domingo, janeiro 24, 2010

23391

A face miserável da verdade
Expondo em cada ruga o tempo atroz,
Que doma e toma o rumo e nos invade,
Calando pouco a pouco a nossa voz.

Quem dera se tivesse a qualidade
De ter em minhas mãos o mundo após
Vivenciar a dor da tempestade
Que ataca em persistência a todos nós

Volvendo ao meu princípio em carrossel,
Mas quando já cumprido o meu papel
Somente a morte trama algumas fugas,

Durante os meus momentos terminais,
Lembrando dos instantes germinais,
O espelho dita o Fado exposto em rugas.