terça-feira, fevereiro 16, 2010

24927 e 24928

O rei que nunca veio foi deposto
Durante as tempestades golpe insano
E quando se fizesse sem engano
O quadro consumado assim exposto
E tudo que talvez houvesse posto
Não deixa qualquer dúvida e, profano
Aquele que já fora soberano
Agora perambula, vento em rosto.
Atravessando ruas e favelas,
Assim nosso destino também selas
Entranhas em meu corpo qual Mefisto,
E tudo o que talvez ainda queira
Não deixa nova senda, a derradeira
E após a tempestade enfim, desisto.




Contraio cada músculo do rosto
E tento preservar a minha história
Entrego ao Meu Senhor cada vitória
E sei que depois dela algum desgosto,
Vivendo sem temores sigo exposto
À sorte que produz relento e escória
Apenas não suporto mais vanglória
A vida se permite ao vão encosto.

Residualmente colho o dissabor
Aonde se fizesse algum louvor
Esboço no final a reação
Sabendo que antagônicos caminhos
Farão dos caminheiros, que sozinhos
Já sabem que jamais retornarão.