Trovas e Contra trovas Marcos e Olga Matos
Cabem tantos pesadelos,
Nos sonhos da minha amada,
Quem dera pudesse vê-los
Não sonharia mais nada...
Lá vêm eles despontando
das cavernas mais profundas...
peçonhentos os pesadelos
nos bebem da borda ao fundo!
A viola ponteada,
No canto do boiadeiro,
Viajando, corta estrada,
Nesse sertão brasileiro...
uma viola ponteada
chama uma gaita chorona,
se acompanham abraçadas
pespontando a milonga!
Rosa vermelha seduz,
A branca acalma o sentido,
O meu amor já reluz,
Sem ele, sigo perdido...
Se nosso amor fosse lume
toda a nossa amargura
seria facho de luz
quando brotasse o ciúme
Trovas faço sem parar,
Meus versos trago n' alforje,
Quero montar, no luar,
No cavalo de São Jorge...
Cavalgo crinas da brisa
sopro no vento meu verso
colho da rima um sorriso
que me espia pelas frestas!
Mariana passa leve,
Leve Maria pro mar,
Maria, a vida tão breve,
Mais breve, quero casar...
Uma pomba lerda voa
traz a tristeza nos pés
perto de mim não pouses
lepra fétida não quero!!
Temporal tem tempestade,
Raio, corisco e clarão,
O amor tem tempestade,
Faz tremenda confusão...
Ventania escureceu
o azul que escapuliu
pois o amor não socorreu,
era fraco e se sumiu!
Quero beijar sua boca,
Mas você não quer mais não,
Minha amada ficou louca,
Maltratou meu coração...
Um louco entende outro
na loucura de querer,
pois se um querer se for,
é por que de amor morreu
Trago a tesoura do tempo,
Para cortar a paixão,
Não posso ter contratempo,
Vou cortando de raspão...
O tempo tem parentesco
com a vida e a morte
na morte vê um pretexto
para acabar com a sorte!
No meio da capoeira,
Caipora se escondeu,
Meu amor, na vida inteira,
Caipora já fui eu!
As asas do grande vento
a Teiniaguá desejou
para encantar um Romeu,
mas foi má e não logrou!
Me disseram, que maldade,
Que não posso mais amar,
Me negaram claridade,
Se esqueceram do luar...
Disseram-me, ora veja,
que não devo mais amar!
Mas como resistirei
se o luar me banhar?
Espada corta fundo,
Machucando de mansinho,
Tanta espada nesse mundo,
Mas me inundo de carinho...
Os punhais são traiçoeiros
se impondo como espadas.
Mas qual nada... a pequenez,
quanto maior mais se apaga!
Marcos Loures
Olga Matos
Nos sonhos da minha amada,
Quem dera pudesse vê-los
Não sonharia mais nada...
Lá vêm eles despontando
das cavernas mais profundas...
peçonhentos os pesadelos
nos bebem da borda ao fundo!
A viola ponteada,
No canto do boiadeiro,
Viajando, corta estrada,
Nesse sertão brasileiro...
uma viola ponteada
chama uma gaita chorona,
se acompanham abraçadas
pespontando a milonga!
Rosa vermelha seduz,
A branca acalma o sentido,
O meu amor já reluz,
Sem ele, sigo perdido...
Se nosso amor fosse lume
toda a nossa amargura
seria facho de luz
quando brotasse o ciúme
Trovas faço sem parar,
Meus versos trago n' alforje,
Quero montar, no luar,
No cavalo de São Jorge...
Cavalgo crinas da brisa
sopro no vento meu verso
colho da rima um sorriso
que me espia pelas frestas!
Mariana passa leve,
Leve Maria pro mar,
Maria, a vida tão breve,
Mais breve, quero casar...
Uma pomba lerda voa
traz a tristeza nos pés
perto de mim não pouses
lepra fétida não quero!!
Temporal tem tempestade,
Raio, corisco e clarão,
O amor tem tempestade,
Faz tremenda confusão...
Ventania escureceu
o azul que escapuliu
pois o amor não socorreu,
era fraco e se sumiu!
Quero beijar sua boca,
Mas você não quer mais não,
Minha amada ficou louca,
Maltratou meu coração...
Um louco entende outro
na loucura de querer,
pois se um querer se for,
é por que de amor morreu
Trago a tesoura do tempo,
Para cortar a paixão,
Não posso ter contratempo,
Vou cortando de raspão...
O tempo tem parentesco
com a vida e a morte
na morte vê um pretexto
para acabar com a sorte!
No meio da capoeira,
Caipora se escondeu,
Meu amor, na vida inteira,
Caipora já fui eu!
As asas do grande vento
a Teiniaguá desejou
para encantar um Romeu,
mas foi má e não logrou!
Me disseram, que maldade,
Que não posso mais amar,
Me negaram claridade,
Se esqueceram do luar...
Disseram-me, ora veja,
que não devo mais amar!
Mas como resistirei
se o luar me banhar?
Espada corta fundo,
Machucando de mansinho,
Tanta espada nesse mundo,
Mas me inundo de carinho...
Os punhais são traiçoeiros
se impondo como espadas.
Mas qual nada... a pequenez,
quanto maior mais se apaga!
Marcos Loures
Olga Matos
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