domingo, julho 02, 2006

Da necessidade de normatização da mídia.

A partir do fato de que as televisões e rádios são concessões públicas, portanto espaço público concedido a empresas, a propaganda oficial, obedecendo a regras claras, deveria ser de veiculação gratuita. Já que, de interesse público, paga pelo povo para ser informada ao povo.

O fato de agências de publicidade serem usadas como arrecadadoras de dinheiro se tornam evidentes tanto em São Paulo, em Minas e a nível federal, demonstram que isso passa a ser utilizado contra o próprio povo, na prática vitimizado duas vezes; quando concede e paga para conceder, além dos desvios que acarretam já que a propaganda televisiva é cara.
Nada contra o patrocínio de eventos culturais ou esportivos pelos órgãos públicos, porém isso deveria obedecer a uma divisão melhor feita, não só concentrada em alguns poucos canais televisivos e de rádio. A independência e a democracia da imprensa passa por isso. Quanto à mídia escrita, cada vez mais temos que lutar pela total independência desta, porém, nesse caso é muito mais difícil de ser obtida, já que o dono do jornal não é o povo e sim grupos econômicos.
A mídia televisiva não pode obedecer a interesses públicos, pois tanto quanto o ministério público, o jornalista tem a obrigação de ser isento, e isso passa por um código de ética com um conselho regional do jornalista, para defendê-lo nos casos onde é obrigado a ceder e conceder sua independência para os grupos dominantes, públicos ou privados. A partir do fato de que as televisões e rádios são concessões públicas, portanto espaço público concedido a empresas, a propaganda oficial, obedecendo a regras claras, deveria ser de veiculação gratuita. Já que, de interesse público, paga pelo povo para ser informada ao povo.
O fato de agências de publicidade serem usadas como arrecadadoras de dinheiro se tornam evidentes tanto em São Paulo, em Minas e a nível federal, demonstram que isso passa a ser utilizado contra o próprio povo, na prática vitimizado duas vezes; quando concede e paga para conceder, além dos desvios que acarretam já que a propaganda televisiva é cara.
Nada contra o patrocínio de eventos culturais ou esportivos pelos órgãos públicos, porém isso deveria obedecer a uma divisão melhor feita, não só concentrada em alguns poucos canais televisivos e de rádio. A independência e a democracia da imprensa passa por isso. Quanto à mídia escrita, cada vez mais temos que lutar pela total independência desta, porém, nesse caso é muito mais difícil de ser obtida, já que o dono do jornal não é o povo e sim grupos econômicos.

Mas, a necessidade de um órgão fiscalizador com relação a esses grupos, feito a partir do próprio núcleo profissional, obedecendo às regras legais e éticas, nos daria uma maior isenção com relação a atividade jornalística, como um todo.

O jornal do Botafogo vai ser parcial, nada mais óbvio. Um jornal ligado a um sindicato também.

Mas, não podemos permitir que a um jornal circule sob a pecha de ser isento e que transmita notícias a esmo, sem averiguação anterior.

Uma das máximas diz que “quem conta um conto, aumenta um ponto”. Mas isso não pode servir como desculpa para profissionais que agem sem respeito à verdade e nem aos seus leitores, já que pior do que não informar é deformar, deturpar...

O nosso povo praticamente não tem acesso à imprensa, sendo muito baixo o índice de leitores x população, bem inferior ao Chile e à Argentina, por exemplo.

Esse tipo de mídia, sem controle e irresponsável, contribuirá, a partir da queda da credibilidade, para um agravamento desse quadro.

O que temos hoje é que a grande imprensa não depende, basicamente, do ganho sobre a circulação dos seus jornais e revistas, para a sobrevivência. As propagandas, por si só, sustentam cada vez mais esses órgãos.

O que os torna extremamente fragilizados com relação ao interesse dos seus patrocinadores. E isso é muito ruim para a democracia.

Todas as grandes revoluções da humanidade contaram com a imprensa para que ocorressem, direta ou indiretamente.

Temos visto uma sucessão de erros e de absurdos veiculados pelos mais diversos órgãos de imprensa, entre os quais denúncias sobre homens públicos.

Cito o caso da senadora Ideli Salvati, entre outros.

Recordo-me do prejuízo causado a Ibsen Pinheiro, por uma revista de grande circulação há alguns anos. Até que ponto isso continuará acontecendo?

A necessidade de uma auto-regulação no setor é cada vez maior. E urgente.

Quero poder, ainda, crer na formação de uma imprensa realmente livre e responsável, já que a simples liberdade sem responsabilidade beira à criminalidade.

E, realmente, casos onde haja calúnia e difamação são passíveis de penalização tanto cível quanto criminalmente.

Preconceito e discriminação.

Nada mais estúpido do que os preconceitos. Qualquer tipo e em qualquer situação.
Denotam simplesmente, não só a ignorância como também a incapacidade de se adaptar ao convívio das diferenças.
O pré-conceito, em sua magnitude, é responsável pelas guerras, pela fome e pela miséria dos mais frágeis.
Através da História, tivemos em todos os momentos desta, marcas indeléveis e cicatrizes profundas causadas pela ação do homem contra o homem, sob o simples e absurdo argumento de que se é incapaz de aceitar a convivência com quem não espelha a imagem do dominador ou do, teoricamente, mais forte.
Normalmente o preconceituoso demonstra um caráter de não aceitação de si próprio, transferido para o outro as sensações de sua própria insignificância e baixa estima.
É clássica a ira do homossexual reprimido contra o homossexual assumido, numa atitude de inveja e de impotência perante a opção sexual reprimida.
O fato de não poder, por causas variadas, assumir a opção sexual que, de fato o atrai mas, por isso mesmo, se torna repulsiva; o faz agir violentamente contra aqueles que conseguiram vencer os medos com relação a isso.
Historicamente, na nossa colonização, a própria Igreja Católica estimulava os preconceitos, subserviente que era à Corte e aos poderosos, perdoando e até mesmo estimulando os massacres indígenas e as ações contra os negros e pardos.
A própria Igreja, nas Cruzadas, levava terror a quem não compartilhava de suas idéias, desculpa usada pelos poderosos sequiosos em dominar áreas pertencentes aos otomanos. Em nome do Cristo pacífico, se lavavam no sangue dos mouros.
A sensação “prazerosa” criada pela submissão dos mais fracos e dos indefesos, gera em muitos de nós, o que se pode dizer Poder Absoluto, o que faz com que as ações mais cruéis e absurdas sejam tidas como “normais”.
Os massacres em Ruanda e Burundi que se realizaram há alguns anos, sob os olhos passivos dos paises civilizados, demonstram o quanto o homem ainda persiste nos mesmos erros de antes. A situação trágica no Oriente Médio entre palestinos e judeus e entre xiitas e sunitas também demonstram isso.
A, teoricamente, mais civilizada das nações, que se orgulha de sua democracia, nos tem dado exemplo de que “nada mudou”.
Enquanto os talibãs foram úteis, os afegãos padeciam de toda a sorte de desmandos e absurdos, inclusive com crimes contra a própria Cultura Universal, como a destruição de uma histórica estátua de Buda, incrustada numa montanha. Bastou que, para os americanos, esses passassem a não ser mais de tanta utilidade para que os antes defensores desse grupo radical passassem a ser seus algozes.
A armadilha criada pelos próprios imperialistas americanos no Iraque fez com que eles mesmos entrassem em uma confusão que não vai ter final pacífico.
Os erros de ontem se repetem hoje, em um moto contínuo absurdo e sem nexo.
Um outro aspecto dos preconceitos é a profunda associação dos fatores econômicos com os outros parâmetros.
Principalmente no Brasil, onde a imagem de “país sem preconceito” se desmente a cada momento.
Uma das principais acusações contra o Presidente da República, criminosamente repetida por alguns setores do país, inclusive político, é o fato de não ter curso superior.
O mesmo grupo se omite contra o vice-presidente, também sem curso universitário, mas rico.
Grande parte dos nossos políticos não tem cultura bastante para serem tidos como intelectuais, alguns crêem que o simples fato de terem aprendido mais de um idioma significa capacidade intelectual.
Conheço a história de um menino que, sem ter estudado, há muitos anos, deixou boquiabertos todos os doutores do seu tempo.
Entre outros personagens, como a admirável Cora Coralina, grande poetisa semi-analfabeta, admirada por muitos, inclusive por parte daqueles que criticam o nosso presidente pelo fato de não ter concluído um curso superior.
Outro aspecto que creio ser importante, além desse é o preconceito inerente contra o povo nordestino, tal qual vemos na Itália contra os sicilianos e calabreses, disso posso falar com conhecimento de causa, neto que sou de um calabrês.
Quando vemos uma das maiores autoridades políticas do nosso país, governante por oito anos afirmar que “pobre não pode governar”, temos o mesmo aspecto preconceituoso.
Da mesma forma quando um outro político afirma que Lula “vive viajando”, se esquecendo do antecessor “Viajando Henrique Cardoso”, nos remete ao preconceito.
Com relação ao uso de bebida alcoólica, nem preciso dizer – cachaceiro é bem diferente de uisqueiro ou de quem bebe vinhos, principalmente vinhos importados, é por acaso chamado de alcoólatra?
Todos estes aspectos convergem para o preconceito.
Uma outra coisa que deve ser vista é a discriminação, ação ligada ao preconceito e á segregação, quando se faz de forma contínua e mais profunda.
Quando citei a Igreja Católica e o Império Norte americano, como coadjuvantes e atores principais de etapas da história onde o preconceito e a discriminação se tornaram algozes da Humanidade, pergunto até que ponto o nazi-fascismo foi menos ou mais cruel do que essas ações?
É delicado se tocar nesse assunto, a partir do momento em que a História é feita pelos vencedores, cabendo aos derrotados os ônus dos erros.
Até que ponto a imagem do “judeu errante” não contribuiu para a ação criminosa do nazismo?
Até onde vai a diferença entre as ações de Bush com relação aos povos árabes, em nome de uma “liberdade”, e as ações dos espanhóis e portugueses com relação aos índios latino americanos?
Até onde vai a ineficiência de um “semi-analfabeto” Garrincha e a de Lula?
Temos a visão da discriminação e do preconceito como, muito mais econômica e social do que por cor de pele, religião, raça ou culturais e/ou educacionais.
Os que agem sob essa égide, demonstram a fragilidade moral de quem não tem capacidade de discernir qualidades e defeitos.
Apresentam, de antemão, uma opinião deformada sobre o que não conhecem, o que denota ausência de caráter e de sapiência.
Os que discriminam são os mesmos que bajulam os que, econômica ou socialmente estão em um estágio aparentemente superior.
Sendo dignos de serem olhados, sob uma ótica cristã, com a mesma compaixão que Cristo observava os seus algozes.
E numa ótica ética, como os verdadeiros abutres da história, incapazes de serem referência para qualquer coisa, a não ser da incompetência de agirem como seres civilizados...

Nuestros hermanos e nosotros -

A Copa no Mundo: "Hermanos" comemoram queda do Brasil "França deu a passagem de volta ao pentacampeão". Com essa manchete, o diário argentino "Clarín" mostra sua alegria pela eliminação dos rivais brasileiros e exalta a presença do "mágico" Zidane.Alegam que "a dor da derrota [da Argentina] para os alemães foi amenizada com a saída dos pentacampeões mundiais." Ironizam que alguns atletas argentinos encontraram um "santo remédio" para alcalmar a dor da desclassificação chamado "Adeus Penta", em alusão ao time brasileiro detentor de cinco conquistas mundiais."Esta eliminação teve efeito de calmante aos argentinos e provou, entre outras coisas, que Ronaldinho nunca atuou no Brasil como joga no futebol espanhol."E vão além: "Não é bom melhorar o humor com a desgraça alheia. Porém, o Brasil se tornou o melhor remédio para a derrota argentina. Esse remédio, aliás, estava em promoção e veio com um perfume francês."O diário "Olé" é sarcástico e destaca em sua capa "MerdeAmarela" --trocadilho com o tradicional verde e amarelo brasileiro. "Os brasileiros pensavam que iriam conquistar o hexa sem jogar. Por favor! França os tirou do Mundial com um baile."
"Vergonha. Um papelão histórico. A França passou por cima de uma equipe formada por estrelas de TV. Aliás, o Brasil ganhou de alguém nesse Mundial?", questiona o jonal argentino. "Os brasileiros acreditaram. Acreditaram que eram os melhores do mundo antes de jogar e estavam preparando a sexta estrela em suas camisetas. Acreditaram que ninguém poderia vencê-los. Por favor! Tchau, Brasil."O argentino "La Nación" deixa a ironia de lado e estampa em sua capa "Nocaute no campeão". Define a "experiente" França como um bom vinho: "quanto mais velho, muito melhor.""Com uma carga emotiva nas costas e um conjunto motivado pelas glórias do passado, a França superou os brasileiros, último campeão e principal favorito, e se classificou às semifinais."O diário argentino também faz coro com a maioria dos brasileiros e define como "pífia" a participação de alguns jogadores. "Ronaldinho não apareceu. Sem magia. Ronaldo perdeu o faro de goleador. Cafu e Roberto não estiveram a altura dos bons jogadores de quatro anos atrás."


Ontem, antes do jogo entre Brasil e França, o locutor global e torcedor pentelho, Galvão Bueno, falou, provocativo, que a Argentina tinha jogado a melhor partida da Copa do Mundo – a para casa.
“Bela” piadinha antes e rabinho entre as pernas, depois.
Essa rivalidade entre Brasil e Argentina chega a ser hilária.
O respeito entre ambos transformada em piadas a cada dia, como a provocativa propaganda de uma cervejaria, colocando a Argentina como a equipe a ser vencida.
Muito bonito, ambas favoritas, ambas desclassificadas...

O "pinguim" Zidane

Pingüim aparece em Niterói e ganha nome de Zidane
Agência Estado
Um pingüim apareceu na Praia de Itaipu, em Niterói, antes do jogo Brasil e França e foi batizado de Zidane. O nome foi dado pelo comandante do Grupamento Marítimo do Corpo de Bombeiros no Rio, coronel Marcos Silva, que torcia para que o craque francês se perdesse no jogo. "Zidane e os outros pingüins que chegam aqui vêm do Estreito de Magalhães. Eles nadam uns três meses", disse Silva. Zidane foi levado para o Zoológico de Niterói.



Realmente, Zidane é o pingüim que congelou a seleção brasileira.
A sua habilidade e genialidade fez com que nossos jogadores ficassem hipnotizados perante a aula de futebol dada pelo craque francês; da mesma forma que havia ocorrido em 1998.
Isso me faz crer que a convulsão que Ronaldo teve na final daquela Copa não foi nada mais nada menos do que o encantamento com o que um dos mais geniais do futebol mundial produzia naquele torneio.
A diferença entre um grande jogador como Ronaldo, Maradona, Zico, entre outros, e Zidane é a inteligência e rapidez de raciocínio. Com um simples toque, o genial francês, resolve um lance aparentemente difícil.
Claro que o desânimo do mesmo no Real Madrid dava a impressão da morte do gênio. Mas, muito pelo contrário. Bastou a motivação para termos, de novo, a visão do jogador de exceção.
A objetividade do “pingüim” francês é exemplar. Transforma o futebol em algo aparentemente fácil, dando velocidade e objetividade, simplificando.
Os grandes gênios, em todas as áreas da humanidade, têm essa característica, a de transformar o aparentemente difícil, quase impossível, no simples e “fácil”.
Ronaldinho Gaúcho, por exemplo, é um dos mais habilidosos jogadores do mundo, em todos os tempos. Mas, objetivamente, nessa copa não existiu.
Um jogador que me lembra Zidane foi Toninho Cerezo que, com rapidez e objetividade, transformava o esporte em coisa “de criança”.
Infelizmente, esse tipo de jogador, no Brasil, nunca foi muito valorizado. Como vivemos num país exportador de jogadores, o que vemos é a individualidade incrustada nos meninos, desde o começo da carreira.
Não existe o coletivo, somente o “time do eu sozinho”. E isso foi fatal para que perdêssemos duas vezes e merecidamente para o escrete francês.
Com “pingüim” e tudo.
Para 2010, temos algumas boas novidades; além da aposentadoria dos nossos “craques” Cafu, Roberto Carlos, Emerson, entre outros; a aposentadoria de Zidane. Já serve de alento...
Outra coisa é avisar aos meninos como Kaka e Ronaldinho Gaúcho que não precisam complicar é só darem uma olhadinha em Zidane, Junior, Cerezo e aprenderem que o esporte é coletivo.
Habilidade somente não serve, senão Cafuringa teria sido um dos maiores craques do futebol brasileiro.