sábado, fevereiro 13, 2010

24744

Bem sabes que não tenho mais futuro
Depois de tanto tempo em solidão
A sorte se guardando num porão
Saltando a cada passo um novo muro,
E tudo o que se fez deveras juro
Transcende aos meus desejos que trarão
Esta aridez perene de um sertão
Sem ter sequer desejo nem apuro.
Galante realidade está desfeita
Enquanto a dor mordaz já se deleita
Algoz de meus caminhos, luz insana,
Mesquinhos os delírios contumazes
Aquém desta ilusão que ainda trazes
Enquanto a falsa paz ilude e engana.