quarta-feira, fevereiro 03, 2010

24091

Quisera ainda ter no olhar o estio
Que há tanto se perdeu num longo outono,
E quando mais distante inda ressono
Um ar primaveril, em sonhos crio.

Pudesse ter mais longe o vento frio
Que apenas traduzindo este abandono,
E quando com saudades telefono,
Respostas, não escuto; horas a fio...

Mudasses pelo menos uma vez,
O amor no qual deveras já não crês
No todo desta vida ao menos resta

Uma leda esperança e nada além,
E quando em noite escura, o sonho vem
Invés deste amargor, sorriso e festa...