domingo, janeiro 24, 2010

23382

A fera que em minha alma não sossega
Restando neste canto; atocaiada,
Depois de tanto encanto sobra o nada,
Vazio que esperança não navega.

Perdesse as ilusões, seguisse cega
Minha alma pela sorte abandonada,
O amor jamais se deu à minha alçada
Pudesse ter ao menos uma entrega

Aonde decifrasse estes enredos,
Porém deste vazio, meus segredos,
Num cofre que se expõe às tempestades.

Mudando ao fim o rumo deste Fado,
Deixasse para trás terror e enfado,
Por mais que a realidade tu degrades...