terça-feira, junho 13, 2006

Ser Gauche na Vida

A batalha foi muito mais difícil do que poderíamos imaginar. Do outro lado, uma multidão de consoantes misturadas com raras vogais, mantinham a tradição da Iugoslávia de Tito, titânica.
Nossos guerreiros, abençoados desde sempre pelos deuses do futebol, sempre favoritos em qualquer competição, começaram arrasadores.
Mas, do outro lado, tínhamos um formidável adversário. Nessa batalha entre dois titãs, a camisa amarela combatendo o tabuleiro de xadrez croata.
Num dia onde tivemos dois ronaldos, dois semideuses em fases opostas, o moleque em plena ascensão rumo ao Olimpo, onde somente raros como Pelé, Garrincha e Maradona têm assento e o fenomenal artilheiro em fase crepuscular da carreira.
Claro que o gênio, mesmo decadente, tem seu lugar demarcado e assegurado; mesmo que não seja insubstituível durante uma batalha, o é durante a guerra.
Obeso ou forte, lento ou omisso, abatido. Isso, abatido.
O gigante abatido pode e deverá reagir, e tal fato será fundamental.
Nessa luta, nesse embate entre os reis da habilidade e os enxadristas eslavos, o equilíbrio se fazia presente.
Mas, ao se findar a primeira metade do jogo, o imponderável e improvável aconteceu.
Da mesma forma que o K é letra obscura para a nossa flor do Lácio, o pé esquerdo do menino-deus também o é.
Quando estávamos esperando um empate coroando este equilibrado primeiro tempo, um fato estranho e raro aconteceu.
O menino-deus acertou, com uma precisão de uma tacada de golfe, com a improvável canhota, o ângulo direito do gol croata.
Kaká, destro, direito, bom menino, íntegro, inteligente e bem coordenado tanto intelecto quando moralmente.
Menino bom, “droite”, teve seu genial momento de “gauche”. Genial gauche.
E, em meio a tantos e tantos gênios; o “direito” menino deus brasileiro, foi magistralmente gauche.
O jogo intelectual, bem armado e habilidoso dos eslavos cedeu a surpresa desse surpreendente futebol brasileiro.
O Olimpo futebolístico, aguarda os outros guerreiros, cada um ao seu tempo, e a cada nova batalha, nessa guerra entre os cinco continentes, pela glória da supremacia deste que é, o Esporte maior da Terra.
No maior espetáculo esportivo do planeta, os deuses brasileiros vitoriosos nessa primeira batalha, escalam o primeiro degrau rumo à eternidade.

As aventuras de Betinho na cidade grande 02

Nos primeiros dias de Rio, Betinho até que não aprontou muito não.
Depois do vexame em Copacabana, resolveu, mineiramente, ficar na dele.
Por mais que a gente esperasse que Beto cometesse alguma gafe, nada ocorria. Espertamente, ele passou a repetir tudo o que fazíamos, se portando muito bem.
Mas, um dia, naquele calor e areias escaldantes do Rio de Janeiro em pleno verão, resolvemos tomar um chope num barzinho da orla.
Delicioso chope, com aquele refrescar que dá água na boca só de se lembrar.
E desce um, e desce dois, e desce mais, o calor, o chope, o chope, o calor e depois de uns quinze chopes a cabeça rodando, Beto foi se soltando.
Mentiroso de fama ímpar na região do Caparaó, foi desfiando seu rosário de “causos”, vindo a relembrar dos tempos de infância e de adolescência.
Recordou, sem brigar, a história dos bombons e de Pedro Gambá, lamentando o gênio exageradamente irascível, que abortou sua promissora carreira de ponta esquerda.
Lembrava de suas pescarias onde conseguira uma fórmula mágica de pescar cascudos com anzol, além de ter pegado vários e vários bagres e, incríveis lambaris diurnos, nas suas pescarias noturnas.
Mas isso é outra história e dela iremos nos ocupar depois.
Estávamos nos divertindo com as mentiras do nosso querido amigo. Nesse meio tempo, encontramos com um amigo nosso a quem não víamos há bastante tempo e nos distraímos com relação a Beto.
Esse não se fez de rogado e continuou a beber.
Lá pelas tantas, nosso convidado, querendo atrair Beto para a conversa, resolveu perguntar a esse se estava gostando.
A resposta veio rápida : “O chope tá uma delícia, mas mais gostosos são esses biscoitinhos”.
Biscoitinhos? Que biscoitinhos eram esses se não tínhamos pedido tira gostos?
Para nossa surpresa, Beto degustava com prazer inaudito, os marcadores de chope, colocando generosas pitadas de sal...
ERAM OS FAMOSOS “BISCOITINHOS”...

Aventuras de Beto na cidade Grande 1

Betinho, nosso famoso ponta esquerda ibitiramense, era um rapaz muito simples. Embora fosse muito forte, era de uma comovente ingenuidade.
Me recordo que, nos idos da década passada, numa inesquecível viagem fomos ao Rio de Janeiro.
Entre nós, havia um amigo extremamente gozador e, sabendo tanto da ingenuidade quanto do “pavio curto” do nosso gigantesco herói, resolveu aprontar algumas com ele.
Capixaba da divisa com Minas no Rio, tem como obsessão ir até o mar, tão longínquo quanto apaixonante.
Ainda mais nas praias cariocas, famosas por suas belezas e pelas belezas suadas que passeiam próximo ao mar.
Betinho ficou encantado com tanta beleza e, assustado com tamanha quantidade de pessoas, e com o marzão grande, repetiu aquela famosa frase dos caipiras que vêm o mar na primeira vez; soltando um gostoso: “Eta marzão besta, meu Deus”.
Renato, o nosso amigo brincalhão, não perdeu a chance:
“Você tá achando que isso aqui tudo é de graça?”
Ao que Beto respondeu: “E não é não?”
“Claro que não, tem que pagar para entrar na água.”
“Uai, onde a gente paga?”
“Você quer entrar na água?”
“Claro, quero saber se ela é salgada mesmo sô!”
Apontando para o Posto de Salvamento, senão me engano o Posto 5, lá na Copacabana, princesinha do mar, Renato foi incisivo: “É lá que se vende o Ingresso”.
Não deu outra; Betinho, sem pestanejar se dirigiu ao Posto e, perguntando ao Salva Vida onde compraria o ingresso para entrar, e quanto custava, diante da gargalhada deste, saiu indignado:
“Depois esse pessoal reclama, a gente quer ser honesto e o pessoal nem aí, vou ser obrigado a dar um “tombo” (calote na gíria da nossa região) e entrar sem pagar...”
E, bebendo muita água, tomou seu primeiro caldo em águas salgadas...

POR ESSAS E OUTRAS QUE SOU LULA

Estava assistindo há pouco, na Globo News uma entrevista de Lula e, próximo a mim estava Marcos Dimitri, meu caçula, que completa 2 anos dia 29 agora.
Perguntei a ele quem era aquele "moço", a resposta foi imediata: "Nuna na na na", e ao perguntar de quem ele era amigo, Dimitri foi incisivo: "Do Dimiti"...

LULA SABIA, COM CERTEZA SABIA DE TUDO, OU QUASE

Realmente, conforme todos os oposicionistas dizem, Lula sabia. E falo mais, não somente sabia como sabe.
Como também a maior parte da população lúcida deste país sabia das dificuldades que o Governo encontraria, após tanto tempo de desgoverno e entreguismo, feitos sob a desculpa de “enxugar a máquina” administrativa.
Tivemos nos oito anos de FHC tal avalanche de atitudes contrárias aos interesses da população brasileira que, o resultado de tal política governamental foi catastrófico. O aumento das dívidas interna e externa, e a perda do controle estatal de grande parte do maquinário estatal, entregue a preço de banana para o capital privado.
Outra coisa que Lula, com certeza sabia é a gigantesca desigualdade entre os mais ricos e os mais pobres, fruto de uma política escravagista onde o povo sempre foi vitimizado pelos mesmos desgovernos anteriores, preocupados em manter as benesses das elites econômicas mantendo um salário mínimo absurdamente pequeno e com o crescimento do nível de empregos ínfimo.
Mais uma coisa que Lula sabia era da necessidade de reformas importantíssimas para o crescimento do país, como um todo.
Lula sabia, como todos nós também, que o potencial deste país é gigantesco e que somente com o investimento no seu povo poderemos ter uma sociedade mais justa.
Lula também sabia que somente com a educação poderemos ter uma melhoria da qualidade de vida do proletariado, por isso temos o PROUNI, o FIES, o FUNDEB, os investimentos nas escolas técnicas federais e o aumento de vagas nas universidades federais, além da criação de novos estabelecimentos e cursos.
Lula com certeza sabia que o novo milênio terá como grande problema, o problema energético, portanto os investimentos nessa área foram flagrantemente maiores e mais bem sucedidos do que nos desgovernos anteriores; inclusive com o incremento do biodiesel, entre outras soluções.
Lula sempre soube que a miséria de um povo se mitiga, primeiramente com melhor alimentação e, ao transformar o fome zero ou bolsa família num programa mais eficiente, conseguiu alimentar mais dignamente 95 por cento das crianças desse país.
Lula por certo sabia que somente com melhoria de salário e de estrutura dos professores e das escolas públicas, teremos uma melhor qualificação dos alunos e, por conseguinte maiores horizontes.
Dá-me a certeza desse fato de que Lula sempre soube que somente o povo poderá mudar os destinos deste país, e por isso este foi priorizado; todos os dados sociais deste governo são positivos.
Agora, sobre o dito “mensalão”, me desculpem, isso merece uma análise mais coerente e lúcida.
Em primeiro lugar, quando o próprio denunciante isentava Lula do fato deste ser participe da confecção desta “arapuca”, isso é explicito.
Outra coisa, as investigações sobre o “mensalão”, demonstram claramente que o caixa 2 dos partidos aliados é a única alternativa plausível; ou querem me fazer crer que aliado compra aliado.
Essa forma de atuação seria inédita e estúpida, tão estúpida quanto à afirmativa insensata de que isso seria possível.
Compra-se adversário, ora Bolas!
Mais um detalhe que chama a atenção é a ausência do ineditismo do esquema, utilizado anteriormente pelo Caixa 2 tucano e mineiro.
Roberto Brant e Eduardo Azeredo, fazem parte dos “40 ladrões” indiciados pela CPI dos correios, além do Clesio Andrade.
Confere?
Então, quando Geraldo fala sobre isso chama o ex-presidente e senador do seu partido de ladrão, além do ex-ministro de FHC, Roberto; sem falar do vice-governador de Minas, aliado de Aécio Neves.
Mais uma coisa que me chama a atenção é o fato de que se imputarmos a Lula o conhecimento de um esquema de caixa 2, devemos imputar a FHC o conhecimento do mesmo esquema com relação a Eduardo Azeredo, estendendo tal fato ao Governador Alckmin, enfim a todos os políticos que fizeram campanha nas eleições de 1998 pelo PSDB e pelo PFL.
O esquema do “mensalão” foi sepultado na Câmara dos Deputados na absolvição da quase totalidade dos deputados envolvidos neste esquema.
PORTANTO, SOBRE O QUE INTERESSA AO PAÍS, LULA COM CERTEZA SABIA DE TUDO, AGORA COM RELAÇÃO AO CAIXA 2 OU MENSALÃO SE OS APEDEUTAS PREFERIREM, NUNCA NINGUÉM IRÁ COMPROVAR SE SABIA OU NÃO SABIA, TANTO QUANTO FHC A QUEM ACUSO, A PARTIR DE AGORA, DE SABER DO “MENSALÃO” MINEIRO DE 1998.