Cansado de chorar pelas estradas,
Exausto de pisar mágoas pisadas,
Hoje eu carrego a cruz das minhas dores!
Augusto dos Anjos
CANSAÇO!
Cansada vou levando a cruz das minhas dores,
Pisando as minhas mágoas, dissabores tantos,
Na alfombra dos meus prados tristes, sem verdores,
Aonde jazem os sonhos meus, os meus encantos...
A minha vida é jardim sem cor, olores...
Distante vou perdida nestes meus recantos,
A ruminar as minhas mágoas, dissabores,
Secando as relvas verdes com meus tristes prantos...
Em minha estrada não diviso qualquer luz!
E nada vejo além de minhas próprias fráguas...
Repiso a minha dor, morrendo dentro em mim!
E repisando meus caminhos sigo assim,
Exausta de chorar, cansada dessas mágoas,
A carregar, de minhas dores, essa cruz!
Edir Pina de Barros
Ao longo desta via sem saída
E nela me entranhando inteiramente,
O corpo traduzindo a rude mente
E rudemente vejo a parca vida.
Imagem da alma atroz e carcomida
Apodrecida e etérea, não desmente,
E sigo em desalento, impunemente,
Marcando o quanto a sorte dilapida.
Aonde se esperasse algum abrigo,
Somente se percebe este jazigo
E nele este silêncio sepulcral,
A tétrica figura desumana
Que a cada novo passo mais se dana
Embora seja um fato natural.
Exausto de pisar mágoas pisadas,
Hoje eu carrego a cruz das minhas dores!
Augusto dos Anjos
CANSAÇO!
Cansada vou levando a cruz das minhas dores,
Pisando as minhas mágoas, dissabores tantos,
Na alfombra dos meus prados tristes, sem verdores,
Aonde jazem os sonhos meus, os meus encantos...
A minha vida é jardim sem cor, olores...
Distante vou perdida nestes meus recantos,
A ruminar as minhas mágoas, dissabores,
Secando as relvas verdes com meus tristes prantos...
Em minha estrada não diviso qualquer luz!
E nada vejo além de minhas próprias fráguas...
Repiso a minha dor, morrendo dentro em mim!
E repisando meus caminhos sigo assim,
Exausta de chorar, cansada dessas mágoas,
A carregar, de minhas dores, essa cruz!
Edir Pina de Barros
Ao longo desta via sem saída
E nela me entranhando inteiramente,
O corpo traduzindo a rude mente
E rudemente vejo a parca vida.
Imagem da alma atroz e carcomida
Apodrecida e etérea, não desmente,
E sigo em desalento, impunemente,
Marcando o quanto a sorte dilapida.
Aonde se esperasse algum abrigo,
Somente se percebe este jazigo
E nele este silêncio sepulcral,
A tétrica figura desumana
Que a cada novo passo mais se dana
Embora seja um fato natural.
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