segunda-feira, janeiro 25, 2010

23534

Entregue aos desvarios desta corja,
Bêbedo deste sangue em profusão,
Satânicas imagens, do porão
Um tempo em palidez e dor se forja.

Do cemitério faço o meu altar,
Dos mortos os caminhos que perfaço
Espectros entre túmulos abraço
Não quero e não suporto a luz solar,

Das sombras vou erguendo o meu castelo,
Das covas e masmorras, meus andores
Nefastas com certeza as vivas cores
Das sepulturas faço o meu rastelo

E morto, muito embora inda caminho;
Vagando pelas trevas, vou sozinho...