Tucanolândia - Capítulo 28 - Do Espírito Olímpico de Dom Gerald Aidimin
Tucanolândia era um exemplo de divisão de riqueza, conseguira sempre uma medalha nas Olimpíadas das Injustiças Sociais, quando não era de ouro, faturava, no mínimo, uma de bronze.
Outros esportes que davam destaque ao desempenho tucanolandês eram o futebol e o voleibol, além do automobilismo e do iatismo.
A começar por aí, dá para perceber o quanto havia uma salutar diversidade social no Reino.
Essas conquistas esportivas davam um orgulho gigantescos aos súditos do Reino e isso era uma das molas propulsoras do “orgulho de ser tucanolandês”.
Frases como “Tucanolândia: ame-a ou deixe-a”, “O tucanolandês é, antes de tudo, um forte”, criaram um sentimento de amor à pátria invejável.
Isso era histórico, desde a conquista da Copa do Mundo de Futebol, na década de cinqüenta, todas as vitórias do Reino era motivo de orgulho nacional.
Um dos campeonatos tinha sido perdido, fazia algum tempo, o da mortalidade infantil, o que decepcionara um pouco os orgulhosos tucanolandeses.
Dom Gerald Aidimin sabia desse sentimento nacional e não queria atrapalhar nem impedir que o povo de Saint Paul ostentasse, com alegria, a pecha de, junto com as outras províncias, Superastros da Desigualdade Social.
Durante o período entre 2001 e 2004, quando presidente da província de Saint Paul, Gerald obteve um excesso de arrecadação que beirou, na soma, o total de doze bilhões de reais.
Mas, altruísta como ele só e pensando na alegria e orgulho do seu povo, deixou de investir o que havia sido previsto em ações sociais.
Percebe-se, sutilmente, o quanto esse homem ama seu povo. Venhamos e convenhamos, imagina só se ele tivesse gasto mais com as áreas sociais da província.
Isso poderia ter tirado do Reino de Tucanolândia ou, pelo menos, da província de Saint Paul, a chance de ser campeoníssimo no campeonato mundial de Injustiça Social, para desespero de seu povo.
É por essas e outras ações que imagino a maravilha de Gerald Aidimin no Governo do Reino da Tucanolândia. O povo faminto do reinado poderá, com todo o orgulho do mundo, ostentar, no peito tuberculoso ou na barriga cheia de vermes, a medalha de ouro.
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