terça-feira, janeiro 26, 2010

23588

Abortando deveras a semente,
De nada me valeu o sacrifício,
À beira do terrível precipício
A morte se tornando então premente,
O fim da leda história se pressente
Aguardo tão somente o velho ofício
Da bala que penetra, este orifício
Marcando o que deveras, a alma sente.

No infausto de viver, apenas resto
Deitando este vazio que ora empresto
Ao medo feito insânia que me entranha.
A boca que me beija e agora escarra
O sol já se escondendo, escura barra,
A lua morre atrás desta montanha...