sexta-feira, fevereiro 05, 2010

24192

Magérrima esperança se descarna
E quando se mostrar a face escura
Da vida que deveras vã perdura,
Minha alma em podridão, terrível sarna
E quando a fantasia ainda encarna
Navego pelo mar que se procura
Trazendo a paz; diversa da moldura
Que em turva servidão, já desencarna;
Pudesse uma alforria em luz suprema,
Mas quando a dor imensa assim se extrema
Não tendo solução, procuro a morte
Que ao menos trague o encanto do não ter
Nem dores, sofrimentos ou prazer
E mostre este vazio que conforte...