terça-feira, fevereiro 16, 2010

24930

Adentro nos bueiros vou ao nada,
Retorno ao habitat de onde surgira
Expondo em tal nudez, incêndio e pira
A porta há tanto tempo destravada
Espero novamente uma guinada,
Por mais que noutro canto a voz atira
A sorte desmembrando ainda fira
O velho caminheiro, na alvorada.
Assisto ao funeral de uma esperança
E quando à morte a sanha já se lança
Arquétipos de sonhos são inúteis,
Assim meus versos morrem junto a mim,
Nesta aridez imensa, o meu jardim
Entranha-se de luzes foscas, fúteis.