sexta-feira, janeiro 27, 2012

OUTRO TOM

OUTRO TOM


Apenas por saber do quanto traga
A vida noutro tom mais redundante
A sorte se mostrara doravante
No fio mais audaz da velha adaga,

No mundo que se perde e nada afaga
A vaga sensação que se adiante
Do tempo que pudesse noutro instante
Vencer a solidão na imensa plaga,

Lutando para a própria liberdade
O tanto que pudera e se degrade
O verso desagrade quem escuta,

O risco de uma luta sem final,
Seara que trouxeste; uma abissal,
Vontade que se estende atroz e bruta

VALÉRIO MANNARINO

Outro momento

Outro momento

Jamais imaginasse outro momento
Aonde se pudera mais além
Do quanto na verdade sei que vem
Embora nem consiga, estou atento.

E sei que se de fato inda me alento,
Meu passo se presume onde ninguém
Vestígios do que fomos sei que têm
O tempo no seu próprio alheamento.

Rosnando esta saudade mais audaz
O quanto se quisera não se faz
Tampouco ao tropeçar nada consigo,

O lúdico cenário morto está
E o que ora me restara desde já,
Representando apenas desabrigo.

Valério Mannarino.