sexta-feira, dezembro 21, 2007

SONETOS 032

Ah! Meu Deus, como é bom saber que existes!
Tu és toda a certeza que preciso
De que se findarão os dias tristes
E de que viverei no paraíso!

No rio que caminha para o mar
Levando uma esperança: ser feliz!
Contigo conheci o que é amar,
Tu és, na vida, tudo o que mais quis...

Ah! Meus Deus, eu sonhei com teu amor;
Nas noites mais geladas, solitárias.
Porquanto necessito teu calor,
Findam-se minhas dores, temerárias...

Por isso, meu amor; ao mundo clamo:
Ah! Meu Deus, eu te quero, como eu te amo!

X

Nos bares e botecos que bebemos
As horas vão correndo sem sentirmos.
Do mundo que viemos não sabemos
O quanto que é preciso dividirmos.

As noites se passando nestes bares
Em meio a tantas festas que fazemos.
A cena se repete por lugares
Distantes dos planetas que viemos.

Falamos de batalhas, velhas lutas,
Lutamos por viver em liberdade.
Brindamos às mais belas prostitutas
Que rondam nestes bares da cidade...

Amigo, tanto tempo se passou,
Prostitutas... O bar... O que restou?

X

Numa explosão de lúbricos desejos
Nas penumbras, ritos sensuais.
Vou roçando meus lábios, tatos, beijos...
Explodem em delírios tão carnais...

Corôo meu mergulho no teu mar
Navego cada gota de suor.
Procuro cada ponto vasculhar,
Vontade de te amar é bem maior...

Seu corpo debruçado sobre o meu
Num colossal furor que se explodiu.
De tanto amor que amor se renasceu
Embrenho em teus caminhos til por til...

Transfundo pro teu corpo meu prazer;
Encharcas-me; vontade de viver!

X

No vinho que bebemos, da amizade,
Nos cálices da dor; confraternizo.
Amigo; irei buscar eternidade;
Num sentimento em que me regozijo.

Amigo é ser parceiro em derrocadas,
Viver em sintonias tão diversas.
No jogo do viver, cartas marcadas,
Saber que os mesmos blefes já confessas.

Uma amizade nunca desconfia,
Embora não se fia tolamente.
As almas se convergem, harmonia,
Se irmanam, se completam, totalmente.

Ergamos pois a taça de cristal,
Confraternização tal? Imortal!

X

Eu quero teu desejo, teus aromas,
Exalados nos toques e delícias...
Arrebentam assim tantas redomas
Rompendo, ultrapassando essas primícias.

Eu quero insanidade de querer
A cada vez bem mais sem ter temor
Sem nada que consiga nos conter
Numa explosão magnífica de amor!

Eu quero ser teu seixo na cascata
Que irrompe de teus lábios flamejantes.
Que rompe essas barragens e arrebata.
Intercâmbios de olores triunfantes...

Não quero santidade nem ter cura,
Apenas ensandecer, tanta loucura!

X

Se fossemos o mar que tal a lua?
Rodando pelos céus vai nua em pelo,
Descendo em nossa cama continua
Tramando seu desejo sem apelo...

Amada, em nosso sonho, uma promessa
De termos doce lua sobre nós.
À noite delicada se confessa
Atando em raios claros, nossos nós.

Reparte seus luares sem cessar,
Deitando mansamente, já te abraça;
Te enlaça e me convida a flutuar.
A lua maviosa em plena graça...

Espero desta lua o mesmo encanto
Dos mares dum amor que quero tanto...

X

Saltando os desafios, em cascatas;
Em meio a corredeiras imodestas,
Adentra nosso amor, por suas matas
Penetra tantas grutas, tantas frestas...

Vazantes e vertentes sei de cor,
Nascentes, afluentes, vou veloz.
Enchentes, tempestades, bem maior
Que todos outros mares, quero a foz...

Deitadas suas margens, minha amada;
Eu quero em seus desejos transbordar.
A mata tão macia, ciliada,
Loucura de em seus braços navegar...

Recebo suas águas, nosso afago,
Nos lagos empoçados, eu naufrago...

X

Amiga desconfie de elogio
Se dado sem sequer ter um motivo.
Sem água morrerá decerto o rio,
Mantenha, neste caso, um olho vivo...

Não ceda a tentação de quem te ufana
Às vezes nesta ceva uma armadilha.
A mão que te carinha já te engana
Promessas ilusórias mudam trilha...

Assim como o balão explodirás
Então de ti teremos só os cacos.
Da forma com que cedo iludirás
Os teus pilares sempre estarão fracos...

E a queda gigantesca se prepara
Sem nada que defenda, que antepara...

X

Embebo meu desejo no teu vinho,
Que em todos os momentos inebria.
Na música suave dum arminho,
Teu vinho me sacia e me vicia...

Momentos sem temor, pudor tão vago;
Nos tragos que me fazem delirar...
Nos lagos resultantes dos afagos,
Sem medo, sem segredos, mergulhar...

A noite em fanatismo se procria
E cria nossos versos em dueto.
De tanto que eu desejo desvaria.
Aos loucos pensamentos, me remeto...

E quero teu amor, manso e dolente.
Na noite que traçamos, envolvente...

X

Nos versos que dedico à deusa nua,
Abrindo no meu peito uma esperança;
Tão bela quanto o sol, irmão da luz.
Sorriso delicado de criança!

Nas ondas, nos arroubos, seduzindo;
Formando a fortaleza que protege.
Teu corpo, minha deusa, que é tão lindo;
Nos seios divinais, meu sonho rege.

E sinto a sutileza da nudez
Em toda uma beleza que fascina.
Aos poucos tanto amor que já se fez,
Reflete uma alegria cristalina...

Da rosa, da pantera, garra, espinho...
Não deixe quem te adora tão sozinho!

X

Nas brancas harmonias benfazejas
Nos sonhos coloridos que provocas,
As horas mais felizes que desejas
São tantas quando enfim, tu já me tocas.

Nas tocas que escondera meu pecado
Recados que me deste, puro gozo.
Se tenho no meu corpo tatuado
Amor que sempre foi tão vaidoso.

Amar é sentimento, em mim, latente;
Que trago desde os tempos de menino.
Na cama que singramos; mais ardente,
O sentimento louco e cristalino...

Orgásticos delírios, alegrias;
Rolando em nosso mundo, fantasias...

X

Rolando como os astros neste céu
Deixando um livre rastro luminoso.
Alçando neste mastro um branco véu
Rompendo qualquer lastro temeroso...

Alvura de alabastro, teu sorriso,
Meus sonhos nunca castro, liberdade...
Te quero neste casto paraíso,
Amor demais não gasto com saudade...

Teu peito fez um pasto do meu peito
E todo teu repasto foi bendito.
Não penses que me afasto satisfeito,
Nem mesmo que me basto. Estou aflito...

Te quero, nosso amor seguindo os rastros
Da lua, das estrelas, tantos astros...

X

Não deixe que a tristeza te devore,
Aos poucos te fará mais infeliz.
Perceba que por mais que se demore,
Um dia tudo vem como se quis.

As noites são prenúncios de uma aurora.
Não tema pelas urzes que encontrar.
Pois saiba que a tristeza não demora
Depois uma alegria vem morar...

A cura da tristeza, uma esperança
Que nunca pode estar abandonada.
Pois saiba que o futuro que te alcança
Depende do caminho, tua estrada...

E veja com amor um novo dia,
Repleto de esperança e fantasia...

X

Quando elevas aos céus, a sua prece;
Pedindo toda a paz em nosso amor.
Uma emoção guardada recrudesce
E volta uma esperança, com fervor...

Envolta neste manto de alegria,
Minha alma percorrendo amplo espaço;
Sabendo que a paixão, alegoria,
Se finda comumente por cansaço.

Mas vejo em nosso caso uma saída,
Que pode construir a solução.
Te quero mais amiga; assim, querida
Dominas mansamente, o coração.

Quem sabe neste amor mais companheiro
Se encontre um novo canto, verdadeiro...

X

Passando pela vida simplesmente
Durante tanto tempo emudecido.
Ao sol que me abrasa de repente
Evaporando sinto-me vencido.

Descendo pelos rios da saudade,
Sentindo tal bafejo desta fera,
Amor que se fingira liberdade
Sem pena minha vida destempera.

Deixando uma emoção deveras pálida
Deixando um coração sem solução.
A vida que corria mansa, cálida,
Depressa se tomando, ebulição.

Me rendo ao tal amor, sem ter defesa,
Eu me sinto indefeso, simples presa...

X

Nas puras ilusões que me inoculas
Com teu olhar que sinto sobre o meu.
Da forma com que pura, te imaculas,
Nas máculas do amor já se perdeu...

Mas tramo nossa vida venturosa
Traçada nas ventosas deste amor
Te quero mesmo espinhos, minha rosa
Sabendo-te formosa e bela flor.

Na sombra dos meus dias, desventura,
Na cura prometida pelos anos...
Restando neste caso, uma ternura,
Não quero que cometas mais enganos.

E peço teu amor com toda a fé,
Te juro e me ajoelho, mesmo, até...

X

O ninho que julgara abandonado
Sem ter sequer a luz de uma esperança
Refeito com um sonho imaginado,
Promete nova vida bem mais mansa...

Aquela que se fora e não voltou
Deixando espedaçado o coração,
Não sabe que favor que me prestou
Abrindo o meu caminho à salvação.

Agora que vieste minha amada,
Decerto o nosso ninho renovaste,
Trazendo novamente uma alvorada
Fincando com firmeza uma nova haste.

Reforma que fizeste neste ninho,
Cimentaste na força do carinho...

X

Numa corbelha de rosas
Num buquê tão perfumado.
Tuas mãos tão olorosas
Colibri apaixonado

Recolhe pólen da flor
Engravida, faz feliz.
Assim também nosso amor,
Do jeito que a gente quis...

Recebendo teus anseios
Na maciez desta pele
Na beleza dos teus seios
Tanto desejo compele...

Na beleza toda nua,
De prazeres, vai, flutua...

X

Destino relegara-me à tristeza,
Onde jamais a lua penetrasse.
Fechando toda porta pr’a beleza.
Somente o vento frio, enfim, passasse...

Destino relegara-me ao vazio,
Da noite que jamais terminaria.
Sabendo que no inverno sem estio,
Depois de certo tempo, morreria...

Destino não previra uma chegada,
Em meio a glaciais caricaturas;
Dos olhos tão sutis desta alvorada,
Tramando a maciez nas desventuras...

Reconheço esse espectro em esplendor,
Reflexo dos teus olhos, meu amor!

X

Um vaso que se quebra não se cola
Por mais que precioso nosso amor
Com asas amputadas não decola
Paralisado fica onde se por.

Não quero uma paixão por ser paixão
Não quero uma verdade irredutível.
Da vida eu aprendi esta lição,
Se move, é necessário combustível.

Querida, vem comigo, vem ligeiro
O tempo não permite mais disfarces
Amor se tem que ser, só verdadeiro
Não deixe que te iludam tantas faces...

E venha ser feliz, sem preconceito.
Esqueça quem pareça insatisfeito...

X

Dormir, sonhar... Vencer as tempestades
Causadas pelas dores do viver...
Retorno aos meus princípios, veleidades,
Espero tantas coisas esquecer...

Que bom seria ter alma liberta
E versejar meu canto em liberdade.
Que bom seria ser, enfim, poeta;
Vencer com versos livres, ansiedade...

Quem dera se, nos sonhos e sonetos,
Vagasse em asas soltas meu cantar.
Falar de nossas dores nos quartetos
Saber, sem ter receios, navegar...

Dormir, sonhar, soul fly, sobrevoar
Sem medo de poder enfim, amar!

X

Se a mente já desperta nova mente
Tu mentes; as sementes não vigoram.
Transcendem as serpentes simplesmente
Se mordem e se picam, não afloram...

Desperto em meu desejo o teu reflexo
Que tramo sem ter senso, simples, sempre...
O rumo deste amor que não tem nexo
É templo que te peça e te contemple.

Janelas vão se abrindo, quebro as portas,
Importo meu epílogo sem medo.
Nos portos onde amor que tenho, aportas,
Os vasos se quebraram muito cedo.

No sonho tão gostoso de viver
Será vai meu amor apetecer?

X

Meu amor; desconheço meu pecado...
Se trago inconscientes os meus erros
Talvez seja assim, triste, meu fado
Feito dos limbos, montes e dos cerros...

Pedregulhosos rumos sem sentido
Jogados num remorso sem ter fim.
Nos poços e nos karmas, desvalido,
Vagando meu deserto todo em mim...

Amada não vagueia por meus lodos
Nem todos os caminhos me levaram.
Nem sempre coletei simples engodos,
Mil jardas meus amores já passaram...

E basta de sentir tal sensação
De ser um simples nada, ser só não!

X

Se nunca mais te espero envolta nas mortalhas
Do sentimento rude, a mando da saudade.
Meu amigo, a verdade estampa nas navalhas
O corte mais cruel, da nossa liberdade...

Definhando o meu sonho em meio a vãs batalhas
Onde sempre neguei a minha claridade
Escondo no meu verso as minhas grandes falhas
Que trago no meu peito, intensa morbidade...

Meu amigo; perdão pelos meus erros todos,
Invado o teu celeiro, espalho morbidez.
Derramo sobre os pés, o mais nocivo lodo.


E sinto que não vem sequer a nossa vez.
Amigo meu reverso: a podre fantasia
Que vaga sem ter rumo, inunda essa alegria...

X

Escarpas e falésias do desejo
São urzes, cruzes, pedras, são espinhos.
Se tanto teimo quanto te azulejo
Nos versos que te faço, tão sozinhos...

Nas arcas dos meus sonhos esquecidos
Nas barcas, tantas cracas, incertezas.
Dos tempos mais doridos, mais sofridos,
Sobraram tantos sustos e tristezas...

Mas amo quem me adora, e isso é fato,
Não vejo quaisquer erros em te amar.
Sentido mais direto, mesmo abstrato,
O trato que fizemos renovar.

Nos bares, ares, cumes e luares,
Nos pântanos, charnecas: sempre amares!

X

Carro de boi passando pela estrada
Distantes cantorias e lamentos...
Trazendo as lembranças desta amada
Que só deixou saudades e lamentos...

No gosto adocicado, da garapa
Relembrando os teus lábios, puro mel;
A solidão estende a negra capa
E impede que eu perceba o claro céu...

No cheiro desta terra tão molhada
Vivendo nosso amor, sem ter sossego.
A chuva que caiu de madrugada
Promete novo amor e novo apego...

E vejo-te querida, sentada do meu lado,
Amiga, tanto amor não é pecado...

X

Meu verso
Que canto
Reverso
Do espanto

Me traz,
Me diz:
Capaz!
Feliz!

Viver
Sem medo
Saber
Segredo.

Sonhar!
Amar!

X

Se quero tantas luzes, brilhos, festas.
Nas danças que danamos toda a noite.
Amamos os venenos que me emprestas
Que cortam e me queimam como açoite...

Roubando toda a cena, uma agonia.
De tristes argumentos, merencória.
Tornando a nossa noite bem mais fria,
Transmuda toda a cena, inibe a glória...

Do teu sorriso, amiga, uma lembrança
Apenas me restou como um retrato.
Na festa que queria, tanta dança,
A lágrima rolada é duro fato.

Mas saiba que amanhã renasce o dia;
Quem sabe, na alvorada, uma alegria?

X

Quando você voltar, minha querida,
A festa que eu fizer vai ser completa.
Espero seu amor por toda a vida,
Nos sonhos maviosos de um poeta...

Quando você voltar da noite breve,
Estarei esperando com ternura
Minha alma ficará muito mais leve,
Amor que tanto quero e se perdura...

Quando você voltar, quero o afago
Que sempre dedicamos sem temor.
Beber de seu prazer, trago por trago,
Morrer na imensidão de nosso amor.

Quando você voltar, morta a tristeza,
A noite num banquete e sobremesa!

X

Deste barco do amor perdi a quilha
Sem rumo, não se ancora nos tormentos.
Como posso aportar nessa tua ilha
Se não tenho sequer rosa dos ventos?

Me faltam condições de suportar
As dores e mazelas mais terríveis.
Por isso, meu amor; vou navegar
Nos mares que me forem mais possíveis.

Os ventos que me trazem ao teu cais
São ventos mais suaves, calmaria.
Eu peço teu destino e quero mais,
Em paz quero viver a cada dia...

Nos limos que criaram os meus passos,
Parado nos teus olhos, nos teus braços...

X

Sentindo que esse amor já me abandona,
Eu canto em desespero tua ausência
Minha alma te procura como à dona
E pede que tu fiques por clemência...

Amada, minha vida te pertence.
Tu és a minh’ última esperança.
Meu medo da saudade me convence,
Te guardo, a cada dia, na lembrança...

É bálsamo benigno que me cura,
É fogo que me queima e me alivia.
És lume que me salva em noite escura
É rota que persigo em fantasia.

Não deixe, meu amor, que um sentimento
Tão belo já se esvaie pelo vento...

X

Meus versos tão felizes quando exaltam
Os dias que se raiam na manhã.
Os olhos de alegria, pulam, saltam
Transbordam de esperança tão louçã;

Ergamos, meu amor, a nossa taça
Num brinde que faremos à ventura.
Nossa felicidade tanto embaça
Quanto inveja uma triste criatura.

Não sei se ser feliz é algo assim,
Nem sei se posso ser feliz um dia.
Escondo uma tristeza que é sem fim
E nasce mesmo em sol, numa agonia...

Amiga, meu amor já foi embora,
Eu quero ser feliz, que tal agora?

X

Não temo, em nosso caso, os teus segredos;
Guardados nestes cofres mais sombrios...
Traduzem sensações de tantos medos
Cortando nossas tramas, traços, fios...

Se vim atrás dos sonhos em dura areia
Na praia dos meus versos me embriago.
E te quero, te entranhando em minha veia,
Em todos os sentidos, capto e trago.

As vozes esquecidas que não cortam
Retornam lentamente sem verdades,
Os dias que mal nascem já se abortam
São simples rachaduras sem saudades...

Eu quero elevação duma maré
Trazendo; em nosso amor, destino e fé..

X

Percebo a sensação de liberdade
Trazida pelo vento da esperança.
Caminho a procurar felicidade,
Distantes ilusões, amor alcança...

Eu sinto que estes sonhos seculares
Se perdem no deslumbre das estrelas.
Invento novas asas, caço os ares,
Querendo assim, talvez, compreendê-las.

Porém nada encontrando, volto tonto;
Sem medo, sem espanto ou poesia.
Estrelas aos milhares; louco, conto.
Na liberdade que percebo, fantasia.

E sinto que somente amor alcança
O rastro que perdi, d’uma esperança!

X

O véu que se rompeu da solidão,
Permite-me antever felicidade.
Por certo te entreguei minha emoção
Na busca de encontrar saciedade...

Te quero com total entusiasmo,
Meu peito te chamando, quer agora.
Ao ver teus belos seios fico pasmo
Pois tanta maravilha em ti se aflora...

Eu quero nosso amor p’ra sempre vivo,
Realce de ternura e de grandeza.
Um sonho adormecido, redivivo,
Espalha pelo quarto esta beleza...

Eu sinto, pois, enfim sou mais feliz;
Vivendo o grande amor que sempre quis...

X

Amiga, nesta canção
Que te faço com carinho;
Venho te pedir perdão
Pelas pedras do caminho...

Eu sei que tanto fizeste
Pensando no nosso rumo
‘stou errado, inconteste;
Mas acertarei meu prumo...

Se meus versos não valerem
Aceite então meu penhor
Bem antes de se perderem
Tanto afeto e tanto amor...

Me dê tua mão amiga,
Que nossa vida prossiga...

X

Quando tu és o sonho; eu realidade.
Quando tu és sorriso, eu sou a dor.
Quando tu és o toque eu sou saudade
Quando tu és a ira eu sou amor.

Quando me dizes não, aguardo o sim.
Quando me dizes sim, eu sou talvez.
Metade do que tens se encontra em mim.
Te dei tudo que sou, por sua vez...

Meu canto não existe sem a voz
Tão bela e maviosa que tu tens.
Tu és a minha santa e meu algoz,
Cheguei da noite triste que tu vens.

Eu sou apenas nada sem te ter,
Precisas do meu ar para viver...

X

Empoeirados olhos tão distantes,
Nas marcas mais ferozes da injustiça.
Nas cicatrizes fundas, penetrantes.
Dessas batalhas tantas; tanta liça...

Recordo-me de quando o conheci,
Nos ermos dos sertões dessas Gerais.
Aos poucos, lentamente descobri
Que a vida em amizade vale mais...

Ao ter a sensação da fortaleza
Da alma deste cabra sertanejo.
Eu falo da grandeza da pureza
Do grande companheiro que em ti vejo...

Te devo tanto, amigo, e nada diz...
ESPERO que tu sejas mais FELIZ...

X

Os meus amores perdem-se no mar
Imenso deste amor que não contive.
Na luz da maravilha do luar
Com quem o mar em brilhos sobrevive...

Saveiros de esperança singram lentos,
Ancoro meu desejo no teu cais.
Não sei onde encontrar rosa dos ventos
Nas rosas que sonhara, amor demais...

Na taça cristalina dos prazeres
Eu bebo essa emoção, gota por gota.
Nas alucinações que, multicores,
De tantos suprimentos, vida esgota.

E queimo em flamejante destempero,
Sorvendo teu licor, eu me tempero...

X

Eu sinto teu roçar em minha nuca,
Teus dentes afiados me roçando.
De leve tal carinho não machuca
Aos poucos, devagar, extasiando...

E sinto-te excitada junto a mim,
Numa sensível, mansa insensatez.
E tudo vai crescendo, tudo assim,
Aos poucos te revelas na nudez...

E sinto toda a vida transtornar,
Girando na mordida delicada,
Girando nunca para de rodar,
Rodando no carinho da dentada...

Minha alma tresloucada já transpira
No teu desejo intenso de vampira...

X

Os meus amores perdem-se no mar
Imenso deste amor que não contive.
Na luz da maravilha do luar
Com quem o mar em brilhos sobrevive...

Saveiros de esperança singram lentos,
Ancoro meu desejo no teu cais.
Não sei onde encontrar rosa dos ventos
Nas rosas que sonhara, amor demais...

Na taça cristalina dos prazeres
Eu bebo essa emoção, gota por gota.
Nas alucinações que, multicores,
De tantos suprimentos, vida esgota.

E queimo em flamejante destempero,
Sorvendo teu licor, eu me tempero...

X

Eu sinto teu roçar em minha nuca,
Teus dentes afiados me roçando.
De leve tal carinho não machuca
Aos poucos, devagar, extasiando...

E sinto-te excitada junto a mim,
Numa sensível, mansa insensatez.
E tudo vai crescendo, tudo assim,
Aos poucos te revelas na nudez...

E sinto toda a vida transtornar,
Girando na mordida delicada,
Girando nunca para de rodar,
Rodando no carinho da dentada...

Minha alma tresloucada já transpira
No teu desejo intenso de vampira...