Ode Às Mães de Maio
Penso no maio das mães,
Com seus filhos massacrados
Pior que fossem mil cães
Nos gritos desesperados
De quem tombou na batalha
Os mortos pela navalha
D’incompetência d’estado
Deixando esse povo refém
Do grito desesperado
Respondido por ninguém
Desse povo abandonado
Tratado qual fosse gado.
Penso nas camas vazias
Nos olhos sem amanhã
Nas teresas e marias
Vivendo a vida malsã
Esperando por seus filhos
Perdidos, fora dos trilhos.
As mães dos soldados mortos
Sem perdão e sem por que
Na visão dos homens tortos
Tentando sobreviver...
As mães que sempre sofreram
Que as esperanças perderam.
Sem poder nem apontar
Os olhos para os culpados
Que vivem para ocultar
Os desmandos desgraçados
Que tentam sempre esconder
Teimando no negar ver
Que os erros mais singulares
Cometeram, sem perdão.
Assassinando seus pares
Provocando a reação
De todos quantos conhecem
As dores que elas padecem.
As mães desses inocentes
Quatrocentos que tombaram
Nas ruas, pelas serpentes.
Que no fundo assassinaram
A todos sem exceção
Por terrível omissão.
Penso no pranto sofrido
Dessas mulheres perdidas
No terror tão desmedido
Que carregou tantas vidas
Me diga meu Deus por que
Tanta dor pra se viver...
Nos uniformes vazios
Dos soldados e operários
Nos olhos, trágicos fios.
Que ligam aos mandatários
Dos criminosos cretinos
De todos os assassinos.
Dos Pilatos que, omissos.
Permitiram tal chacina
Com seus olhos tão mortiços.
Trouxeram lá da Argentina
A visão das mães da praça
Nessa dor que não disfarça.
Nossas pobres mães paulistas
Também carregam seu fardo.
Procurando pelas listas
Onde esteja assinalado
O nome de seu rebento
Carregado pelo vento...
Se, nesse dois mil e seis,
Teceram essa mortalha;
Última, seja essa vez.
Que não repita a batalha
que nossas mães brasileiras
não merecem tais bandeiras.
Com seus filhos massacrados
Pior que fossem mil cães
Nos gritos desesperados
De quem tombou na batalha
Os mortos pela navalha
D’incompetência d’estado
Deixando esse povo refém
Do grito desesperado
Respondido por ninguém
Desse povo abandonado
Tratado qual fosse gado.
Penso nas camas vazias
Nos olhos sem amanhã
Nas teresas e marias
Vivendo a vida malsã
Esperando por seus filhos
Perdidos, fora dos trilhos.
As mães dos soldados mortos
Sem perdão e sem por que
Na visão dos homens tortos
Tentando sobreviver...
As mães que sempre sofreram
Que as esperanças perderam.
Sem poder nem apontar
Os olhos para os culpados
Que vivem para ocultar
Os desmandos desgraçados
Que tentam sempre esconder
Teimando no negar ver
Que os erros mais singulares
Cometeram, sem perdão.
Assassinando seus pares
Provocando a reação
De todos quantos conhecem
As dores que elas padecem.
As mães desses inocentes
Quatrocentos que tombaram
Nas ruas, pelas serpentes.
Que no fundo assassinaram
A todos sem exceção
Por terrível omissão.
Penso no pranto sofrido
Dessas mulheres perdidas
No terror tão desmedido
Que carregou tantas vidas
Me diga meu Deus por que
Tanta dor pra se viver...
Nos uniformes vazios
Dos soldados e operários
Nos olhos, trágicos fios.
Que ligam aos mandatários
Dos criminosos cretinos
De todos os assassinos.
Dos Pilatos que, omissos.
Permitiram tal chacina
Com seus olhos tão mortiços.
Trouxeram lá da Argentina
A visão das mães da praça
Nessa dor que não disfarça.
Nossas pobres mães paulistas
Também carregam seu fardo.
Procurando pelas listas
Onde esteja assinalado
O nome de seu rebento
Carregado pelo vento...
Se, nesse dois mil e seis,
Teceram essa mortalha;
Última, seja essa vez.
Que não repita a batalha
que nossas mães brasileiras
não merecem tais bandeiras.
<< Home