terça-feira, fevereiro 02, 2010

24045

Depois da tempestade apenas este ultraje
Aonde a boca amarga espera um beijo ameno,
E quando não dispondo ainda me sereno,
Em drágeas vejo o mundo, e visto o velho traje.

Cascata da emoção não vale quem não age
E muda a velha face em busca do veneno
E quando com futuro ao tolo mesmo aceno
A serpe se disfarça e assim cedo interage

Não posso desfrutar delírios da peçonha,
Pois quanto mais se quer, entorpecido sonha
E volto ao mesmo mote: amor e dor, dormência

Ao fundo a mesma e velha audácia do poeta
Que enfrentando a maré, na fúria se completa
Não tendo quem disfarce uma alma então; convence-a;