domingo, julho 16, 2006

Do Terrorismo

A invasão do sul libanês por Israel é injustificável. Tal atitude de declaração de guerra a um país vizinho, sob a justificativa de retaliação contra um grupo terrorista, transforma Israel em um Estado Terrorista.
Não concordo com as ações do grupo terrorista Hizbollah, longe disto; já que tenho em mente que as soluções pacíficas são as melhores para qualquer tipo de conflito, mas não posso conceber a invasão de um país livre, sob qualquer argumento.
O risco de uma eclosão de violência na região é iminente, podendo transformar o conflito em uma guerra de proporções comparáveis a de 1973, com a geração de uma crise internacional de resultados imprevisíveis.
Paralelamente a isso, a invasão do território palestino pelo mesmo estado Israelita, me faz crer que a paz no Oriente Médio é utópica, puramente utópica.
A reação do Governo Norte americano era de se esperar, já que a interação entre os povos vem de longa data, sendo Israel, o principal aliado norte-americano no Oriente Médio.
Assim como a tímida reação da ONU, desmoralizada e desacreditada desde o início da Guerra do Iraque.
Sou favorável à autodeterminação dos povos, visceralmente favorável.
Acreditando que cada povo tem direito à sua pátria, tal qual o povo judeu tem, vítima por milhares de anos da discriminação e da escravização; mas um erro não justifica outro.
Aliás, a reação do Império Norte Americano neste caso, me remete a outras situações onde as operações dos yankees se mostraram totalmente desastrosa, como no Vietnã, na Coréia e no sudoeste asiático, levando alguns povos à beira da miséria, como no Camboja e no Laos.
A ação imperialista americana nos leva também a pensar na ação européia sobre a colonização africana, quando a divisão de países não respeitou diferenças nem de povos, nem de nações, assim como de idioma e cultura.
A África ainda é um continente com fronteiras a serem refeitas, assim como a própria Europa refez as suas até os dias de hoje, com a independência de Montenegro, por exemplo, e as guerras na Chechênia e em Kosovo, territórios ainda sob custódia e de futuro incerto.
Recordo-me das ações criminosas do Estado Terrorista de Israel sobre os povos que mantém sob domínio, tão imperialista quanto qualquer potência da história.
Assim como, nos últimos anos do milênio passado, a ação dos governos norte americanos sobre o Oriente Médio, levando às intervenções desastrosas no Afeganistão e no Iraque, culminando com a invasão desses países e a criação e fomento da guerrilha e do terror.
Não podemos nos esquecer, também, da ação intervencionista e criminosa dos EUA sobre o Panamá e a Nicarágua, isso sem falar sobre Cuba, Filipinas etc.
Temos também, na nossa História, a amarga e cruel invasão do Paraguai, com efeitos deletérios insuperáveis sobre o povo vizinho.
A exploração vergonhosa dos povos mais fragilizados pelas potências mundiais ou regionais é uma constante na História do Homem.
Os pontos de tensão, como no Tibet, não escolhem ideologia nem culturas; sendo inerente ao ser Humano, desde a origem da espécie, dividida em clãs rivais.
Nesse ponto, desde o início da civilização até os dias de hoje, muito pouco evoluímos, sendo necessária uma reavaliação do papel das Organizações Regionais, como a OEA, a OTAN e a ONU neste campo importantíssimo para a organização da Humanidade.
Temos que tentar nos reavaliar e perceber até que ponto nós mudamos, desde o início até hoje. E como e onde poderemos agir para mudar essa realidade.
Quem gerou a crise na Coréia do Norte foi quem criou a Coréia do Norte, ou seja, o imperialismo soviético e norte americano que hoje posa de “moralizador” sobre o mesmo monstro que gerou.
Os atos de terrorismo feitos pelo estado israelense e os feitos pelos governos norte americano, russo, chinês e outros se diferenciam em que dos atos feitos por grupos não governamentais, como as FALC, a Al Kaeda, Hizbollah, entre outros?
É muito engraçado o Presidente Norte Americano agir como terrorista, em nome do combate ao terrorismo...
Aliás, qual o nome que poderemos dar às ações da CIA na América Latina nas décadas de 60 e 70?
A necessidade de uma noção mais clara de civilização se faz imperativa.
O novo mundo que queremos, justo e igualitário passa, obrigatoriamente pela ruptura do homem com suas raízes imperialistas, escravagistas e belicosa.
A utopia da igualdade, liberdade e fraternidade, que nos remonta a cada 14 de julho, na revolução francesa, ainda está tão distante como sempre foi, apesar da famosa “globalização” que é mais uma palavra sem sentido, apenas e tão somente um termo virtual...