domingo, julho 30, 2006

A nova Guernica

O massacre de Qana me recorda Guernica.
Tanto nas fotos quanto no quadro de Picasso, a dura realidade de uma guerra insana e indecente.
O Estado Terrorista de Israel, contando com o beneplácito norte americano, fere profundamente qualquer sentido de ética e de humanidade, repetindo o fascista Franco na Espanha de 1937.
Com essas atitudes, infelizmente, vejo ressurgir o anti-semitismo tão horrível quanto qualquer forma de racismo e discriminação.
As atitudes irresponsáveis de um Estado passam a ter, sob uma ótica radical e inaceitável, um caráter extremamente perigoso para todo um povo.
E, com certeza, a maioria esmagadora da população judaica do mundo não concorda com essa carnificina idiota e desnecessária.
A crise no Oriente Médio tende a se agravar ao extremo, com uma guerra generalizada e, contando com a omissão criminosa dos Estados Unidos, criar um caos que não interessa a ninguém, muito menos aos próprios judeus e árabes.
As frentes de ataque israelitas, tanto na Palestina quanto no sul do Líbano, com a política de terra arrasada, destruindo vidas e a infra-estrutura de um país livre é indesculpável.
Não concordo com as atitudes dos terroristas nem árabes e nem judeus, sendo que esses têm, como agravante, o fato de ser, pelo que consta, Israel um Estado Livre e membro das Organizações das NAÇÕES Unidas.
Me pergunto até que ponto, se pode chamar de NAÇÃO quem se equipara em atitudes, a um grupo terrorista.
As desculpas pedidas por Israel não têm cabimento, e não servem para nada.
O assassinato de 34 crianças e 16 mulheres não tem perdão.
A alegação de que houve “erro de alvo” é tão obscena quanto a destruição das torres gêmeas.
A diferença é que a Al Kaeda é uma entidade terrorista assumida e vive à margem da lei, com seus líderes ocultos e perseguidos como bandidos.
Enquanto o Estado israelense é uma entidade terrorista disfarçada e com representantes no mundo inteiro.
Mais uma vez, se demonstra a inutilidade da ONU, órgão criado pelos mais fortes para se protegerem dos mais fracos.
Assim como nos episódios da Chechênia e do Iraque, essa entidade inútil e frágil, não irá fazer nada, a não ser emitir opiniões. O Estado terrorista de Israel conta com o apoio do assassino norte-americano.
Bush, outra vez, nesse seu mandato como presidente dos EUA, mantém a tradição republicana de produzir presidentes com excessiva miosina e parca mielina.
Após Nixon, com suas aventuras no Vietnã e no Sudeste Asiático; Reagan, com seu radicalismo de direita, levando à tensão constante com o agravamento da Guerra Fria; Bush pai, nas interferências no Iraque e no Afeganistão, embriões das crises enfrentadas pelo seu embrião oligóide, Bush filho, temos este que é o maior responsável de todas estas lambanças que estão acontecendo.
Por ação e por omissão.
O pior de tudo é que o anti-sionismo ressurge com força total, sendo que o ódio ao Estado Terrorista de Israel se internacionaliza, dia-a-dia.
O bom senso, algo impossível nesta hora, é a única forma de se evitar o pior, e bom senso, diga-se de passagem é o que não existe nem na cabeça dos dirigentes israelenses e muito menos no que resta de cérebro em Bush.

Melancolia.

No cais do porto, esperando pelo nada, os olhos vazios mirando o ontem, na desesperança de um amanhã, tão sombrio quanto o hoje.
O vestido curto, as pernas marcadas pelas cicatrizes e pelas varizes, celulites até e, principalmente, na alma...
O menino, mal coberto pelos farrapos, último e único troféu que sobrou.
Menino macilento, olhos fundos, mas com aquela força inerente da luta feroz pela sobrevivência.
Uma sobrevivência sem futuro, sem esperança, um ocaso ao amanhecer.
Amores, foram mais de mil, amores de uma noite, de um momento, de uma semana, as brasas ardendo entre as pernas abertas por ofício e automáticas, sem prazer, sem sentido, somente abertas.
Amor um só, o marinheiro forte e violento, responsável por muitas das marcas, feitas a brasa de cigarro e ponta de facão.
Marcas no rosto, nas coxas, nas costas, na vida. Cicatrizes eternas, território marcado, gado marcado, sofrimento.
Mas o prazer, esse não dava para esquecer, prazer violento, doloroso, doce...
As ondas levavam e traziam, o mar revolto anunciava a tempestade, que era bem vinda, mantendo no cais do porto, o navio. E na casa humilde, o marinheiro.
Bem que sabia que não era dela, era do mar, de tantas sereias quantos portos houvesse. Não adiantavam nem as preces que, escondida, fazia.
Os Santos não poderiam ajudá-la e ela bem sabia disso.
Da última vez, ele fora embora mas ficara, ficara dentro dela, nas entranhas, trazendo náuseas e alegrias, dores e esperanças.
Um restinho do que fora, um troféu, um eterno troféu pela vida afora.
A gravidez trouxe a miséria, diminuíam os fregueses, a porta vivia aberta a espera de um cliente, de um real, de um almoço...
Mas, se não fosse a solidariedade de uns poucos...
Entre trancos e barrancos, nascera o menino.
Menino magro e guloso, querendo as mesmas tetas onde o pai mamara tanto, tanto...
Os peitos fartos, agora flácidos eram devorados pelo faminto, mas a sensação de prazer que ficara na memória, teimava em arder e, por isso, nunca negava o leite àquela criança.
O cais do porto, os olhos parados, a desesperança.
E Jesus, olhando para o ontem, assim como a mãe, sem saber por que, repetindo os mesmos gestos e a desesperança a descorarem os olhos azuis...

O que não será destaque na Imprensa 2 - dos alimentos orgânicos

Diário do Nordeste - 29/07/2006
Brasil pode se tornar o maior exportador de orgânicos em dez anos
A partir das políticas públicas de estímulo à prática da agricultura orgânica, é possível que em uma década o Brasil se torne o maior exportador do mundo. A avaliação foi feita pelo agrônomo José Carlos Polidoro, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Solos). A concretização dessa estimativa depende de apoio político, principalmente na questão de exportações ligadas ao setor orgânico, com destaque para hortaliças e frutas, observou o especialista. "Esse mercado é extremamente positivo para a entrada de mais agricultores nesse sistema", disse. A participação da Embrapa nesse processo se dá através do projeto "Desenvolvimento Tecnológico dos Sistemas Orgânicos de Produção Agropecuária com Base Ecológica", do qual participam cerca de 250 pesquisadores de 16 unidades da empresa e de 45 instituições parceiras, inclusive privadas. O projeto é coordenado pela Embrapa Agrobiologia. Polidoro informou que este é o maior programa mundial de pesquisa e desenvolvimento de agricultura orgânica e está em vias de aprovação para renovação na Embrapa. O projeto se insere nos Desafios Nacionais do Agronegócio, que têm a agricultura orgânica como um grande negócio.


Há uma necessidade imperativa de se inovar para competir a nível de mercado internacional, isso é quase uma unanimidade entre os especialistas em comércio exterior.
Além disso, para os pequenos agricultores, há a necessidade urgente de se diferenciarem para poderem manter a lucratividade.
O estímulo a essa forma, cada vez mais valorizada, de agricultura, especialmente na produção de frutas e hortaliças, como visto acima, é de vital importância para que o país se sobressaia dentro de um mundo globalizado.
A produção de alimentos orgânicos necessita de maior quantidade de mão de obra e se faz de forma quase artesanal, o que possibilita a fixação do homem no campo, diminuindo o êxodo e, por conseguinte, o inchaço das cidades, principalmente as metrópoles.
Da mesma forma que a mecanização expulsou o lavrador, a produção de orgânicos, o mantêm.
Essa é uma das principais, senão a mais importante, contribuição social dessa modalidade de produção.
Além disto, a lucratividade e a garantia de consumidores cada vez mais exigentes se tornam, a cada dia maiores.
Esse projeto de pesquisa e desenvolvimento, feito em parceria do governo com a iniciativa privada, é o maior do mundo.
A possibilidade de se transformar o Brasil no maior exportador de alimentos orgânicos do mundo é de vital importância para o futuro e sobrevivência dos pequenos e médios agricultores.
Como isso não interessa aos grandes latifundiários, o destaque dado a essa notícia não terá a mesma dimensão que foi dada, por exemplo, ao movimento da UDR para que se subvencionasse as dívidas dos grandes agricultores, nem sempre com investimentos feitos no campo, por exemplo.
Mas, sem dúvida, o impacto social do aumento da produção de orgânicos será gigantesco, direta ou indiretamente falando...

O que não será destaque na Imprensa 2 - dos alimentos orgânicos

Diário do Nordeste - 29/07/2006
Brasil pode se tornar o maior exportador de orgânicos em dez anos
A partir das políticas públicas de estímulo à prática da agricultura orgânica, é possível que em uma década o Brasil se torne o maior exportador do mundo. A avaliação foi feita pelo agrônomo José Carlos Polidoro, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Solos). A concretização dessa estimativa depende de apoio político, principalmente na questão de exportações ligadas ao setor orgânico, com destaque para hortaliças e frutas, observou o especialista. "Esse mercado é extremamente positivo para a entrada de mais agricultores nesse sistema", disse. A participação da Embrapa nesse processo se dá através do projeto "Desenvolvimento Tecnológico dos Sistemas Orgânicos de Produção Agropecuária com Base Ecológica", do qual participam cerca de 250 pesquisadores de 16 unidades da empresa e de 45 instituições parceiras, inclusive privadas. O projeto é coordenado pela Embrapa Agrobiologia. Polidoro informou que este é o maior programa mundial de pesquisa e desenvolvimento de agricultura orgânica e está em vias de aprovação para renovação na Embrapa. O projeto se insere nos Desafios Nacionais do Agronegócio, que têm a agricultura orgânica como um grande negócio.


Há uma necessidade imperativa de se inovar para competir a nível de mercado internacional, isso é quase uma unanimidade entre os especialistas em comércio exterior.
Além disso, para os pequenos agricultores, há a necessidade urgente de se diferenciarem para poderem manter a lucratividade.
O estímulo a essa forma, cada vez mais valorizada, de agricultura, especialmente na produção de frutas e hortaliças, como visto acima, é de vital importância para que o país se sobressaia dentro de um mundo globalizado.
A produção de alimentos orgânicos necessita de maior quantidade de mão de obra e se faz de forma quase artesanal, o que possibilita a fixação do homem no campo, diminuindo o êxodo e, por conseguinte, o inchaço das cidades, principalmente as metrópoles.
Da mesma forma que a mecanização expulsou o lavrador, a produção de orgânicos, o mantêm.
Essa é uma das principais, senão a mais importante, contribuição social dessa modalidade de produção.
Além disto, a lucratividade e a garantia de consumidores cada vez mais exigentes se tornam, a cada dia maiores.
Esse projeto de pesquisa e desenvolvimento, feito em parceria do governo com a iniciativa privada, é o maior do mundo.
A possibilidade de se transformar o Brasil no maior exportador de alimentos orgânicos do mundo é de vital importância para o futuro e sobrevivência dos pequenos e médios agricultores.
Como isso não interessa aos grandes latifundiários, o destaque dado a essa notícia não terá a mesma dimensão que foi dada, por exemplo, ao movimento da UDR para que se subvencionasse as dívidas dos grandes agricultores, nem sempre com investimentos feitos no campo, por exemplo.
Mas, sem dúvida, o impacto social do aumento da produção de orgânicos será gigantesco, direta ou indiretamente falando...

Trovas

Vaga mundo, devagar
Vago o tempo, sem demora
Tanto tempo por passar,
Relógio, marcando a hora...


Cálice de vinho tinto,
Trazendo sangue na boca,
Amores são tantos, sinto
Louca vida, vida pouca...

Na verdade, foste santa
Perdoando meus pecados,
Tua alegria me encanta,
Belas flores, belos prados...

Em teus seios, sei saudade;
Tua boca me devora,
Vem viver felicidade,
Nosso tempo não demora...


Água correndo no teu rio,
Do teu rio, vai pro mar.
Moça, me dê o teu cio,
Teu corpo, vou navegar...

Viver sem medo, cigano,
Sem segredo e covardia
Passando dia, mês, ano;
Montado na fantasia...

Soneto

Trazendo meu silêncio concebido
No momento fatal da despedida,
Sangro tanto, meu tempo já perdido,
Na procura da minha própria vida...

Eu não quero saber se tem havido
A que nunca mais fora percebida,
Nem amada no tempo sem sentido,
No gosto amargo, fruta apodrecida.

Vagando só, sem tempo e sem espaço,
Vou lavrando a paz, vendo meu cansaço
Nesse momento torpe do senão,

Vivendo por viver, meu coração,
Procurando limites, neste abraço.
Por onde vou, vagueia essa amplidão!

O que não será destaque na Imprensa 1

Portal do MEC (28/07/06)
Aumentam a oferta e a procura de cursos profissionalizantes de nível médio
Cresceram a oferta e a procura de cursos de educação profissional de nível médio em todo país, de acordo com números do último Censo Escolar. Os dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC) demonstram que o número de brasileiros que se matricularam nestes cursos cresceu de 589.383, em 2003, para 747.892, em 2005. As unidades que oferecem esta modalidade de ensino no Brasil aumentaram de 2.789, em 2003, para 3.294, no ano passado. O crescimento de instituições de ensino e de matrículas no período analisado revela um aumento significativo: 18,1% no de estabelecimentos e 26,9% no de matrículas. Os ingressos na rede federal, nessa fase, aumentaram de 79,5 mil para 89.114.

Uma das coisas mais reclamadas com relação a preparação dos adolescentes brasileiros, sempre foi a qualificação destes para o mercado de trabalho.
A baixa percentagem de alunos em cursos profissionalizantes, os chamados “cursos técnicos”, sempre foi uma das principais reivindicações, tanto da área de formação quanto na da utilização desta mão de obra especializada.
Pois bem, pelos dados acima, temos uma acentuada melhora neste aspecto, já que um aumento de mais de vinte e cinco por cento de formaturas em apenas dois anos, demonstra o quanto este aspecto não está sendo esquecido.
Obviamente, como a maioria dos alunos dos cursos técnicos pertence a camadas sociais mais humildes da população, isso não merece destaque na imprensa.
Esses aspectos podem ser irrelevantes para as classes dominantes, mas para quem almeja emprego e melhores salários, são fundamentais.

Tucanolândia - capítulo 25- Salário e Congelamento


Esse pessoal da oposição não tendo o que falar, difama.
Dom Gerald Aidimin, como todos sabemos, é um excelente vendedor e, tendo como origem sírio libanesa, tem fama de ser pão duro.
Me desculpe quem se sentir ofendido, isso é apenas uma crença popular que, muitas vezes é desmentida no dia-a-dia.
O problema é que, com a venda das estatais, esperava-se um aumento nos investimentos públicos, já que a principal motivação para que se fizessem estas privatizações era esse, segundo a propaganda oficial.
Mas, o temperamento de Dom Gerald é muito forte, a ponto de ser conhecido como “Picolé de chuchu”e chuchu, para quem não conhece é um legume conhecido pelo paladar forte e apimentado.
Por conta deste temperamento, ninguém conseguia fazer com que ele mudasse de idéia. E a economia nos gastos era um de seus mais fortes dons e características.
Isso viera desde os tempos de infância quando, menino criado no interior, economizava as moedinhas que ganhava e que encontrava no porquinho que sua avó tinha lhe dado no Natal.
No Natal do outro ano, quebrava o cofrinho e comprava o seu presentinho.
Teve um Natal inesquecível, onde ele conseguiu comprar um velocípede, tão bonito que nunca mais se esqueceu...
E essas lembranças fizeram de Dom Gerald um homem seguro, famoso mão de vaca, avaro, parecendo que anda com um escorpião no bolso, pão duro...
E, por conta disso, nada o fazia mudar de idéia, economizar! A ordem é economizar.
Tanto que, apesar de todas as reclamações desse pessoal da Educação, da Saúde, da Segurança Pública, ele passou a economizar nos investimentos públicos.
Para se ter uma idéia, em 1998 os investimentos perfaziam 5, 39% do gasto total. Já em 2003 e 2004, passaram a ser de 3,75%.
Agora tem camarada safado da oposição dizendo que essa economia, santa economia, pode ter sido uma das causas do aumento da violência no Estado, só porque o salário dos policiais se manteve congelado nestes anos todos.
Ora bolas, salário vem de sal, e com o que esse pessoal ganha, dá pra comprar quantos quilos de sal em um mês? E congelamento é um dos princípios básicos para se fazer um bom picolé, mesmo que seja do picante chuchu...