quarta-feira, janeiro 27, 2010

23618

A vida não permite que a verdade
Se mostre inteiramente, pois é nela
Que uma alma se desnuda e se revela,
Reflexo da total obscuridade.
Enquanto a fantasia nos invade
O barco da esperança abrindo a vela,
Corcel das ilusões, palavra sela
E volta num galope à imensidade.
Mas quando nos olhamos num espelho,
A farsa se mostrando por inteiro,
Não adianta mais qualquer conselho
Envelhecemos sim, e isto me basta
E o que eu pensara, um nobre cavaleiro;
Figura maltrapilha, amarga e gasta...

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