De vinganças e vinganças
Um dos maiores parasitas que existem é o conhecido “colunista social”. Escravo e bobo da corte, é vitima e o carrasco das conhecidas “socialites”.
A maior parte das vezes é convidado para as festas da high society, tendo como característica marcante, o olhar ferino e agressivo contra alguma pessoas, principalmente aquelas que não lhe satisfazem os desejos de fama, poder ou simplesmente narcisistas.
Em contrapartida, as que cedem aos seus caprichos são tratadas a pão de ló, tendo o rosto estampado com legendas elogiosas a cada semana ou a cada evento em que estas personalidades estejam.
Mauricio Flavio era um dos mais conhecidos colunistas sociais da cidade de Pintassilgos, no interior mineiro.
Tendo em Amaury Jr, seu principal ídolo, tentava ser simpático com a maior parte dos ricaços do local, sendo cruel com aqueles que não tinham “origem” na tradicional família pintassilguense.
Os novos-ricos, então eram vítimas de sua língua ferina, mesmo nos elogios, não se esquecia dos pequenos detalhes que, invariavelmente, demonstravam a origem camponesa ou proletária da personagem escolhida por Mauricio Flavio para ser esculachada.
Marieta herdara de seus tios uma propriedade rural de fazer inveja a quem quer que seja. Nos seu quase mil alqueires de terra, desfilavam mais de mil cabeças de gado, além da produção de café, uma das maiores do sul de Minas.
Não que fosse uma nova rica típica, isso não. Mas, sua filha, no auge da adolescência e deslumbramento, resolveu fazer uma festa de quinze anos.
A mãe, que tinha mudado para a cidade fazia pouco tempo, relutou em fazer a tal festa mas, sob a influência das companheiras de salão e das amigas de sempre, rendeu-se aos apelos da menina.
A festa fora um esplendor de fartura para todos os gostos, inclusive para a língua afiada de Mauricio Flavio.
Entre os convidados, obviamente, vieram os parentes de marie ta, todos oriundos da zona rural. As misturas de estilos se tornaram evidentes.
Como não poderia deixar de ser, Mauricio Flavio estava entre os meio convidados meio penetras que vieram na carona de alguns amigos da filha da dona da casa.
Marieta não lia as colunas sociais, isso nunca. Mas, como a festa da filha fora anunciada como uma das atrações da maldita coluna, teve o desprazer de perder seu tempo lendo as matérias publicadas pelo “dengoso” mauricinho.
A festa foi desancada do começo ao fim, com críticas vorazes e ferozes contra a “Família Buscapé”, tendo como máxima , a falta de gosto e de estilo da dona da casa e de sua filhota, “exemplo de como não se deve portar a juventude cocoteira e baladeira”. Entre outras coisas, a decoração da casa foi tema de agressivos e preconceituosos comentários do colunista.
O calor começou a subir às ventas de Marieta que, no auge da ira, planejou sua vingança.
Sabendo da sede de poder do adamado colunista, mandou flores para este em agradecimento aos comentários postados no jornaleco.
Este cuja megalomania não permitia discernir nada, agradeceu e encantou-se com tal atitude.
Passaram a trocar correspondências e telefonemas.
Depois de uns três meses de intensas intimidades, Marieta preparou-lhe a arapuca.
Convidou a toda a cidade para uma festa em homenagem a Mauricio Flavio.
Orgasmos múltiplos não dariam a dimensão exata do prazer proporcionado a este pela notícia.
Esquecera, a muito, das críticas impostas a sua nova amiga.
Enquanto essa estava se firmando como uma das maiores fortunas da região, Mauricio a cada dia se encantava mais com Marieta.
No dia da festa, um luxo só. A casa fora toda preparada para a recepção, inclusive com música ao vivo, cantor famoso, em fim de carreira, mas conhecido.
Aquilo tudo estava fantástico. O nosso colunista estava em lágrimas, verdadeiras lágrimas de emoção e felicidade.
Lá pelas tantas, Marieta, pediu a palavra e em tom de agressividade, para surpresa de todos começou a desfiar :
-Esse imbecil que se chama Mauricio Flavio, puxa saco dos ricos, achou que eu ia me esquecer do que ele fez com a minha filha. Convidei vocês para que saibam o quanto esse vagabundo sanguessuga vive das fofocas e intrigas, muitas das quais ele mesmo inventa para extorquir dinheiro ou vantagens pessoais.
Eu não preciso desse tipo de gente, dessa bichinha safada que vive fingindo que tem namorada, somente para esconder o fato de estar saindo com o meu meeiro, Zé Trindade; ou você pensa que eu não sei disso?
Aliás, eu não preciso de seus elogios ou críticas, eu posso e faço o que eu quiser, não quero você, sua lombriga asmática nem aqui em casa e nem no meu jornal.
Pois é seu babaca, acabei de comprar o jornaleco onde você trabalhava e, para que todos saibam você está demitido desta casa e do jornal. Suma!
Ao que, o choroso colunista, meio de banda, humilhado mas com a cabeça incrivelmente erguida responde:
-Caipira, caipira, caipira! E ainda por cima, GORDA!
A maior parte das vezes é convidado para as festas da high society, tendo como característica marcante, o olhar ferino e agressivo contra alguma pessoas, principalmente aquelas que não lhe satisfazem os desejos de fama, poder ou simplesmente narcisistas.
Em contrapartida, as que cedem aos seus caprichos são tratadas a pão de ló, tendo o rosto estampado com legendas elogiosas a cada semana ou a cada evento em que estas personalidades estejam.
Mauricio Flavio era um dos mais conhecidos colunistas sociais da cidade de Pintassilgos, no interior mineiro.
Tendo em Amaury Jr, seu principal ídolo, tentava ser simpático com a maior parte dos ricaços do local, sendo cruel com aqueles que não tinham “origem” na tradicional família pintassilguense.
Os novos-ricos, então eram vítimas de sua língua ferina, mesmo nos elogios, não se esquecia dos pequenos detalhes que, invariavelmente, demonstravam a origem camponesa ou proletária da personagem escolhida por Mauricio Flavio para ser esculachada.
Marieta herdara de seus tios uma propriedade rural de fazer inveja a quem quer que seja. Nos seu quase mil alqueires de terra, desfilavam mais de mil cabeças de gado, além da produção de café, uma das maiores do sul de Minas.
Não que fosse uma nova rica típica, isso não. Mas, sua filha, no auge da adolescência e deslumbramento, resolveu fazer uma festa de quinze anos.
A mãe, que tinha mudado para a cidade fazia pouco tempo, relutou em fazer a tal festa mas, sob a influência das companheiras de salão e das amigas de sempre, rendeu-se aos apelos da menina.
A festa fora um esplendor de fartura para todos os gostos, inclusive para a língua afiada de Mauricio Flavio.
Entre os convidados, obviamente, vieram os parentes de marie ta, todos oriundos da zona rural. As misturas de estilos se tornaram evidentes.
Como não poderia deixar de ser, Mauricio Flavio estava entre os meio convidados meio penetras que vieram na carona de alguns amigos da filha da dona da casa.
Marieta não lia as colunas sociais, isso nunca. Mas, como a festa da filha fora anunciada como uma das atrações da maldita coluna, teve o desprazer de perder seu tempo lendo as matérias publicadas pelo “dengoso” mauricinho.
A festa foi desancada do começo ao fim, com críticas vorazes e ferozes contra a “Família Buscapé”, tendo como máxima , a falta de gosto e de estilo da dona da casa e de sua filhota, “exemplo de como não se deve portar a juventude cocoteira e baladeira”. Entre outras coisas, a decoração da casa foi tema de agressivos e preconceituosos comentários do colunista.
O calor começou a subir às ventas de Marieta que, no auge da ira, planejou sua vingança.
Sabendo da sede de poder do adamado colunista, mandou flores para este em agradecimento aos comentários postados no jornaleco.
Este cuja megalomania não permitia discernir nada, agradeceu e encantou-se com tal atitude.
Passaram a trocar correspondências e telefonemas.
Depois de uns três meses de intensas intimidades, Marieta preparou-lhe a arapuca.
Convidou a toda a cidade para uma festa em homenagem a Mauricio Flavio.
Orgasmos múltiplos não dariam a dimensão exata do prazer proporcionado a este pela notícia.
Esquecera, a muito, das críticas impostas a sua nova amiga.
Enquanto essa estava se firmando como uma das maiores fortunas da região, Mauricio a cada dia se encantava mais com Marieta.
No dia da festa, um luxo só. A casa fora toda preparada para a recepção, inclusive com música ao vivo, cantor famoso, em fim de carreira, mas conhecido.
Aquilo tudo estava fantástico. O nosso colunista estava em lágrimas, verdadeiras lágrimas de emoção e felicidade.
Lá pelas tantas, Marieta, pediu a palavra e em tom de agressividade, para surpresa de todos começou a desfiar :
-Esse imbecil que se chama Mauricio Flavio, puxa saco dos ricos, achou que eu ia me esquecer do que ele fez com a minha filha. Convidei vocês para que saibam o quanto esse vagabundo sanguessuga vive das fofocas e intrigas, muitas das quais ele mesmo inventa para extorquir dinheiro ou vantagens pessoais.
Eu não preciso desse tipo de gente, dessa bichinha safada que vive fingindo que tem namorada, somente para esconder o fato de estar saindo com o meu meeiro, Zé Trindade; ou você pensa que eu não sei disso?
Aliás, eu não preciso de seus elogios ou críticas, eu posso e faço o que eu quiser, não quero você, sua lombriga asmática nem aqui em casa e nem no meu jornal.
Pois é seu babaca, acabei de comprar o jornaleco onde você trabalhava e, para que todos saibam você está demitido desta casa e do jornal. Suma!
Ao que, o choroso colunista, meio de banda, humilhado mas com a cabeça incrivelmente erguida responde:
-Caipira, caipira, caipira! E ainda por cima, GORDA!
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