segunda-feira, fevereiro 15, 2010

24829

As noites são vazias, ocas, nuas
E trazem aos olhares treva e medo
E a cada passo ainda em vão concedo
A sorte pela qual ao léu atuas,
Algozes de nós mesmos. Continuas
Vivendo do que fora noutro enredo
Além do que talvez não queira e cedo
Andando sem destino, tantas ruas.
Acendo outro cigarro e bebo mais
Encontro da esperança, os seus portais
E adentro sem saber se existe fim.
Mas quando te percebo noutra rota
A vida que sonhara se desbota
Matando o que restara dentro em mim.