quinta-feira, fevereiro 04, 2010

24163

A sorte que me fez desencantado
Com tudo o que percebo dia a dia,
Meu verso se pudesse moldaria
Um tempo bem diverso; ledo Fado.
O que já se proscreve, diz passado,
Mas dele um novo ciclo se recria,
Trazendo ao velho porto esta agonia
Do barco que se fez mal ancorado.
Presumo deste insumo o que se esfuma
E bebo com certeza desta espuma
Aonde a podridão de um velho encanto
Brindando em raros copos de cristal
Agora o que concebo é frágil nau
Salgando o mar vazio em tosco pranto...