domingo, janeiro 24, 2010

23377

Pudesse n’alguma ilha ter descanso
E a vida se moldasse mais tranqüila,
Porém ao sonegar qualquer remanso,
Veneno a cada passo se destila.

E o quanto de esperança ainda alcanço,
Distante da cidade, rua ou vila
Os pés sobre estas cordas finas; tranço,
Funâmbulo insensato em vão desfila.

Ao menos quem soubesse aonde encontro
Além de tão somente desencontro
Semente que permita bela lavra.

Não pude me calar, sigo em pedaços,
Do mundo que sonhei; só meros traços,
Fazendo da esperança vã palavra...