira, maio 17, 2006

DE TELEVISORES E DE BOLSA FAMÍLIA



Membros do PCC receberam 60 TVs de tela plana na cadeia
Presos do PCC receberam em suas celas, em diferentes presídios de São Paulo, em plena crise, 60 aparelhos de tevê, tela plana, via Sedex. Os criminosos compraram à vista nas Casas Bahia com o objetivo de assistir à Copa do Mundo.
Godofredo Bittencourt Filho, diretor do Deic, deu essa informação ontem, segunda feira, dia 15, a cerca de cem empresários que foram ouvi-lo na Fiesp. Ele chegou de helicóptero e foi lá, segundo um dos participantes, tranqüilizar os empresários. Godofredo foi muito aplaudido, porque, segundo essa fonte, demonstrou “sinceridade e honestidade”.
Um empresário também presente, e que não quis se identificar, ficou “muito preocupado” porque só ali se tratou da eventual possibilidade de a policia e as operadoras de telefone fazerem um acordo para que, de forma eficaz, as operadoras possam bloquear as ligações para as áreas em que ficam os presídios. A Fiesp se dispôs a promover futuramente esse encontro entre autoridades e operadoras para estudar o assunto. “Pensei que isso já estivesse resolvido”, disse esse empresário presente à reunião.
Segundo a outra fonte, Godofredo foi muito fiel aos fatos, fez um relatório minucioso e demonstrou que a situação estava sob controle. Depois dos aplausos, foi embora de helicóptero.
Fonte: Conversa Afiada (Paulo Henrique Amorim)

Qua, 17 Mai - 11h31 IBGE identifica 14 milhões de brasileiros famintos
Agência Estado
Cerca de 14 milhões de brasileiros, 7,7% da população total, vivem em domicílios caracterizados por um "estado de insegurança alimentar grave", o que significa dizer que convivem com o fantasma da fome "quase todos os dias", "alguns dias" ou "um ou dois dias" por mês. São pessoas que não têm acesso a alimentos em quantidade ou qualidade adequadas e que temem sofrer restrições ainda maiores no futuro.
Os estados do Norte e do Nordeste lideram a trágica estatística, com mais da metade da população vivendo em um ambiente onde a quantidade de alimentos disponível para a família é insuficiente para garantir a sobrevivência em condições dignas. O Maranhão, com 18% dos domicílios em situação de "insegurança alimentar grave", lidera o ranking da fome, seguido de perto por Roraima (15,8%) e Paraíba (15,1%)...
...A pesquisa foi feita pelo IBGE, com apoio do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, e pela primeira vez utiliza em escala nacional a chamada Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA), uma metodologia que permite identificar famílias em diferentes níveis de risco alimentar...
...O grau de insegurança alimentar varia não apenas em relação à distribuição geográfica das famílias, mas também em função da faixa etária dos seus integrantes. Nesse aspecto, a situação se revela mais grave para as crianças com até 4 anos de idade, com uma em cada dez crianças convivendo em um ambiente de insegurança alimentar grave, índice duas vezes maior para aqueles com mais de 65 anos.
Os números do IBGE revelam ainda que 17% das crianças com até 5 anos residentes nas Regiões Norte e Nordeste vivem em condições de insegurança alimentar grave, ante 5,3% nas Regiões Sul e Sudeste e 5,7% nos Estados do Centro-Oeste. A metodologia utilizada pelo IBGE considera em situação de segurança alimentar pessoas ou famílias que não sofrem restrições na quantidade ou na qualidade dos alimentos e não temem qualquer mudança deste cenário. Por outro lado, a insegurança alimentar é percebida em níveis que variam desde a preocupação de que o alimento acabe antes que haja dinheiro para a reposição até chegar ao ponto mais grave, em que a família passa a sofrer restrição na disponibilidade de alimentos...
O porque de ter selecionado estes dois artigos hohje, parece meio óbvio, mas é sempre salutar discorrer sobre idéias e parâmetros diferentes e termos uma idéia do que está ocorrendo e do que pode acontecer nesse nosso país.

A reportagem colocada pelo Estado de São Paulo demonstra uma realidade da qual não podemos escapar: A FOME NO BRASIL, AINDA É MUITO GRANDE e o risco de desassistirmos essas camadas mais humildes e miseráveis, desses milhões de excluídos é de MORTE E ANIQUILAÇÃO, num verdadeiro GENOCÍDIO.
Os programas governamentais, quando são criticados pelo que chamam de “assistencialismo eleitoreiro”, são de fundamental e crucial importância para que milhões de irmãos nossos sobrevivam, a questão não é eleitoreira nem esmolar, como apregoam alguns, inclusive dentro da própria Igreja Católica, mas sim são, na verdade, programas HUMANISTAS E CRISTÃOS, além de trazerem de novo a dignidade para esse povo.
Pode-se imaginar o quanto as, a princípio principalmente para a classe média, pequenas quantias mensais fornecidas a título de complementação de renda, são vitais para a sobrevivência de nossas crianças e adolescentes, principais vítimas de quinhentos anos de desgovernos e massacre contra os mais pobres; numa guerra sem tréguas dizimadora de milhões e milhões de brasileirinhos desde a colonização desse país.
Se colocarmos na ponta do lápis, nem assim podemos ter a dimensão de quantas indefesas crianças foram assassinadas por um modelo escravagista de poder que se eternizou no Brasil, sendo que, o início de um modelo alternativo, somente agora se inicia.
O salvar essas crianças é obrigação de TODOS NÓS, através de ações diretas e indiretas, como a atuação de ONGs, da Saúde pública e da melhor distribuição dos recursos públicos com a verdadeira valorização do que e para que pagamos com nossos impostos.
Paralelamente a isso, devem ser coibidas e punidas as lambanças com dinheiro público, como no caso do nepotismo, nas obras e compras superfaturadas, nos descalabros que vemos no dia a dia.
Se o chamado “mensalão” tivesse comprovadamente dinheiro público, como ocorreu em outros casos, eu seria o primeiro, por princípio e dignidade a incluí-lo aqui, mas, a bem da verdade, o que temos tão somente são ilações sobre a origem do famigerado “valerioduto”.
A visão do governo atual é clara e lúcida a respeito da política de melhoria de renda dos miseráveis, e é JUSTA e, na minha opinião, poderia ser mais audaciosa, com criação de mecanismos outros de assistência, mas o SUAS (SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL), quando implantado em todo seu vigor melhorará mais esse aspecto.
O termo assistência é colocado de uma forma pejorativa por parte intragável da imprensa brasileira, como se fosse esmola. Esmola damos é quando compramos uma revista como a VEJA, prostituta enganosa que tenta arrebatar consciências a qualquer custo, para fazer o miché bem feito para seus SENHORES e Capitães do Mato.
Agora, a divulgação do “presentinho” dado ao PCC, verdadeiro Comandante in-chefe da Segurança Pública paulista, demonstra o quanto esse Governo Estadual é refém de uma facção criminosa; assustando-me muito, pois o Comando Vermelho e o Terceiro Comando, nem no auge de seu poderio de força tinha tal poder de barganha com o Governo fluminense.
A permissão da entrada desse tipo de “compra” é uma ofensa as milhões de crianças mortas de fome nesse país.
Importa-me e muito saber quem pagou e como, tais brinquedinhos; se os presos compraram e chegaram por SEDEX, a mercadoria deveria ser apreendida e instalado inquérito com participação da Receita Federal, pois me parece óbvio que a origem dessa grana não é fruto do Bolsa-família.
Nem poderia, pois essa meia dúzia de bandidos tem aos olhos do Governo Paulista uma importância muito maior do que os milhões de famintos que moram e coabitam com os governantes e “donos da maior economia da América Latina”.
O que corrobora com minha afirmativa, é o fato explicitado de “acordo” entre o PCC e o Governo para o cessar-fogo. Qual foi a moeda de troca? Garanto que não foram esses brinquedinhos não, e tenho certeza que essa moeda é podre e nada salutar para paulistas e paulistanos; ficando claro que este GOVERNO é o principal refém deste grupamento criminoso.
A negativa de apoio de forças do Governo Federal me permite imaginar que HÁ ALGO DE PODRE NO REINO DA DINAMARCA, pois de outra forma, se fosse por cunho puramente eleitoral seria mais absurda ainda essa recusa.
A situação em que se encontra São Paulo nuca poderia estar sob controle, a partir do momento em que o Governo cede e negocia para estancar a violência que impera e manda nesse Estado.
As diferenças entre as formas de ataque à violência se demonstram claramente na ação do Governo Federal, com a permissão à vida de milhões de brasileiros, e a do Governo Paulista, incapaz de debelar ou por orgulho, incompetência ou, pior submissão, um grupamento para militar cujos chefes não estão nas matas nem nas favelas e sim, pasmem, dentro de penitenciárias sob a custódia desse mesmo Governo.