DAS VIOLÊNCIAS VÁRIAS, DA CAUSA E DOS GOVERNOS
Uma análise se faz imperativa nesses dias de violência extrema nas ruas da principal cidade do Brasil.
Um estudo comparativo entre o Rio de Janeiro e São Paulo, demonstra para qualquer observado, as diferenças básicas entre as relações humanas e o trato das diferenças sociais dessas cidades, nos trazendo uma luz sobre a origem da violência e os aspectos que diferenciam ambas capitais.
O Rio de Janeiro, tanto pela origem histórica, como antiga Corte Imperial e depois Capital da Republica, principal porta de entrada dos imigrantes do século 19 e 20, cidade historicamente pluricultural, com um crescimento baseado na importação e exportação via Porto de São Sebastião, o maio do Brasil por longos anos, trazendo para o cais todos os tipos de trabalhadores tanto brasileiros quanto estrangeiros
Associado a isso temos a praia, o futebol no aterro do Flamengo dos finais de semana, os bailes de carnaval, as Escolas de Samba, o Maracanã, os ensaios das Escolas de Samba e, ultimamente, os bailes funks.
Nesses ambientes, convivem pacificamente tanto o proletariado suburbano e favelado quanto a elite econômica e social da Cidade Maravilhosa.
É comum vermos, no mesmo ambiente, em caráter de total camaradagem, tanto favelados quanto milionários, numa extremamente salutar cooperação e convívio.
Morei no Rio por muitos anos e sei o quanto o carioca sabe lidar com as diferenças raciais, sociais, econômicas e culturais.
Como estudante e depois como médico, podia freqüentar, com a mesma serenidade, as rodas de pagode suburbanas, os ensaios de escolas de samba, as praias, sempre democráticas, o futebol no final de Semana no Aterro, a feira nordestina de São Cristóvão, os prostíbulos da Praça Mauá, as gafieiras do centro da cidade, os restaurantes e shoppings da Zona Sul, as boates, como a do Hotel Nacional, clubes da Zona Norte e da Zona Sul, num encontro entre o asfalto e o morro, como citado por Marcelo D2, de uma fantástica sincronia entre os mais diferentes tipos de cultura e de classes sociais.
É comum se ver, nos mais requintados shoppings e restaurantes, pessoas de bermuda, camiseta e sandálias de dedo, convivendo, pacificamente, com engravatados e “bem vestidos”.
O índice de violência contra grupos raciais, sociais, sexuais, no Rio é infinitamente menor do que ocorre em São Paulo.
A violência no Rio, está na sua base quase que totalmente ligada à disputa entre grupos rivais pelos pontos de venda de drogas.
Esses, sendo combatido ou pela ação repressiva constante e bem organizada ou pela liberação do uso e comércio de drogas, controversa medida que deve ser analisada com muito rigor, levariam a uma sensível melhora nos índices de violência da Cidade Maravilhosa.
Agora, quanto a São Paulo, temos uma origem bem diversa.
São Paulo, historicamente tem suas origens na província, o que, na realidade quer dizer que, tem suas famílias quatrocentonas de base provinciana, acostumadas com a escravização e o coronelismo, com a subserviência e com a separação, em guetos e em castas.
É difícil imaginar um convívio entre a elite paulista, burguesa e excludente, com o proletariado, formado pelos migrantes mineiros e nordestinos, fugidos da escravidão em suas terras para se oferecerem como trabalhador de baixo custo na construção civil, nas feiras, como empregadas domésticas, como trocadores de ônibus, guardas noturnos, guardas civis, policiais, babás, o verdadeiro brejo da cruz social, gerador de miséria, e das discrepâncias sociais asquerosas e nojentas.
A elite paulista “não se mistura com essa gentalha”, num linguajar chulo, mas realista dessa ignóbil verdade.
A formação dos guetos, “periferia” na linguagem do rap, alimentados pela discriminação contra pobres, prostitutas, nordestinos, mendigos, homossexuais, etc...,criada e incentivada nas elites burguesas, donas das suas salas, e das ruas e bairros isolados, com seus bares, shoppings, casas noturnas e boates exclusivistas, onde a presença de quem quer que não seja ligado a essa elite é tida como indesejável
Onde a pobreza é expulsa a chutes e pontapés pelos capitães do mato, chamados “seguranças”, mas na verdade agentes oriundos do proletariado para atuar contra esse mesmo proletariado, para defender uma “casta” burguesa recendendo a Coco Chanel, vestida de Valentino e vomitando preconceito.
Os carecas ou cabeças raspadas , os neonazistas, os grupos anti nordestinos, anti-gays, anti-putas, assassinos dos mendigos com o sórdido prazer de ver carne humana incendiada ou saber do estrago que um taco de beisebol possa causar em um ser humano, são o espelho mais visível dessa forma da burguesia paulista de ver a vida.
Obviamente que, os crimes contra a integridade pessoal em Sampa são muito mais freqüentes e graves do que no Rio, crimes como seqüestros, assaltos, furtos, assassinatos a esmo, chacinas são o dia a dia paulista.
A guerra travada em São Paulo tem aspectos muito mais profundos e ligados à segregação do que no Rio de Janeiro, portanto são de muito mais difícil solução.
O nascimento do PCC, se faz ligado, muito mais à luta de classes do que o do Comando Vermelho no Rio, com aspectos mais ostensivamente ligado ao tráfico de entorpecentes.
As raízes da violência em São Paulo não tem nenhum aspecto de romantismo, não tempos nenhuma menina filhinha de papai apaixonada pelo poder do traficante.
O que se apresenta mais explícito é essa luta SOCIAL E CLASSISTA, de uma reação da PERIFERIA contra a BURGUESIA fedorenta e escravagista.
A rebelião dos escravos paulistas não pode ser comparada à com a Guerra do poder paralelo carioca, baseada na liderança pelo controle de pontos de venda de drogas; ao contrário do aspecto da afirmação social que vemos em São Paulo.
O comando da violência carioca se dá na mão de soldados do crime, sem grandes preocupações a não ser a venda da mercadoria; já em São Paulo, a estratégia dos grupos ligados à violência, se demonstra mais ostensivamente como uma guerra entre classes sociais disfarçada.
O enriquecimento do PCC e o fortalecimento dos jardins da infância da violência, nas FEBENS da vida, demonstram a arquitetura de um projeto de luta por ascensão social e quebra de barreiras entre as elites e o proletariado, muito mais bem organizados do que os do Rio de Janeiro.
O que aproxima os dois estados, em suas mazelas de insegurança pública é somente um fato.
Todos os grupos, tanto os cariocas, quanto os paulistas, nasceram, cresceram e se sustentam pela CORRUPÇÃO E INOPERÂNCIA DE AMBOS OS ESTADOS.
A corrupção dentro e fora dos Governos, como muitas vezes denunciadas, é o principal combustível para o crescimento dessas facções, poderes dentro do poder, verdadeiras sanguessugas de si mesmas.
Retroalimentam-se o tempo todo , vivendo em simbiose eterna, com prejuízo para os pacatos cidadãos.
Os massacres do Carandiru e esse agora, na tresloucada e inepta distribuição de balas feitas por uma polícia assustada e coagida, têm paralelo extremos entre si.
No Rio, o massacre da baixada e de Vigário Geral, embora tão danosos quanto os acima citados, têm no “acerto de contas” entre bandidos tanto fardados quanto à paisana um aspecto bem diferenciado da reação da polícia paulista nos dois massacres supracitados; o do Carandiru foi ordenado pelo Comando, o de agora é, indiretamente contra os desmandos e as demonstrações de incompetência do Comando para enfrentar os problemas gerados, não pela polícia, mas sim pela omissão do Governo Paulista como um todo.
Um estudo comparativo entre o Rio de Janeiro e São Paulo, demonstra para qualquer observado, as diferenças básicas entre as relações humanas e o trato das diferenças sociais dessas cidades, nos trazendo uma luz sobre a origem da violência e os aspectos que diferenciam ambas capitais.
O Rio de Janeiro, tanto pela origem histórica, como antiga Corte Imperial e depois Capital da Republica, principal porta de entrada dos imigrantes do século 19 e 20, cidade historicamente pluricultural, com um crescimento baseado na importação e exportação via Porto de São Sebastião, o maio do Brasil por longos anos, trazendo para o cais todos os tipos de trabalhadores tanto brasileiros quanto estrangeiros
Associado a isso temos a praia, o futebol no aterro do Flamengo dos finais de semana, os bailes de carnaval, as Escolas de Samba, o Maracanã, os ensaios das Escolas de Samba e, ultimamente, os bailes funks.
Nesses ambientes, convivem pacificamente tanto o proletariado suburbano e favelado quanto a elite econômica e social da Cidade Maravilhosa.
É comum vermos, no mesmo ambiente, em caráter de total camaradagem, tanto favelados quanto milionários, numa extremamente salutar cooperação e convívio.
Morei no Rio por muitos anos e sei o quanto o carioca sabe lidar com as diferenças raciais, sociais, econômicas e culturais.
Como estudante e depois como médico, podia freqüentar, com a mesma serenidade, as rodas de pagode suburbanas, os ensaios de escolas de samba, as praias, sempre democráticas, o futebol no final de Semana no Aterro, a feira nordestina de São Cristóvão, os prostíbulos da Praça Mauá, as gafieiras do centro da cidade, os restaurantes e shoppings da Zona Sul, as boates, como a do Hotel Nacional, clubes da Zona Norte e da Zona Sul, num encontro entre o asfalto e o morro, como citado por Marcelo D2, de uma fantástica sincronia entre os mais diferentes tipos de cultura e de classes sociais.
É comum se ver, nos mais requintados shoppings e restaurantes, pessoas de bermuda, camiseta e sandálias de dedo, convivendo, pacificamente, com engravatados e “bem vestidos”.
O índice de violência contra grupos raciais, sociais, sexuais, no Rio é infinitamente menor do que ocorre em São Paulo.
A violência no Rio, está na sua base quase que totalmente ligada à disputa entre grupos rivais pelos pontos de venda de drogas.
Esses, sendo combatido ou pela ação repressiva constante e bem organizada ou pela liberação do uso e comércio de drogas, controversa medida que deve ser analisada com muito rigor, levariam a uma sensível melhora nos índices de violência da Cidade Maravilhosa.
Agora, quanto a São Paulo, temos uma origem bem diversa.
São Paulo, historicamente tem suas origens na província, o que, na realidade quer dizer que, tem suas famílias quatrocentonas de base provinciana, acostumadas com a escravização e o coronelismo, com a subserviência e com a separação, em guetos e em castas.
É difícil imaginar um convívio entre a elite paulista, burguesa e excludente, com o proletariado, formado pelos migrantes mineiros e nordestinos, fugidos da escravidão em suas terras para se oferecerem como trabalhador de baixo custo na construção civil, nas feiras, como empregadas domésticas, como trocadores de ônibus, guardas noturnos, guardas civis, policiais, babás, o verdadeiro brejo da cruz social, gerador de miséria, e das discrepâncias sociais asquerosas e nojentas.
A elite paulista “não se mistura com essa gentalha”, num linguajar chulo, mas realista dessa ignóbil verdade.
A formação dos guetos, “periferia” na linguagem do rap, alimentados pela discriminação contra pobres, prostitutas, nordestinos, mendigos, homossexuais, etc...,criada e incentivada nas elites burguesas, donas das suas salas, e das ruas e bairros isolados, com seus bares, shoppings, casas noturnas e boates exclusivistas, onde a presença de quem quer que não seja ligado a essa elite é tida como indesejável
Onde a pobreza é expulsa a chutes e pontapés pelos capitães do mato, chamados “seguranças”, mas na verdade agentes oriundos do proletariado para atuar contra esse mesmo proletariado, para defender uma “casta” burguesa recendendo a Coco Chanel, vestida de Valentino e vomitando preconceito.
Os carecas ou cabeças raspadas , os neonazistas, os grupos anti nordestinos, anti-gays, anti-putas, assassinos dos mendigos com o sórdido prazer de ver carne humana incendiada ou saber do estrago que um taco de beisebol possa causar em um ser humano, são o espelho mais visível dessa forma da burguesia paulista de ver a vida.
Obviamente que, os crimes contra a integridade pessoal em Sampa são muito mais freqüentes e graves do que no Rio, crimes como seqüestros, assaltos, furtos, assassinatos a esmo, chacinas são o dia a dia paulista.
A guerra travada em São Paulo tem aspectos muito mais profundos e ligados à segregação do que no Rio de Janeiro, portanto são de muito mais difícil solução.
O nascimento do PCC, se faz ligado, muito mais à luta de classes do que o do Comando Vermelho no Rio, com aspectos mais ostensivamente ligado ao tráfico de entorpecentes.
As raízes da violência em São Paulo não tem nenhum aspecto de romantismo, não tempos nenhuma menina filhinha de papai apaixonada pelo poder do traficante.
O que se apresenta mais explícito é essa luta SOCIAL E CLASSISTA, de uma reação da PERIFERIA contra a BURGUESIA fedorenta e escravagista.
A rebelião dos escravos paulistas não pode ser comparada à com a Guerra do poder paralelo carioca, baseada na liderança pelo controle de pontos de venda de drogas; ao contrário do aspecto da afirmação social que vemos em São Paulo.
O comando da violência carioca se dá na mão de soldados do crime, sem grandes preocupações a não ser a venda da mercadoria; já em São Paulo, a estratégia dos grupos ligados à violência, se demonstra mais ostensivamente como uma guerra entre classes sociais disfarçada.
O enriquecimento do PCC e o fortalecimento dos jardins da infância da violência, nas FEBENS da vida, demonstram a arquitetura de um projeto de luta por ascensão social e quebra de barreiras entre as elites e o proletariado, muito mais bem organizados do que os do Rio de Janeiro.
O que aproxima os dois estados, em suas mazelas de insegurança pública é somente um fato.
Todos os grupos, tanto os cariocas, quanto os paulistas, nasceram, cresceram e se sustentam pela CORRUPÇÃO E INOPERÂNCIA DE AMBOS OS ESTADOS.
A corrupção dentro e fora dos Governos, como muitas vezes denunciadas, é o principal combustível para o crescimento dessas facções, poderes dentro do poder, verdadeiras sanguessugas de si mesmas.
Retroalimentam-se o tempo todo , vivendo em simbiose eterna, com prejuízo para os pacatos cidadãos.
Os massacres do Carandiru e esse agora, na tresloucada e inepta distribuição de balas feitas por uma polícia assustada e coagida, têm paralelo extremos entre si.
No Rio, o massacre da baixada e de Vigário Geral, embora tão danosos quanto os acima citados, têm no “acerto de contas” entre bandidos tanto fardados quanto à paisana um aspecto bem diferenciado da reação da polícia paulista nos dois massacres supracitados; o do Carandiru foi ordenado pelo Comando, o de agora é, indiretamente contra os desmandos e as demonstrações de incompetência do Comando para enfrentar os problemas gerados, não pela polícia, mas sim pela omissão do Governo Paulista como um todo.
<< Home