A quem interessa a virória de Lula?
Lula promove 6 milhões de eleitores para a classe C
FERNANDO CANZIANda Folha de S.PauloColaborou MATHEUS PICHONELLIda Folha de S.Paulo O governo Lula produziu uma melhora considerável na classificação econômica dos eleitores a partir de 2003, revela pesquisa Datafolha. Cerca de 6 milhões de eleitores saíram da classe D/E. A maioria migrou para a C. Praticamente a metade dos 125,9 milhões de eleitores (49%) considera hoje que sua situação econômica vai melhorar.Ao mesmo tempo, houve um aumento no consumo, sobretudo de alimentos --37% dos eleitores passaram a consumir mais desde 2003. A melhora na renda se dá por uma combinação de cenário econômico positivo e forte aumento do gasto público dirigido aos mais pobres. Na contramão, há queda nos investimentos em infra-estrutura e dúvidas sobre a sustentabilidade da atual política "pró-pobres".Além disso, os maiores aumentos na renda estão, na verdade, concentrados entre os que têm aplicações financeiras. Mas, em termos gerais, nunca foi tão baixo, desde 1994, o percentual de brasileiros que reclama da insuficiência do seu poder aquisitivo. Hoje, 28% acham "muito pouco" o que a família ganha. Eles somavam 45% antes da posse de Luiz Inácio Lula da Silva. O Datafolha ouviu 2.828 eleitores no país entre 28 e 29 de junho, quando pesquisou a intenção de voto à Presidência.No levantamento, Lula (PT) aparece com 46% e Geraldo Alckmin (PSDB), com 29%. A melhora no consumo e nas expectativas dos eleitores mais pobres explica em grande medida o favoritismo do petista, que hoje venceria no 1º turno. A pesquisa também questionou hábitos de consumo, percepção da situação econômica, nível de renda, posse de bens e condições de moradia. Foi considerado ainda o grau de escolaridade do chefe da família.O cruzamento dos dados permite agrupar os entrevistados em três classes: A/B (48% têm renda familiar mensal superior a cinco salários mínimos), C (68% têm renda de até três mínimos) e D/E (86% têm renda de até dois mínimos). Um dos principais resultados do levantamento é que o total de eleitores na classe D/E diminuiu de 46% para 38% entre outubro de 2002 e agora. A classe C inchou, passando de 32% para 40%. Já a classe A apenas variou de 20% para 22% --dentro da margem de erro da pesquisa, de dois pontos percentuais para mais ou menos. São justamente as classes D/ E e C que concentram as maiores taxas de intenção de voto em Lula: 54% e 44%, respectivamente; contra 34% na A/B.A pesquisa também questionou os eleitores sobre a participação em programas sociais do governo, como o Bolsa-Família. Os maiores aumentos de consumo (de alimentos, CDs piratas ou perfume, por exemplo) foram detectados entre membros da classe C que participam ou que têm alguém da família incluído nos programas. Entre esses eleitores, 52% consumiram mais alimentos nos últimos três anos, contra 37% na média geral. Os menores percentuais de aumento de consumo foram detectados na classe D/E.Mesmo assim, é aí que está concentrada a maior força eleitoral de Lula e, segundo algumas análises, a maior taxa de aumento da renda nos últimos anos. Dentre os D/E que participam de algum programa social, Lula chega a ter 65% da preferência dos eleitores, contra 27% de Alckmin. Os D/E e C também são os mais otimistas em relação ao futuro.
A quem interessa a vitória de Lula?
Essa pesquisa parece esclarecer esta pergunta. A imensa maioria da população brasileira não lê jornais, não tem acesso à Internet, não pode assinar as revistas de “informação” e análise política.
Nosso povo, em sua maioria, ao final do governo passado, com uma inflação ascendente, o custo de vida explodindo, a fome e o endividamento do país chegando a índices recordes, contando com um salário mínimo de praticamente cinqüenta dólares, estava sem esperanças.
Esse fato não tem como ser negado, pois contra fatos os argumentos se esvaziam.
Através das fronteiras escancaradas, a evasão de divisas estava levando o Estado Brasileiro a uma situação falimentar.
Com a administração atual, isso tudo mudou.
Obviamente, temos os escândalos de corrupção que atingem, tanto parte do governo quanto da oposição, não sendo um ato isolado do Governo; envolvendo parlamentares de todos os partidos políticos.
Isso é grave e deve ser além de esclarecido, punido. E isso também é de importância maior para o povo, mas o preço do arroz, do feijão, do cimento, entre outras coisas, têm peso mais significativo.
Vendo pelo prisma da população mais carente, o Governo anterior foi criminoso, deixando os mais carentes à míngua.
Obviamente, a vitória de Lula interessa diretamente a essa camada da população brasileira que é, indubitavelmente, a mais numerosa.
Com relação à classe média, em nível de profissionais liberais, o aumento percentual da classe C, faz com que os consultórios médicos e odontológicos aumentem o número de pacientes particulares; o mesmo se repetindo com outros profissionais.
Se pensarmos, o aumento de dinheiro circulando, com o aumento de consumo, está gerando mais empregos em nível de indústria, com melhora das vendas tanto a nível interno quanto externo, esses dados não podem ser negados.
Portanto, a vitória de Lula não contraria nem o setor terciário nem o secundário da população.
Os créditos para os pequenos agricultores, permitindo a sobrevivência destes, faz com que possamos afirmar que, para a maior parte dos minifundiários e médios proprietários, a vitória de Lula interessa.
O mesmo não se pode dizer com relação aos grandes latifundiários, a maior parte deles acostumados com as benesses dos governos anteriores, mestres no financiamento de Grandes Proprietários a tempo perdido, como outrora no “Escândalo da mandioca”, lembram-se?
Mas, existe uma parte da população muito saudosa dos “bons tempos”, em que a impunidade estava oficializada, a partir da proibição governamental das investigações sobre denúncias feitas contra órgãos públicos.
Não vou usar a leviandade de grupos de “ataque” desta turma que acusa a quem é simpático ao governo de ladrões, de corruptos, entre outras ofensas. Prefiro denominá-los de inocentes úteis.
Uma outra parcela, subitamente atacada pelo vírus da “moralidade”, argumentam que esse é o “governo com o maior escândalo de corrupção de todos os tempos”. A mentira repetida à exaustão pode virar verdade, mas isso ocorre comumente com os néscios.
A empregada que permite a limpeza da casa, por acaso é responsável pela poeira que sobe, quando a anterior escondia para debaixo do tapete?
Isso é de uma falta de argumentação exemplar.
Aconselho a esse pessoal procurar um espelho, onde verão a verdadeira face estampada. A esses posso denominar de “bobos da corte”. Repetem tudo que os coronéis dizem, as reflexões não passam de reflexos medulares, portanto sem passagem pela massa cinzenta.
Exemplam a falta de capacidade analítica e opinativa.
Outros apresentam a verdadeira face do preconceito, da discriminação e da segregação. A esses, nada a dizer.
O que falar para este tipo de gente?
Nada, sinceramente, nada...
Quando vejo postado, em alguns lugares, comparações entre Lula e Hitler, não dá para comentar isso.
Uma coisa resta de consolo, com o crescimento proporcional da classe média, ou classe C, conforme queiram, há uma possibilidade de um aumento de vendas das Vejas, Folhas, Estadões, etc...
Aí, quem sabe, a tática titica usada para tentar inibir a classe média de pensar, pode dar resultados.
Em 2010, quem sabe?
FERNANDO CANZIANda Folha de S.PauloColaborou MATHEUS PICHONELLIda Folha de S.Paulo O governo Lula produziu uma melhora considerável na classificação econômica dos eleitores a partir de 2003, revela pesquisa Datafolha. Cerca de 6 milhões de eleitores saíram da classe D/E. A maioria migrou para a C. Praticamente a metade dos 125,9 milhões de eleitores (49%) considera hoje que sua situação econômica vai melhorar.Ao mesmo tempo, houve um aumento no consumo, sobretudo de alimentos --37% dos eleitores passaram a consumir mais desde 2003. A melhora na renda se dá por uma combinação de cenário econômico positivo e forte aumento do gasto público dirigido aos mais pobres. Na contramão, há queda nos investimentos em infra-estrutura e dúvidas sobre a sustentabilidade da atual política "pró-pobres".Além disso, os maiores aumentos na renda estão, na verdade, concentrados entre os que têm aplicações financeiras. Mas, em termos gerais, nunca foi tão baixo, desde 1994, o percentual de brasileiros que reclama da insuficiência do seu poder aquisitivo. Hoje, 28% acham "muito pouco" o que a família ganha. Eles somavam 45% antes da posse de Luiz Inácio Lula da Silva. O Datafolha ouviu 2.828 eleitores no país entre 28 e 29 de junho, quando pesquisou a intenção de voto à Presidência.No levantamento, Lula (PT) aparece com 46% e Geraldo Alckmin (PSDB), com 29%. A melhora no consumo e nas expectativas dos eleitores mais pobres explica em grande medida o favoritismo do petista, que hoje venceria no 1º turno. A pesquisa também questionou hábitos de consumo, percepção da situação econômica, nível de renda, posse de bens e condições de moradia. Foi considerado ainda o grau de escolaridade do chefe da família.O cruzamento dos dados permite agrupar os entrevistados em três classes: A/B (48% têm renda familiar mensal superior a cinco salários mínimos), C (68% têm renda de até três mínimos) e D/E (86% têm renda de até dois mínimos). Um dos principais resultados do levantamento é que o total de eleitores na classe D/E diminuiu de 46% para 38% entre outubro de 2002 e agora. A classe C inchou, passando de 32% para 40%. Já a classe A apenas variou de 20% para 22% --dentro da margem de erro da pesquisa, de dois pontos percentuais para mais ou menos. São justamente as classes D/ E e C que concentram as maiores taxas de intenção de voto em Lula: 54% e 44%, respectivamente; contra 34% na A/B.A pesquisa também questionou os eleitores sobre a participação em programas sociais do governo, como o Bolsa-Família. Os maiores aumentos de consumo (de alimentos, CDs piratas ou perfume, por exemplo) foram detectados entre membros da classe C que participam ou que têm alguém da família incluído nos programas. Entre esses eleitores, 52% consumiram mais alimentos nos últimos três anos, contra 37% na média geral. Os menores percentuais de aumento de consumo foram detectados na classe D/E.Mesmo assim, é aí que está concentrada a maior força eleitoral de Lula e, segundo algumas análises, a maior taxa de aumento da renda nos últimos anos. Dentre os D/E que participam de algum programa social, Lula chega a ter 65% da preferência dos eleitores, contra 27% de Alckmin. Os D/E e C também são os mais otimistas em relação ao futuro.
A quem interessa a vitória de Lula?
Essa pesquisa parece esclarecer esta pergunta. A imensa maioria da população brasileira não lê jornais, não tem acesso à Internet, não pode assinar as revistas de “informação” e análise política.
Nosso povo, em sua maioria, ao final do governo passado, com uma inflação ascendente, o custo de vida explodindo, a fome e o endividamento do país chegando a índices recordes, contando com um salário mínimo de praticamente cinqüenta dólares, estava sem esperanças.
Esse fato não tem como ser negado, pois contra fatos os argumentos se esvaziam.
Através das fronteiras escancaradas, a evasão de divisas estava levando o Estado Brasileiro a uma situação falimentar.
Com a administração atual, isso tudo mudou.
Obviamente, temos os escândalos de corrupção que atingem, tanto parte do governo quanto da oposição, não sendo um ato isolado do Governo; envolvendo parlamentares de todos os partidos políticos.
Isso é grave e deve ser além de esclarecido, punido. E isso também é de importância maior para o povo, mas o preço do arroz, do feijão, do cimento, entre outras coisas, têm peso mais significativo.
Vendo pelo prisma da população mais carente, o Governo anterior foi criminoso, deixando os mais carentes à míngua.
Obviamente, a vitória de Lula interessa diretamente a essa camada da população brasileira que é, indubitavelmente, a mais numerosa.
Com relação à classe média, em nível de profissionais liberais, o aumento percentual da classe C, faz com que os consultórios médicos e odontológicos aumentem o número de pacientes particulares; o mesmo se repetindo com outros profissionais.
Se pensarmos, o aumento de dinheiro circulando, com o aumento de consumo, está gerando mais empregos em nível de indústria, com melhora das vendas tanto a nível interno quanto externo, esses dados não podem ser negados.
Portanto, a vitória de Lula não contraria nem o setor terciário nem o secundário da população.
Os créditos para os pequenos agricultores, permitindo a sobrevivência destes, faz com que possamos afirmar que, para a maior parte dos minifundiários e médios proprietários, a vitória de Lula interessa.
O mesmo não se pode dizer com relação aos grandes latifundiários, a maior parte deles acostumados com as benesses dos governos anteriores, mestres no financiamento de Grandes Proprietários a tempo perdido, como outrora no “Escândalo da mandioca”, lembram-se?
Mas, existe uma parte da população muito saudosa dos “bons tempos”, em que a impunidade estava oficializada, a partir da proibição governamental das investigações sobre denúncias feitas contra órgãos públicos.
Não vou usar a leviandade de grupos de “ataque” desta turma que acusa a quem é simpático ao governo de ladrões, de corruptos, entre outras ofensas. Prefiro denominá-los de inocentes úteis.
Uma outra parcela, subitamente atacada pelo vírus da “moralidade”, argumentam que esse é o “governo com o maior escândalo de corrupção de todos os tempos”. A mentira repetida à exaustão pode virar verdade, mas isso ocorre comumente com os néscios.
A empregada que permite a limpeza da casa, por acaso é responsável pela poeira que sobe, quando a anterior escondia para debaixo do tapete?
Isso é de uma falta de argumentação exemplar.
Aconselho a esse pessoal procurar um espelho, onde verão a verdadeira face estampada. A esses posso denominar de “bobos da corte”. Repetem tudo que os coronéis dizem, as reflexões não passam de reflexos medulares, portanto sem passagem pela massa cinzenta.
Exemplam a falta de capacidade analítica e opinativa.
Outros apresentam a verdadeira face do preconceito, da discriminação e da segregação. A esses, nada a dizer.
O que falar para este tipo de gente?
Nada, sinceramente, nada...
Quando vejo postado, em alguns lugares, comparações entre Lula e Hitler, não dá para comentar isso.
Uma coisa resta de consolo, com o crescimento proporcional da classe média, ou classe C, conforme queiram, há uma possibilidade de um aumento de vendas das Vejas, Folhas, Estadões, etc...
Aí, quem sabe, a tática titica usada para tentar inibir a classe média de pensar, pode dar resultados.
Em 2010, quem sabe?
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