quinta-feira, fevereiro 04, 2010

24165

Pudesse nalgum canto o canto à vida,
Mas sei que o desencanto prevalece,
E sendo o que me resta, alguma prece
Expressa a solução em despedida.
Não tendo mais poder que dê guarida
A quem não crê, sem fé desobedece,
A teia que este mundo agora tece,
Expõe do próprio ser funda ferida.

Carcaça do que eu quis fosse mutante
Por mais que minha voz inda levante
Ninguém escutaria um tosco brado

De quem vivendo as dores do seu tempo,
Morrendo a cada novo contratempo,
Procura reviver treva e passado...