domingo, maio 21, 2006

MATÉRIA DE AMOR E DE SAUDADE

“Mas matéria de amor

Eu conheço da palma da mão

Sei também que essa tal de saudade

Machuca de mais um pobre coração”

Trago bem dentro do peito

Toda a vida bem guardada

O encanto da namorada

No beijo mais satisfeito

Trago do medo o consolo

Das lembranças do passado

Esse canto enamorado

Das festas e desse bolo

Que nunca tive pensado

O quanto esse amor penado

Custa-me para esquecer

O trem da vida rasgando

Pelos campos devorando

Todo e qualquer sentimento

Que foi da vida o fermento

Que me trouxe até você

Num momento mais feliz

De tudo que pude saber

Nem de tudo a vida diz

Nem conta como segredo

No final se tive medo

Isso me ajudou a andar

Colhendo cedo o pomar

Onde tive mais lembrança

Dos meus tempos de criança

Do paladar dessa dança

Que na garganta ficou,

Saudades do meu amor

Que sempre modificou

O que da vida restou

Para quem sempre sonhou

Com a curva dessa estrada

Partindo, vindo do nada.

A procura d’outra escada

Para atingir esse espaço

Deitando só, no regaço.

Pra descansar meu cansaço

Deitando num doce abraço,

Bem junto dessa morena

Por quem a vida me acena

Trazendo no coração

Amor, misto de perdão.

Com essa alucinação

Que me tira a terra, o chão.

E me deixa assim sedento,

Voando pleno no vento

Buscando, com sentimento.

Todo o desenvolvimento

Do que mais fora paixão

Eu lhe amo, tanto lhe quero,

Mentir não pode nem tento

Tendo tudo que eu espero

Nesse claro, sem tormento,

Amor que carrega meu chão,

Não posso, arrependimento,

Nem devo saber onde vou

Por que caminhos rumou.

Por que mundos ele errou

Esse meu canto lamento

É filho do esquecimento

É procura por seus braços

Pelo canto dos regaços

Onde possam meus encantos,

Abraçando os outros tantos

Que me levam a você

Onde possa me perder

No mar de sua saudade

Buscando essa claridade

Que é rumo da eternidade

Que é ninho onde vou viver

Onde aninho o bem querer.

Por tanto que já sofri

Pelo tanto que passei

Por demais que já penei

Peço-lhe, deixa eu pedir.

Seja minha companheira

Vou lhe dar a vida inteira

Mesmo que viva tão pouco

Mesmo que esse grito rouco

Você não possa entender.

Seja muito paciente

Pois esse peito sofrido

Por muito que já perdido

Agora quer se encontrar

No seu colo, de menina.

Que se logo me alucina

Pode mudar minha sina

Pode me fazer feliz

Então minha camarada

Por você, apaixonada.

Resto da vida que resta

Por favor, não feche a fresta.

Deixa aberta essa janela

Meu amor passa por ela

Para poder encontrar

No seu leito, delicado.

O meu muito mais amado

O meu mundo renascendo,

Por onde for, vou vivendo.

A procura de você

Que me fez melhor saber

Onde esconder minha sorte

Onde não querer a morte

E não só sobreviver.

Portanto tenha clemência

Senão me leva à demência

Eu já tenho experiência

To cansado da vivência

De sofrer por tanto amar.

Essa matéria de amor

Já sei na palma da mão

Por favor, vem sem maldade.

Que essa tal dessa saudade

Fere sem necessidade

Esse pobre coração...