quarta-feira, janeiro 27, 2010

23627

Puseste dentro da alma um barco e um cais,
Mas nada do que pude salvaria
Quem sabe navegar, faz da alegria
Além do que queria e muito mais.
Por onde poderia, não notais
Se tudo o que pudesse em agonia
No mar de imensas dores nadaria
São sonhos mais comuns entre mortais.
E o verso se perdendo em águas turvas,
Sabendo decifrar o que nas curvas
Transforma em descaminho um bem tranqüilo,
Aonde não pusesse algum espinho,
Vergando sob o peso, vou sozinho
E as mágoas que inda restam, eu destilo...