segunda-feira, fevereiro 15, 2010

24819

O outono que recebo como herança
Adentrando este inverno inevitável,
O quando desejara mais amável
Não resta nem sequer mera lembrança,
Olhar que no horizonte em vão descansa
Prenunciando o gozo interminável,
Apenas um delírio descartável
Procela se resume em água mansa.
Senhoras da alegria e da tristeza,
As horas enfeitando a pobre mesa
Augúrios passageiros, maus presságios
Dos juros, dividendos; os deságios
Não causam mais sequer uma surpresa
Apenas me preparam os naufrágios.