quinta-feira, fevereiro 18, 2010

25059

Vivíamos correndo os olhos baços
Buscando uma resposta que não veio,
E quanto mais feroz o nosso anseio,
Os dias não deixaram sequer traços,

E fumo desbragado, tantos maços
E deles demoníaco incendeio
O rumo que pregaste; um tosco meio
De ter co’eternidade firmes laços.

E morto sem saber se existe vida,
Por mais que lucidez disto duvida
A fé não se calando ainda explana

A luz após o túnel noutra senda,
Que a própria natureza não desvenda,
Mas quero crer que seja soberana.