terça-feira, maio 30, 2006

DAS TERRAS MAL DIVIDIDAS

Seu moço me dê licença
Preu contar pras excelença
Um pouco dessa vivença
Que com muita experiença
Acumulei nessa vida
Vida ao sol bem mais curtida
Dessas hora bem vivida
Das ida e das despedida.
Aprendi com o roçado
Que mesmo sem ter pecado
A mão de Deus num perdoa
Quem num sabe curtivá
As hora toda que passo
Nessa terra a acariciar
Me serve como o compasso,
Me dando a lição mais boa
Das que pude perceber
Que num basta sabê lê
É percizo aprender a amar
O suó das minhas mão
O calo vem por herança
O valor de um coração
Só o amor como lembrança
A firmeza da esperança
E um poquim de gratidão
Satisfais bem mais ao home.
Das coisa que a terra come
Das vida que ela consome
Nois vamo ser seu adubo
Os pobres, os rico, tudo
Num vamo passar sem isso
Mesmo com os compromisso
Quitados ou por quitar
A vida tem seus pedágio
Que nois tudo vão pagar
Mesmo os cabra dos mais ágil
Disso num póde escapar.
Apois bem seje modesto
Que no final nem o resto
Das empáfia mais medonha
Nem das maldade que sonha,
O mais rico coroné.
Nada disso dá certeza
Da colheita da tristeza
Prantada , pur safadeza
Nesse mundo de meu Deus.
Nem os cristão nem ateus
Podem saber do dispois
Antonce vem, ora pois
O caminho percorrido
Deve de ser dividido
Pulos home que trabáia
Nois num suporta a cangáia
Num semo burro de báia.
Per favô, num atrapáia
Os cabra trabaiadô
Dê um trocico de chão
Se pegá desses ladrão
Sobra terra e dessas boa
Que é pau de fazê canoa
Que dá pru sujeito vivê
E criá us seus fiínho
Cum tanto amô e carinho
Tal e quar Cristo mandô
Apois repare sinhô
Que nois tudo é brasilero
Fío do mesmo pulêro
Adonde o galo cantô .
Hora premera da vida
Da nossa vida sufrida
Feita de munta corage
De sangue dos inocente
Arrepare nossa gente
No meio das paisage
Bataiando só a só
Nois num perciza de dó
Nem qué sua proteção
Isso nois num qué mais não
Nois perciza é de justiça
Nois num quer mais sê carniça
Prus hôme pudê jantá
Na fome descomuná
Dos abutre mais faminto
que véve nas capitár
sugando o sangue sem cor
dos home branco e retinto
que vevem nesse recinto
pra móde nus exprorá.
Trabaiamo a vida entera
Sem ter medo das porquera
Que, por medo ou por bestera
Os home que fais jorná
Tenta fazê de nois tudo,
Pior que os marginá.
Repare bem seu dotô
Apois quem sempe exprorô
Os pobre dos lavradô,
Róba de todos sem pena,
E dispois lá vem a pena
Desses home das nutiça,
Dizeno que as puliça
Divia nos martratá,
Que Deus perdoe esses cabra
Que as cabeça deles abra
Pru mode compreendê
Qui nois num semo bandido
Que nois só fumo banido,
Sem dereito a recramá,
Que nois ta quereno tê
É sumentes pra vivê
Um tiquinho dessa terra,
A terra adonde se encerra
Nosso peito varonil
Do nosso amado Brasil!

DO NASCIMENTO DE UM POLÍTICO

Lembo chama ACM de 'senhor de engenho'
Lideranças do PSDB e do PFL ruminam em segredo a suspeita de que o governador de São Paulo, Cláudio Lembo, perdeu o controle sobre a própria língua. Em sabatina promovida pela Folha, nesta terça-feira, a língua de Lembo voltou a dar demonstrações de rara independência. Ela atacou pefelistas e tucanos e, em dado instante, insurgiu-se contra integrantes da platéia, reunida no Teatro Folha, no Shopping Higienópolis.

Lembo, 71 anos, esforçou-se para demonstrar que, em verdade, a língua segue o seu comando: “Os políticos costumam ser muito pouco claros no seu pensamento. Como eu estou velho, eu falo tudo que penso. Eu estou absolutamente lúcido e acho que a única coisa que posso fazer, politicamente, é ser lúcido e claro". A língua, porém, prevaleceu sobre o político durante toda a sabatina.
Referindo-se uma vez mais à falta de solidariedade do tucanato no auge da crise de segurança que teve de arrostar, a língua de Lembo voltou a ironizar o distanciamento estratégico de Geraldo Alckmin, Fernando Henrique Cardoso e José Serra: “Eu diria que, como toda ave, às vezes o tucano voa fora de hora". A despeito das críticas, a língua disse que votará em Alckmin para presidente e em Serra para governador de São Paulo.

Abespinhada com o fato de Antônio Carlos Magalhães, morubixaba da pefelândia baiana, ter dito que Lembo tem “cara de burro”, a língua tomou as dores de seu dono. Disse que ACM é um dos legítimos representantes do extrato que qualificou de “minoria branca”. Comparou-o a um “um senhor de engenho”. "O nosso senador é um homem de agressividade contínua. Felizmente, não tenho nada com ele".

Inquirida acerca da imagem de “esquerda” que seu linguajar vem imprimindo na testa de Lembo, a língua do governador disse ter enorme simpatia pela senadora Heloisa Helena, presidenciável do PSOL. Mas insinuou que o hábito da senadora de vestir-se ao estilo bicho-grilo a impede de aderir à causa: "Até por indumentária, seria injusto se eu fosse para o PSOL", disse a língua.A língua de Lembo exaltou-se com integrantes da platéia quando questionada sobre a suspeita de que a polícia paulista tenha executado supostos integrantes do PCC. "Não houve execuções. A polícia é equilibrada e racional", disse ela, arrancando risos da audiência. Dirigindo-se a um expectador, a língua desferiu, ferina: "E você, que está rindo, não tem coragem de ser polícia. No dia do pânico você estava dentro de sua casa".




Realmente, estamos vendo o nascimento de um belo político.
Cláudio Lembo, no ocaso de sua vida, aparece com a dignidade e honra de um jovem guerreiro, para surpresa de todos.
Esse homem que, durante toda a vida política parecia totalmente apagado, sendo comparável a um vagão arrastado pelas locomotivas de seu partido político ligado, muitas vezes, ao que mais podre há nesse país, as oligarquias nordestinas e ao coronelismo sanguinário e cruel.
Aparece-nos como um homem digno, com um discurso à altura de grandes libertários como Teotônio Vilela, entre outros.
Surpreendente a cada intervenção que faz, o Governador Cláudio se demonstra muito melhor em todos os níveis do que seu antecessor; covarde e sem ação, um joguete nas mãos dessas oligarquias que Lembo denuncia e ataca.
A maturidade de um homem pode dar-lhe a liberdade que traz a dignidade. É muito bom amadurecer e envelhecer.
A coragem que faltara ao jovem e ao adulto, se demonstra no velho, no idoso.
O fato de termos essas características aflorando nesse homem de 71 anos, nos dá esperanças com relação ao ser humano; nunca é tarde para se restituir ou adquirir a sensatez e a dignificante liberdade ou a libertária dignidade.
Nós outros, que lutamos por um mundo com maior cidadania e igualdade , com respeito pelas diferenças e amor ao próximo, te recebemos com os braços abertos.
Com os mesmos braços que receberam, noutra época, o Senador Teotônio, a luta pela verdadeira democracia nesse país, cada vez mais se sente orgulhosa de te ter como aliado.
Não permita mais que esses senhores de engenho e esses crápulas dessa bem detectada minoria branca que agora se sentindo ofendida; pois a carapuça que lhes cabe é pesada e vergonhosa, te desviem do caminho, companheiro.
Seu discurso não é de direita e nem de esquerda, é o pela justiça e pela dignificação do ser humano.
Governador Cláudio Lembo, a velhice te deu a lucidez e a franqueza, não as perca.
Mantenha-as com todo o afinco que puder, não cedas às pressões desses crápulas que sempre te usaram, perdoe minha franqueza.

DA POMPA E CIRCUNSTÂNCIA OU DO JANTAR TUCANO

Jantar de R$ 3.000 tenta arrecadar recursos para a campanha de Alckmin Os tucanos paulistas se reúnem hoje, a partir das 19h, em mais um jantar de apoio à candidatura do ex-governo Geraldo Alckmin, no Oggy Gallery, nos Jardins. Com convites a R$ 3.000, o jantar deve arrecadar recursos para a pré-campanha de Alckmin.O ex-prefeito de São Paulo José Serra, candidato tucano ao governo de São Paulo, é esperado no evento. Ele não confirmou presença.O jantar havia sido cancelado por conta da onda de violência que atingiu a capital na semana retrasada. O convite custa R$ 3 mil e foram vendidos cerca de 300 convites. O evento é organizado pelo diretório estadual do PSDB em São Paulo. Hoje à tarde, tucanos e pefelistas se reúnem no conselho político criado para aparar arestas na campanha de Alckmin, na capital federal. Entre os itens da pauta do encontro do conselho político está a formalização da aliança PSDB-PFL, prevista para quarta-feira.




Honestamente, eu não quero parecer vingativo, mas tem coisas que acontecem que o dedo coça e não tem jeito. Lá estou eu de novo a escrever...
Lembro-me bem quando o PT fez um jantar cuja doação mínima era de mil reais para arrecadação de dinheiro.
Isso levou o Senador Arthur Virgílio a crises convulsivas dentro do Senado Federal, colocando em dúvida todos aqueles que participaram de tal jantar.
Alegando que as contribuições seriam uma forma de corrupção, já que quem doasse teria “benesses do Governo”.
Agora o PSDB me vem com o mesmo tipo de expediente para a mesma arrecadação de dinheiro.
Percebo que o Senhor Senador falava por conhecimento profundo de causa já que, no seu partido, provavelmente, tais jantares prestam a finalidades outras.
Pelo que ocorre na minha casa, por pressuposto devo imaginar o que ocorre na de outrem, pensava assim o Senador Virgílio.
Partindo desse pressuposto, entendo agora o piti dado, como de costume pelo emplumado amazonense.
Agora, voltando ao Jantar, me ponho a imaginar como transcorrera tal evento.
Com a cobertura “jornalística” de Caras e televisiva de Amaury Jr., O Repórter, temos a abertura do evento, na Daslu, presidido pela “Dama da televisão brasileira” Dona Hebe Camargo!
Vestindo um legitimo “De merdè” da famosa coleção de Dona Lu Alckmin, a primeira dama mais elegante do Brasil; Hebe, com uma “gracinha” de sorriso chama a “gracinha” da Cristiane Torloni para coadjuvá-la na apresentação dos convidados e do fino buffet.
No menu temos Patê de Chuchu avec foie gras de entrée. Como prato principal, teremos Chuchu avec descargot ou Chuchu aux molho de trutas e maracutaionese, podendo ter, como opção, guisée de Tucano aux trambiqué; ou, quem sabe, tucano avec chuchu aux Robalo’s pavê.
Durante o jantar, teremos um show com Chiclete com Banana e Daniela Mercury, para encanto de todos os ouvidos dos nobres “vagabundos” convidados.
De sobremesa, teremos uma inesquecível mousse de abobrinhas avec chuchu.
Isso tudo associado a um magistral discurso de Don Fernando Henrique Cardoso, sobre os métodos mais eficientes para cozinha Lula ao molho pardo.
Métodos esses um tanto quanto ineficazes na prática, mas explanados à moda Dalilesca de FHC, num dadaísmo neoliberobesteirolês.
Após esse “Grande Encontro”, todos devidamente empolgados com a candidatura Tucanesa, entoarão para encerrar o conhecido hino do Íbis futebol clube e irão se encontrar à beira da piscina, onde jogarão uma moeda, solicitando um desejo.
E, para encerrar, num delicioso happy hour, todos juntos tomarão um PRIMEIRO ENGOV, JÁ QUE O SEGUNDO SERÁ FORNECIDO, GRACIOSAMENTE DEPOIS DAS ELEIÇÕES DE OUTUBRO.

DA ZONA E DA RURAL

Lembrando-me do Prefeito Francisco, já citado aqui antes em dois episódios inesquecíveis, tenho mais uma “das suas” para contar.
Contam à boca pequena, quase que sussurrante que nosso querido prefeito, nos idos dos anos 70, filiado à Arena, Arena 1 para ser mais exato, herdeira da UDN mineira, tinha muitos contatos importantes lá pros lados de Muriaé.
Uma coisa que merece ser citada é que em Muriaé, cidade conservadora da Zona da Mata mineira, a UDN tinha o apelido de “Goteira” , ao contrário do PSD, famoso como “poaia”.
Poaia é uma planta que nasce em qualquer canto e é difícil de ser extinta; dando um caráter mais “popular” ao partido.
Francisco, como udenista que se prezasse, defendia a tradição, a família e a propriedade, ancestral político de um certo ex-Governador paulista, famoso por seus laços com a Opus Dei, aliás, aparentada com o Integralismo de Plínio Salgado ou, melhor ainda, com uns movimentos europeus, mas é bom ficar por aqui, senão de tanto divagar a história vai ser esquecida.
Voltemos a ela, pois.
Como já dito antes, Francisco, apesar de seus laços com a TFP, tinha uma paixão irresistível pelas meninas da dura vida fácil, principalmente as mais novinhas.
Haveria um encontro de personalidades ligadas à UDN mineira, em Juiz de Fora e nosso amigo foi chamado para representar sua cidade.
Esse encontro iria contar com a presença de, entre outros, Magalhães Pinto, ex-Governador e homem forte do Governo Mineiro.
Isso deixara Francisco muito orgulhoso e, todo pimpão e serelepe, preparou-se para a viagem.
O seu Opala Diplomata estava reluzindo, brilhando mesmo, ofuscando os outros automóveis da pacata cidade.
Ao chegar a Juiz de Fora, se hospedou num dos melhores hotéis da cidade, com toda pompa e circunstância.
Na primeira reunião, iriam tratar de financiamento para a compra de tratores para as Prefeituras, obviamente superfaturados, num prenúncio da “máfia das sanguessugas à moda setentista”.
Nesse encontro, os prefeitos iriam ter que dar uma idéia da “necessidade” das micro regiões para a transferência de tratores, respeitando a necessidade de cada um.
Haveria, portanto, uma distribuição de maquinário de acordo com as necessidades das zonas rurais de cada município.
Francisco, aéreo, sem prestar muita atenção ao que se discutia naquele momento, pensando nas delícias do almoço que adivinhava ser servido naquele hotel de grã fino, ao ser inquirido tomou um susto.
E um susto maior ainda causou ao seu interlocutor.
A pergunta, simples, foi a seguinte:
“-Francisco, como está a situação da zona na sua cidade?”
Ao que, sem titubear, respondeu:”.
“-Boa, tem uma moreninha linda, deliciosa que a Clarice trouxe lá do Rio que parece ser uma princesa!”
Ao que, o Secretário de Obras do Governo, assustado e tentando corrigir o ato falho, tenta esclarecer:
-Francisco, eu estou falando da Rural!
No que este responde, sem pestanejar:
- A Rural deixei no sítio, eu vim com o meu Opala, mas ela está com os pneus meio carecas, vou ter que procurar aqui em Juiz de Fora, por que na minha cidade não encontrei pneus bons para ela não.
ABAIXA O PANO DEPRESSA!

SE A CANOA NÃO VIRASSE...

Da Folha de S.Paulo, hoje:

"Temendo um arrastão em seu território, o PSDB desenhou uma mudança na estratégia do pré-candidato Geraldo Alckmin à Presidência da República. Em vez da investida no Nordeste, Alckmin deverá se dedicar mais ao Sul e ao Sudeste -região onde conta com situação mais confortável- para impedir a ocupação petista.
O medo dos tucanos é que, no afã de ganhar visibilidade nacional, Alckmin deixe São Paulo desguarnecido, permitindo que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ganhe fôlego suficiente para levar a disputa pelo Palácio dos Bandeirantes ao segundo turno.
Além disso, os tucanos se preocupam com a performance do candidato no Rio e Minas Gerais. No Rio, onde, pelos números de hoje, os candidatos do PFL e PSDB não chegariam ao segundo turno, Alckmin ainda busca o palanque mais sólido para a disputa.
Em Minas, a intenção é explorar mais o capital eleitoral do governador tucano Aécio Neves (MG). Assim como o governador da Bahia, Paulo Souto (PFL), Aécio será convidado a integrar o conselho político da campanha de Alckmin."




A análise desta notícia deve ser feita da seguinte forma:
A possibilidade de reverter o quadro desolador da candidatura de Geraldo no Norte e Nordeste se mostrou totalmente nula.
E, antes que a sua ausência possa dar maior força às candidaturas contrárias ao PSDB, principalmente em São Paulo, é melhor parar de comer buchada de bode, acarajé, sarapatel; parar de fazer “promessa” para Padim Ciço, passear pelas ruas e praias nordestinas, mostrando seu “bronze” de garotão sarado e retornar à casa paulista para tentar impedir o barco tucano de fazer água.
Falando nisso, vou roubar um pouco da sua atenção para descrever essa canoa.
A canoa foi feita, sob a encomenda da alta cúpula do gran tucanato paulistano, por um estaleiro paulistano escolhendo para capitão, o piracicabano Geraldo, que se apresentou, voluntariamente para ser o capitão da embarcação.
Pois bem, como sabemos que a capital paulista não é um dos locais mais indicados para a indústria naval começando pelo simples fato de não possuir mar; foi chamada a alta cúpula do PFL nordestino associada com o PFL carioca, de César Maia para, costurando uma aliança tentar salvar o barco.
Esse pessoal do PFL tem muito mais conhecimento de fabricação de barcos, porém, como a experiência básica é na construção de jangadas, houve uma grande discrepância, entre o tamanho da canoa desejada e a fabricação da jangada pefelista.
Começou, então, uma grande discussão entre os vários engenheiros, construtores, operários, comandantes e até marinheiros.
Tucano é bicho terrestre e, sem perceber, entre trocas de bicadas e pescoções, começou a fazer várias perfurações na própria canoa.
Essa, inevitavelmente atingida e de forma brutal, começou a fazer água.
E por todos os lados.
Pois bem, o capitão Geraldo, mais perdido que cego em tiroteio foi chamado às pressas para tapar o buraco de bombordo.
Quando, de repente, começa a vazar em estibordo, na proa, na popa, em todos os lugares da canoa, havia furos e mais furos.
Nessa altura do campeonato, os construtores do barco reclamam em alto e bom som:
- Em que maldita canoa furada fomos entrar!
O capitão Alckmin, vive repetindo que as coisas vão mudar, vão mudar...
Mas se a canoa não furar eu chego lá será mudado, em pouco tempo por: ABANDONAR BARCO! E, nessa situação, os ratinhos vão deixar o capitão a ver navios; ou melhor, a ver o Lula Gigante, passando, célere, rumo à reeleição!

A MUSA DO VERÃO

Uma análise das pesquisas eleitorais para a presidência da república me permite fazer uma análise sobre as tendências de votos, principalmente em relação aos “redutos” de cada candidato ou partido.
Em primeiro lugar, uma coisa que é notória deve ser vista como ponto de partida para essa análise.
Temos um terço do eleitorado fiel a Lula, que vota e sempre votou e votará em Lula; temos outro terço que nunca votaria em Lula e um terço que irá decidir a eleição, qualquer eleição onde Lula participa ou participará.
Comecemos pela rejeição de Lula, essa se mantém dentro da previsão dos 30 e poucos por cento que nunca votariam nem votaram nele.
Poderia se imaginar que Alckmin deveria crescer absurdamente dentro dessa faixa de eleitorado, mas, por rejeição cumulativa, ou por incapacidade de convencimento ou por um passado de ineficiência deflagrado na crise de autoridade em São Paulo, este não consegue nem preencher esse espaço “vazio”.
Outro aspecto que chama a atenção, é o fato do voto da “intelectualidade” de Ipanema ou do Baixo Leblon, ter se virado em grupo para a candidatura de Heloisa Helena. E isso faz com que ela tenha a percentagem de votos esperada pela representatividade deste grupo, conhecido pela visão “esquerdista” sem conhecimento de causa.
Não quero fazer e nem devo fazer críticas, mas a Senadora herdou esses votos e só. Não conseguiu sequer “tocar” o coração e nem a alma do proletariado, em nome de quem pretende falar.
Já Roberto Freire e Cristovam Buarque mantêm a inexpressividade absoluta com que adentraram a corrida presidencial, como se fossem as Minardis do passado.
Nem por milagre podem alçar vôos maiores que 2 por cento do eleitorado, somados...
Enéas está sendo substituído pelo voto nulo, provável vice-campeão dessa eleição.
Esse fenômeno da grande expressão desse anticandidato, o nulo, demonstra nem tanto a insatisfação com Lula, mas sim, e com muito mais vigor, a insatisfação dos anti-Lulas com relação a Alckmin.
Lula conseguiu manter, basicamente os votos que obteve nas últimas eleições e, principalmente dos mesmos extratos que o elegeram, os proletários cansados de tantas promessas que buscavam a esperança associados aos votos dos que sempre votariam e votam nele, podendo atingir entre 45 a 55 por cento do eleitorado.
A perda de votos de Lula se deu, basicamente, no eleitorado das elites “esquerdistas” e nos em alguns votos “herdados” no segundo turno; como era de se esperar.
O principal fenômeno que antevejo, nessa eleição, é a grande rejeição, mesmo entre os anti-lulistas, da candidatura de Alckmin e de José Jorge, incapazes de dar ânimo ao mais fanático dos cabos eleitorais tucanos.
Agora, a candidatura de Garotinho, ao se esvair, vai distribuir votos entre Lula e Alckmin, proporcionalmente ao restante dos grupos pesquisados.
Já Heloísa Helena é a minha candidata preferida à Musa do Verão carioca.
Nesse quesito ela é imbatível!!!