Criaturas
Nunca ninguém que te conhece, pensa;
Nas tuas cicatrizes, nos teus lanhos...
Éramos, sem sabermos, dois estranhos,
A quem a morte sorria, clara, densa...
Vivíamos em fuga, atroz ofensa,
Computando agonias como ganhos...
Me embebia nos teus olhos castanhos,
Não sabia sequer, nem ter descrença,
E lavava minh’alma em fastio,
Deixava-me levar, pútrido rio,
Sem pensar que as correntes me sugavam...
Tuas linfas, qual ninfas, me excitaram,
Em andrajos, depois, nada deixaram,
Criaturas insólitas, s’amavam...
Nas tuas cicatrizes, nos teus lanhos...
Éramos, sem sabermos, dois estranhos,
A quem a morte sorria, clara, densa...
Vivíamos em fuga, atroz ofensa,
Computando agonias como ganhos...
Me embebia nos teus olhos castanhos,
Não sabia sequer, nem ter descrença,
E lavava minh’alma em fastio,
Deixava-me levar, pútrido rio,
Sem pensar que as correntes me sugavam...
Tuas linfas, qual ninfas, me excitaram,
Em andrajos, depois, nada deixaram,
Criaturas insólitas, s’amavam...
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