quinta-feira, agosto 03, 2006

Soneto

Eu tanto que te quero e não te tenho,
Não consigo vencer os meus temores,
Se vou te procurando, fecho o cenho,
Não quero ser jardim sem belas flores,

Não peço nada, perco o que não tenho,
A vida, transformada nos horrores
Da perda, dessa ausência, traz seu lenho,
Cortando, decepando meus amores...

Teimo em tentar saber felicidade,
Não me importa mais nada, solitário,
Não quero nem tentar outra cidade.

Nem ser motivo desse riso hilário,
O mundo vai passando sem alarde,
O tempo vai cortando o calendário...