quarta-feira, junho 07, 2006

Notícia Urgente SOBRE A GRIPE AVIÁRIA

Notícia Urgente que vem de Brasília, dá a dimensão da epidemia que ameaçava atacar o Brasil, mas foi estancada pela descoberta de um antídoto eficaz:

Segundo nosso correspondente em Brasília, o foco de gripe aviária detectado em Brasília foi debelado. Restando apenas alguns poucos contaminados que estão sendo isolados e, desta forma, cada vez mais enfraquecido.

A gripe aviária, ao contrário do que se pensa, teve seu primeiro foco epidêmico localizado no Brasil, na década de 90, com uma forma mais branda, mas altamente lesiva.

Essa epidemia deu-se com a contaminação de uma ave da fauna nativa brasileira, o Ramphastos toco, ave da ordem dos Piciformes e da família dos Ramphastidae. Ele é um animal onívoro, alimenta-se de insetos, lagartos, ovos, filhotes de outros pássaros e, principalmente, frutas. Seu hábito alimentar é diurno.

E, com esse hábito deletério para a natureza, de se alimentar de seres indefesos, como os filhotes de outros, criou um ambiente propício para a destruição da fauna, tanto selvagem quanto civilizada, destruindo o futuro de muitos.

A contaminação, através das fezes da subespécie latrus, a mais freqüentemente encontrada dentre as outras subespécies, as quais iremos abordar em seguida, nos leva a uma dimensão do potencial destrutivo desse animal.

Durante oito anos, esta ave, pode-se dizer tranqüilamente, de rapina, levou à miséria grande parte da fauna brasileira, inclusive com a destruição dos ninhos onde se encontravam a maior parte da população.

Porém, há mais ou menos três anos e meio, com a reprodução dos representantes da classe,Cephalopoda subclasse Coleoidea, ordem Teuthida, que inclui duas subordens, Myopsina e Oegopsyna, os pássaros contaminados passaram a perder a capacidade de destruir os ninhos alheios.

No ano passado, houve um recrudescimento da virose, contaminando outra subespécie, a vulgaris, de características mais agressivas, chegando a agredir outros espécimes dentro do próprio ninho.

Mas a associação dos da classe Cephalopoda, ordem Octopoda, parentes muito proximos dos Teuthida supra citados, a epidemia se tornou, para alívio de todos, improvável.

O fato de ter-se debelado essa ameaça ao país e à humanidade deve ser comemorado por todos; embora a contaminação pelas fezes dos animais possa ter deixado alguns, com uma forma crônica da doença. Forma essa que precisa de tratamento contínuo, para que as recaídas não ocorram.

DE BÓIAS FRIAS E BÓIAS QUENTES

O vírus da política ataca algumas pessoas em fases bem distintas da vida.

Conheci, em Minas Gerais, um médico desses antigos, da época onde ainda não existiam hospitais na maioria das pequenas cidades, quando a medicina era exercida quase que artesanalmente, sem laboratórios nem exames complementares mais efetivos.

Esse colega, já beirando os setenta anos de idade, pertencia a essa fase naquela cidadezinha bucólica.

Tinha como característica, o fato de prescrever medicamentos de há muito abandonados e substituídos por outros, sem que o abandonado médico, sem contacto com revistas e muito menos representantes de laboratórios e menos ainda com as notícias mais recentes da medicina, tivesse buscado qualquer atualização.

Outra característica que lhe era peculiar era o hábito de construir e destruir e reconstruir várias vezes a casa onde morava e onde era seu consultório e até centro cirúrgico, onde fazia pequenas, médias e até, ousadamente, cirurgias de maior porte.

Com o detalhe de ser, ao mesmo tempo, cirurgião, anestesista e parteiro, contando somente com o apoio de um atendente de enfermagem cujo apelido era bem sugestivo: “Peremo”.

Ao procurar saber a origem do apelido, alguns amigos foram bem objetivos – seu apelido derivava da resposta que dava quando alguém lhe perguntava como tinha sido seu dia de trabalho- “Peremo duas pendicite e uma ursa no istombo!”

Esse médico, durante sua vida de dedicação ao município, teve participação efetiva na construção do primeiro posto de saúde, no hospital municipal, na criação do Ginásio Estadual e depois na “Escola Estadual de primeiro e segundo graus”.

A construção do Clube Recreativo da cidade também fora idéia sua.

Portanto, quando jovem, tinha tudo para se candidatar com êxito ao cargo de Prefeito, mas não o fizera, deixando que a idéia fosse aflorar na sua maturidade.

Ao se aposentar, acreditando no poder que julgava ter sobre os cidadãos do município, lançou sua candidatura à Prefeitura.

Uma de suas promessas demonstra o grau de senilidade do nosso amigo.

Propunha, para ineditismo programático, uma coisa fantástica ou de insanidade ímpar.

“Vamos propor a transformação do Bóia fria em Bóia QUENTE, com a colocação de veículos da prefeitura, distribuindo a alimentação na Zona Rural, na hora do almoço e do lanche dos lavradores. Isso vai acabar com a comida fria, transformando os agricultores em BÓIAS QUENTES.”

Obviamente, com pouco mais de 200 votos, coube ao nosso doutor mudar-se, revoltado, para o Rio de Janeiro onde soube foi encontrado morto num motel, acompanhado de uma jovem adolescente de 18 anos.

Mas isso são fofocas, e eu odeio fofocar!

FOLCLORE POLÍTICO - DOS DEFEITOS DO EXCESSO DE FRANQUEZA

Retornando ao folclore político, tenho uma história que já ouvi algumas vezes, com fontes diferentes, mas merece ser contada.

Segundo uma das fontes, essa história se deu em Governador Valadares, a outra fala em Juiz de Fora; mas, de qualquer forma, vamos a ela:

Havia um candidato à eleição municipal numa cidade mineira que tinha a franqueza como principal característica e isso, apesar de ser uma virtude, muitas vezes atrapalha; e nesse caso, quase resultou numa tragédia.

Nos idos dos anos 70, antes da liberalização sexual, uma das características das cidades interioranas era a existência, para deleite de adolescentes e dos boêmios, a famosa ZBM – Zona do Baixo Meretrício.

Por uma questão econômica, tais prostíbulos se localizavam, na maioria das cidades, próximo ao centro destas. Onde, após uma noite com a namorada virgem, os meninos iam satisfazer seus desejos com as “bad girls” da época.

Em Muriaé havia uma casa de baixíssima qualidade e de péssima reputação cujo nome era bem sugestivo “Beco dos Aflitos”; já em Guaçuí existia um prostíbulo com um nome até certo ponto poético: “A Flor do Asfalto”.

Nessa cidade que não pude identificar, houve um comício deste candidato a prefeito, que me permito chamar ficticiamente de Lúcio Franco; mais franco que lúcido.

No comício em plena zona, ele tentando justificar a sua plataforma política, trouxe à tona um fato que mudou realmente a economia das prostitutas.

A zona que era no centro da cidade, fora transferida por um ex-prefeito que tentava a reeleição para a periferia da cidade onde ocorreram os trágicos fatos daquela noite perdida no tempo.

Ao subir no palanque, nosso amigo começa com um discurso apaixonante, falando da desigualdade social, da falta de escolas no bairro, da falta de creches, do estado de abandono em que se encontrava a saúde, etc.

Extremamente empolgado, foi aumentando o tom da voz, à medida que os aplausos se tornaram mais intensos e constantes; até que:

Num momento extremamente infeliz, no ápice do discurso saiu-se com essa;

“E o candidato do Governo, quando foi prefeito da outra vez, cometeu o maior absurdo que poderia ter cometido. A zona era no centro da cidade, onde dava muito mais renda do que aqui, na periferia, que fica distante, para prejuízo de todos, e de todas. Vocês mais antigos se lembram, e o quanto isso foi prejudicial. Mas vocês, mais novos, se não acreditam no que estou falando, perguntem para as suas mães e irmãs mais velhas, que eram quengas na Zona antiga...”.

Nem preciso dizer como terminou a história.

Antes de o pano cair, a conta do Hospital, com direito à estadia na UTI, foi paga pelo próprio candidato que, depois dessa, nunca mais apareceu em nenhum prostíbulo da cidade, para infelicidade de Mariinha Coxa Grossa; mas isso já é outra história...

MLST E PCC, DAS CULPAS E DOS GOVERNOS

Mais de quatrocentos mortos!
Esse é o balanço final do massacre ocorrido em São Paulo no mês de maio.
Os dados oficiais falavam em pouco mais de 100, mas a realidade foi muito pior.
Dentre esses 400, mais de setenta por cento à bala, demonstrando que a atuação dos grupos de extermínio foi muito mais efetiva do que a Secretaria de Estado de Segurança Pública queria mostrar.
Essa realidade nos dá a dimensão do resultado de uma política de Segurança totalmente ineficaz e desastrosa.
As disputas entre várias autoridades do Estado para tentar transferir a culpa pelos episódios demonstram cabalmente, que a culpa é de TODOS, sem EXCEÇÃO!
Desde o guarda penitenciário até o Governo, na figura do atual e, principalmente do ex-Governador que, através dos anos, demonstrou total incapacidade de lidar com o Crime Organizado.
O nascimento do PCC se deu na antiga administração que se mostrou ineficaz para lidar, inclusive, com os “aprendizes” da FEBEM, estendendo essa ineficácia para os “profissionais” do PCC.
O silêncio diante das denúncias de que as ações do Primeiro Comando da Capital seriam executas, demonstra que a conivência direta ou indireta da estrutura de poder de São Paulo ocorreu e ocorre, decorrendo da subserviência e da incompetência dessa em relação aos criminosos.
“Bandido bom é bandido morto”, pergunto então: quais os bandidos que poderiam estar nessa condição, os que mataram os policiais ou os que mataram os inocentes?
A não ser que o código penal tenha mudado, a pena de morte ainda não foi instituída no país, e se fosse, não caberia às forças policiais ou paramilitares o julgamento de quem deve ou não deve morrer.
Aliás, os grandes bandidos, inclusive Marcola, estão protegidos por uma série de benesses da lei, dos agentes da lei e, quiçá, dos homens mais poderosos do Estado. O acordo negado, mas evidente, entre as forças criminosas e áreas do Governo Estadual, demonstram essa proteção e, talvez, uma condescendência que cheira à conivência e, até, á cumplicidade.
A atuação omissa do Estado deflagrou a Guerra Civil onde, por demonstração de incapacidade e impotência, alguns setores oficiais passaram a agir a esmo, num flagrante desrespeito ao Estado de Direito. A omissão de dados sobre o número de vítimas é, claramente, a maior demonstração de que o Estado, frágil e conivente, é partícipe deste episódio.
Por outro lado, temos a invasão totalmente imbecil de um grupo de estúpidos ao Congresso Nacional a quem alguém, não me recordo quem, chamou de Sede Nacional Do PCC!
O ato estapafúrdio e absurdamente incoerente foi comandado por um débil mental, filho da oligarquia nordestina e acostumado aos desmandos dessa e a impunidade que a cerca, por um desses motivos que fazem o escravizador se apaixonar pelas causas dos escravos, mas sem se “limpar” dos vícios do coronelismo, comandou uma tropa de idiotas e tentou chamar a atenção para a sua “causa”.
A causa dos trabalhadores sem terra não é política somente, é UMA CAUSA DE BASE CRISTÃ. Mas a forma de ação inócua para a causa e nesse caso, PREJUDICIAL a ela, demonstra a falta de noção de causa e efeito dessa turba.
A reação do Governo, na figura do Presidente da Câmara, Aldo Rebelo, foi exemplar: PRISÃO PARA ESSA ESTÚPIDA HORDA.
NA HORA, PRISÃO para mais de 300 pessoas e, principalmente para os líderes dessa insanidade absurda.
Fala-se em tentar responsabilizar o governo federal pelas atitudes de um dos membros do Partido dos Trabalhadores que, imediatamente, já demonstra a vontade de expulsar tal cidadão.
Houve uma vítima não fatal, e 22 feridos. Mais de 300 prisões e o aceno de uma punição exemplar.
Se há responsabilidade de um Governo que agiu prontamente com o rigor da lei, o que dizer de um Governo que, além de não reagir com a presteza e a força necessária, ainda permite e tenta omitir um massacre de civis?
A situação seria cômica se não fosse trágica. Tentar transformar um ato de imbecis, reprovado por todos, principalmente do Governo federal, em algo comparado à conivência de um Desgoverno AVISADO DOS ATAQUES, INEFICIENTE NA REPRESSÃO E PASSIVO E CONIVENTE DIANTE DE MAIS UM MASSACRE DA POPULAÇÃO INDEFESA É MUITA CARA DE PAU!

DA VERTICALIZAÇÃO

As mudanças sobre a verticalização não vão alterar o panorama da disputa à Presidência da República, essa está irremediavelmente decidida.
O que me resta saber é se o segundo colocado irá ser Alckmin ou Nulo, o macaco tião dessa eleição.
Quanto aos Governos estaduais, prejudica o PT em um estado, beneficia em outro, na média, fica tudo igual.
Agora, o que me chama a atenção nessa eleição é o fato de que, a nível de Congresso Nacional, iremos ter uma das mais altas percentagens de votos nulos e em branco, o que ajuda aos políticos e partidos mais estruturados.
A militância do PT, por ser uma das mais ativas e fortes desse país, deve e tem a obrigação de ajudar seus candidatos com uma conscientização para que se votem nos candidatos do partido. Assim como o PMDB irá fazer.
Os partidos com bases mais fracas, como o PFL e o PSDB, partidos que não têm uma militância tão apaixonada e apaixonante deverão ter muito trabalho para convencer os eleitores a votarem nos seus caciques, a maior parte deles participantes desse Congresso Nacional que, para a maioria da população é sinônimo de espúrio.
Pode-se ter a certeza de que essa eleição trará muitas surpresas, entre elas a alta abstenção com relação ao Legislativo.
O fato de Lula ter sido poupado da crise que abalou o Governo e o poder é significativo: O povo diferenciou a crise DO LEGISLATIVO da tentativa desse; a de imputar ao EXECUTIVO, seus erros.
Lula deverá ter a mesma quantidade de votos que teve nas últimas eleições no segundo turno, podendo ter um aumento percentual dessa votação.
Alckmin está em empate técnico com os brancos e nulos, podendo ser ultrapassado pelo “macaco tião” dessa eleição.
Agora, no campo do Legislativo tudo é possível, inclusive senadores serem eleitos com menos votos do que o “tião”.
Com relação à Câmara dos Deputados, essa enorme abstenção poderá beneficiar aos candidatos de partidos mais organizados.
A verticalização, da forma que se apresenta, beneficia ao candidato mais forte, já que a maioria dos partidos vai tentar se associar ao que fizer o vencedor; sendo muito mais produtivo para o PMDB, por exemplo, uma aliança com o PT do que com o PSDB.
A afirmativa de Alckmin de que o PPS deverá se aliar ao PSDB irá, com certeza, ter uma grande resistência de setores de militantes do PPS, já que a nível regional, esta aliança poderá representar a perda de votos pela identificação com o próprio Alckmin e FHC.
Não acredito que, se for confirmada essa alteração pelo Supremo, isso poderá ser prejudicial às bases do Governo.
A candidatura própria do PMDB se for inviabilizada, levará o partido para a coligação pró Lula o que passa a ser muito interessante. Desejável até.
Outra coisa, para quem conviveu com Roberto Jefferson, conviver com os setores mais à direita do PMDB é fichinha...