E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!
Augusto dos Anjos
Do quanto fora há tempos, nada resta,
Sequer algum resquício, algum sinal,
Deste banquete, nunca um comensal,
Uma iguaria a mais, sorte funesta...
E o tempo se refaz, mas nesta festa,
O tom que parecesse mais venal
Expressa o caminho natural
Enquanto o podre olor, em volta, empesta.
E quando qualquer tom de vida eu perco,
No renovável solo, em vivo esterco,
Repaginando a história que eterniza,
Laboriosamente, cada verme,
Ressuscitando o ser atroz e inerme,
Na forma tão sutil quanto imprecisa.
Na frialdade inorgânica da terra!
Augusto dos Anjos
Do quanto fora há tempos, nada resta,
Sequer algum resquício, algum sinal,
Deste banquete, nunca um comensal,
Uma iguaria a mais, sorte funesta...
E o tempo se refaz, mas nesta festa,
O tom que parecesse mais venal
Expressa o caminho natural
Enquanto o podre olor, em volta, empesta.
E quando qualquer tom de vida eu perco,
No renovável solo, em vivo esterco,
Repaginando a história que eterniza,
Laboriosamente, cada verme,
Ressuscitando o ser atroz e inerme,
Na forma tão sutil quanto imprecisa.
<< Home