sexta-feira, fevereiro 19, 2010

25131

Carrego no meu dorso o fardo imenso
De quem tentou tramar escapatórias
Em noites tão soturnas quão inglórias
Sem ter em minhas mãos, o branco lenço.

Se às vezes no passado ainda penso
As bocas esfaimadas das memórias
Rasgando os pavilhões, matam vitórias
E assim sem ter mais nada, sigo tenso.

E em tais vicissitudes desprazeres.
Aquém do que talvez ao recolheres
Ainda imaginaras ser possível

Beber alguma gota da querência
Que morrendo ao relento em indulgência
Demonstra quanta a vida é perecível.