terça-feira, novembro 21, 2006

Mara

Mara: Amargo, amargosa


A vida tão amarga em sangue já me pinta,
Trazendo em sua senda o gosto do perigo.
Passei a vida inteira esperando um abrigo,
No sangue em minha veia, escassa e pouca tinta.

A chama desse amor, há muito está extinta;
Procuro por carinho, embalde, não consigo.
Embora dura a sina, aos trancos vou, prossigo...
Só peço: amarga vida, iluda mas não minta...

A noite desdenhosa, ardendo em fogo brando,
No pesadelo amaro, a vida vai passando.
Amor, eu desconfio, uma jóia bem rara...

Quem dera, nessa guerra, um resto de vitória,
Seria, p’ra quem luta, a mais imensa glória.
Distante disso tudo, amarga, espreita Mara...