quarta-feira, agosto 09, 2006

Tucanolândia - capítulo 35 - Da sensibilidade social


“Seu doutor, uma esmola, a um pobre que é são,
Ou lhe mata de vergonha, ou vicia o cidadão!”

Essa é uma verdade absoluta e inquestionável.
Todos, em Tucanolândia, sabem disto e, com certeza, isso é voz corrente e sábia.
Havia um cantor de forró, em Tucanolândia, chamado de Luiz e conhecido como Lula que, ao cantar esses versos, fez o maior sucesso.
Pensando nisso e no bem da população mais carente, principalmente evitando fazer com que os pobres passassem vergonha, Dom Gerald Aidimin, dono de extrema sensibilidade e amor ao súditos da província de Saint Paul, resolveu fazer a caridade de não fazer caridade. Uma caridade transforma o povo em sem vergonha e preguiçoso e essa máxima era conhecida por todos os senhores do poder econômico justificando, inclusive, os baixos salários pagos aos empregados pelas grandes empresas.
Tucanolândia era conhecida como o Reino do Futuro, frase utilizada há várias décadas e imutável.
O futuro, como sabemos, é mais tarde. Portanto, para manter atualizada tal lema, o futuro não poderia chegar, pois se acontecesse isso, obviamente não seria mais futuro e tornaria a frase mentirosa.
Realmente, ficaria chato e tiraria a esperança do povo se Tucanolândia passasse a ser chamada de “Reino do Passado ou Reino do Presente”.
Muito mais bonito e charmoso é ser chamado de Reino do Futuro. Dá uma sensação maravilhosa de esperança.
E a esperança é verde, assim como as matas e a bandeira de Tucanolândia...
Mas, voltando à vaca fria e antes que esquente e o caldo entorne, temos a realidade do Reino.
A quantidade de pessoas assistidas pelo Reino da Tucanolândia, na Província de Saint Paul, era a terça parte das que eram auxiliadas na capital, à época da Martha Suplício, prefeita antecessora de Josef Mountain e, a quantidade de dinheiro recebida era exatamente a metade.
Claro que a oposição a Dom Gerald estrilava. Mas, somente um homem com a sensibilidade e o bom senso de Dom Gerald tinha a capacidade de saber que, a esmola poderia viciar o cidadão, ou envergonhar as camadas mais humildes.
Portanto, em prol da vergonha e contra o vício, coerentemente com a Opus Dei, corrente ideológica religiosa associada ao nosso herói, tal fato passou a ser visto com admiração por todos aqueles que amam o povo de Tucanolândia! Habemos Chuchu!