terça-feira, setembro 12, 2006

Taxidermia

No teu ateliê, refaço a vida,
Nos detalhes sutis, nos mais profundos.
Teus dedos na magia, novos mundos
Desfilam nesses corpos, na esquecida

Arte. Pois professaste da ferida,
A grandeza estrelar. São nauseabundos
Para quem não conhece; rasos, fundos,
Beleza transportada em cruel lida...

Bisturis, as tenazes, a costura;
As pinças, as lembranças, vida dura...
E negas, no trabalho a velha dita...

Refazes o que fora vida morta,
Semideus, tens nas mãos, a nova porta,
Nas suas mãos, da morte ressucita...