domingo, janeiro 24, 2010

23385

Descendo ao mais profano e escuro vale
Encontro os meus fantasmas e os devoro.
Volvendo a superfície em fogo e cloro
Sem nada que inda impeça ou quem me fale

Do quanto esta emoção de nada vale,
No verso mais sensato ainda imploro
Em tanto desapego me decoro
Por mais que no costado o açoite estale.

Esquálida figura; em vão prossigo,
Fazendo de minha alma o esconderijo,
Ao vento suplicando a paz erijo

E o tempo me condena ao desabrigo,
Mergulho sem defesas neste abismo,
E espero novamente um cataclismo...