sábado, junho 24, 2006

É LULA PRA PRESIDENTE!

Minha gente estou contente,

Estou contente de fato,

Vou contente, minha gente

A gente tem candidato.

Nada mudou na verdade,

É candidato de novo,

Pelo campo e na cidade,

É o candidato do povo.

Se quatro anos foi pouco,

Outros quatro eu quero ter.

De gritar, ficando rouco,

Louco pra gente vencer.

A pobreza brasileira,

Precisa desse operário,

Nossa nação verdadeira,

Não quer mais um salafrário.

Não queremos apagão

Nem tampouco esse tucano

A luz chegou no sertão,

Eu, de novo não me engano.

Meu filho na faculdade

Tá bonito como quê,

Transpira felicidade,

De novo, vamos vencer!

A roça tá controlada

Os juros posso pagar,

Tá linda minha boiada

Tudo está no seu lugar.

A comida tá barata

Emprego tá aumentando,

Meu bolso tem bem mais prata,

As coisas tá melhorando...

Pode contar com meu voto,

O meu e da minha filha,

Aliás, vê nessa foto,

Vota junta essa família.

Que é gente trabalhadora

Que trabalha com afinco,

Sabe que como a lavoura,

Esse país tá um brinco...

Bem sei das dificuldades

De governar a nação,

Conheço essas crueldades

Dessa tal oposição.

Tiveram por muito tempo,

Com as mãos nesse timão,

Criaram foi contratempo,

Pra impedir a evolução.

Chamaram ele de burro,

Cachaceiro e vagabundo,

Bem sei o quanto que é duro,

Saber que em todo esse mundo,

O nordestino valente

É respeitado demais.

Essa gente tá doente,

Tá perdendo até a paz,

Partiram pra estupidez

Xingando o pobre coitado

Ora só, vejam vocês.

Eles ‘tão descontrolado...

Num adianta chorar

Nem querer ameaçar

Vocês têm que aturar,

De novo vamos ganhar.

Pro bem do povo carente

Da nossa gente mais pobre,

A nossa gente contente

Que não cheira a ouro e a cobre...

Veja essa luz lá no fundo,

Não há mais bela que assente,

Vou contar pra todo mundo:

É LULA PRA PRESIDENTE!

Da peleja do diabo com o dono do céu...

Tenho visto e ouvido muita coisa do que resolveram chamar “gospel”.
Realmente, algumas músicas que recebem a alcunha de “hinos” têm alguns aspectos interessantes, porém a maior parte é intragável.
Alguns cantores de segunda e terceira classe, vendo que a carreira estava já totalmente acabada, reencontraram nesse vasto mercado uma tábua de salvação.
O interessante é vermos que, segundo alguns religiosos mais xiitas, tudo aquilo que não for “hino” não pertence a Deus e, portanto não deve ser ouvido. Uma música de altíssima qualidade, como uma Rosa de Hiroshima, bela homenagem à paz, deve ser colocada de lado, enquanto hinos fantasmagóricos são cantados com todo o fervor.
Um dos temas mais freqüentes dessas cançonetas é a eterna guerra do bem contra o mal.
Os cantores se colocam à disposição de Deus num imaginário duelo, composto de lanças e dardos contra os temíveis tridentes diabólicos.
Tal qual um cavaleiro andante quixotesco, os “heróis” se unem para vencer os “moinhos de vento” demoníacos.
As letras, de baixíssima qualidade tanto poética quanto de louvor, demonstram o caráter belicoso que é dado pela maior parte das Igrejas a religião.
As centenas de demônios que habitam as cabeças mais influenciáveis dessa turma, permite-me uma visão medieval da vida.
A luta interna que temos, a cada momento, nas escolhas da vida, entre as opções que poderemos seguir, passa a ser vista como uma terrível peleja entre o diabo e o dono do céu.
A visão cristã de pacificidade e perdão passa a dar lugar a uma visão judaica de luta entre um povo escravizado e suas lendas de heroísmo utópico e não comprovado, praticamente lendário.
O “heroísmo” judaico tão propalado e nunca comprovado historicamente, passa a ser visto pelos visionários dessa “nova era medieval” como verdade absoluta e inconteste.
Temos nas canções aberrantes e berrantes, muitas das vezes, histórias que remontam a idade das trevas.
Como se Jesus, ameaçado, preso e torturado até a morte pelos romanos e pelos judeus não tivesse pedido perdão por esses. Como se Ele tivesse conclamado algum exército sobre ou supranatural para defendê-Lo.
Ora bolas, tal deturpação do que seja cristianismo seria cômica, se não fosse trágica.
A criação destes dragões nas cabeças despreparadas e incultas, pode levar à formação de milhares de São Jorges radicais e tresloucados.
Pode-se imaginar até na possibilidade da conclamação a um exército de radicais cristãos, tão medonhamente assustador quanto o islâmico ou de qualquer outra religião.
A educação, somente esta, levada a sério, e com características de formação de personalidades mais livres e pensantes, é o antídoto natural contra qualquer tipo de desvio incoerente do pensamento e da filosofia.
A cantoria dos tempos do feudalismo, podem gerar distorções graves que devem ser evitadas e, acima de tudo, condenadas.
O risco existe e deve ser tratado com alguma seriedade, senão poderemos ter uma repetição dos desvarios islâmicos e japoneses. Os kamikazes cristãos não são somente figura de retórica. Atentai...

Do Deus Aspirina ou das Sanguessugas de Cristo

Uma das coisas que tem me chamado a atenção nos programas religiosos que abundam e invadem a maior parte dos canais abertos de televisão, além dos canais pertencentes a Igrejas, inclusive a católica, é a existência de “milagres”, constantes e diários.
Os ditos milagres ocorrem a todo momento , com extraordinária freqüência. Em alguns programas evangélicos e católicos a existência deles chega a cifras recordes.
E esses milagres são das mais variadas espécies. Temos para todos os gostos e preferências.
Há milagres relacionados à vida financeira, inclusive com casos de recuperação econômica ou ganho nas loterias que, de demoníacas, passam a ser operadoras sob os auspícios dos mais diferentes “santos”.
Há os milagres de ordem familiar, em que a “impactação” divina leva a alcoólatras pararem de beber, prostitutas deixarem de se prostituir, drogados pararem de se drogar; como se para que tais fatos ocorrerem, ser necessário somente o auxílio direto dos deuses.
Um sem par de demônios invade cada templo ou Igreja, sendo raros nos locais onde poderiam ser mais comuns, como nos prostíbulos, nos bares, nas casas de comércio, de câmbio ou até mesmo no Congresso Nacional.
Quem quiser ver um demônio de perto, é só freqüentar algumas de nossas igrejas que, por certo, lá encontrará demônios, capetas, “inimigos” em profusão.
Creio que algumas denominações colocam a palavra “Deus” na porta dos seus templos, para que o visitante tenha certeza de que aquela é uma casa de Deus, embora a quantidade de vezes que se fala em “diabos”, leve o incauto a pensar exatamente ao contrário.
Num dos programas mais conhecidos de televisão, repetidos diariamente em vários canais, além do canal pertencente à Igreja em questão, tenho constatado a presença do “Deus Aspirina”.
Pouco antes de pedir dinheiro, situação em que o pastor em questão é mestre, o dito cujo inicia uma sessão de “milagres” no mínimo estranha.
Após “ordenar” que os demônios das doenças abandonem “os corpos” dos doentes, em nome de Deus (embora pareça que Deus seja nada mais nada menos que um empregado ou serviçal de tal pastor), ele pergunta quem se “curou”.
Aí se inicia um tal de curas de dor no ombro, dor no braço, dor na coluna, dor de cabeça, dor... Ou seja, nada mais nada menos do que os “milagres” realizáveis pela Aspirina ou por outro analgésico qualquer.
Sinceramente, nos meus vinte anos de medicina, não presenciei nada que não possa ser explicável pela Ciência. Isso não quer dizer que não existam milagres, mas não os vi.
Obviamente alguns irão me dizer: “A culpa é sua, porque não tens fé bastante para vê-los”.
O problema é que se eu não obtiver o resultado esperado com um tratamento científico, não caberá tal desculpa.
A falta de fé é a justificativa para o fracasso. Bela e confortável desculpa...
Pois bem, após a sessão de milagres aspirínicos, tal pastor “passa a sacolinha”, cobrando muito mais caro pelas “curas” do que um médico recebe do SUS pelo mesmo serviço, isso incluindo o analgésico.
Tenho observado, com temor e indignação, muitos pacientes abandonarem o tratamento por causa desses “milagreiros” de meia tigela. Recordo-me de uma criança diabética, insulino dependente que um bem intencionado imbecil, semi-analfabeto, mas treinado por uma ala da Igreja Católica, na arte de “passar um ferrinho” e diagnosticar, tratando em nome de uma tal “medicina natural”, quase matou quando suspendeu a insulina e passou a mandar a menina tomar chá de “pata de vaca!”
Se não fosse a intervenção rápida e eficaz de um pediatra, a menina teria morrido, graças ao estímulo de setores da Igreja Católica a um tipo de “pais de santo” e raizeiros e benzedeiras tão maléficos quanto irresponsáveis.
Aliás, há uma cultura disseminada de que: Pai de santo cura, pastor cura, padre cura, e médico mata.
O pior é que esses facínoras travestidos de religiosos não têm responsabilidade legal pelos seus absurdos crimes, todos “bem intencionados”. O que me permite afirmar que de boas intenções, o inferno está cheio.
Aproveitando-se do baixo nível cultural do nosso povo, aliado à esperança tresloucada dos desesperados, milhares de entidades e estelionatários se enriquecem, enquanto a saúde pública vai ficando, cada vez mais pobre.
É necessária uma atitude firme e contínua contra esse tipo de charlatanismo que impera nos nossos meios de comunicação. As televisões são concessões públicas, e não podem ser utilizadas desta forma que, além de desinformar, ainda coloca a saúde do povo em risco.
Setores da imprensa colaboram para que isso ocorra, por omissão e medo, já que, dentre as principais redes de televisão e rádio nacionais, têm, na sua base de patrocínio e de “sublocação” da concessão pública, várias Igrejas e “pastores”.
Essa vergonhosa agressão ao povo mais humilde e sofrido, roubado duas vezes, tanto na negativa do poder público de repassar os impostos pagos em ações mais amplas de saúde, quanto na exploração criminosa, através das “dádivas”, “contribuições”, etc. que suplantam, em muito, os dízimos devidos a cada Igreja.
Tudo bem que isso ocorre em todas as camadas sociais, mas estelionatário que explora a pobreza e a miséria é um tipo de criminoso asqueroso e não terá perdão nenhum, nem aqui nem no Céu, pois esses exploradores do corpo sofrido de Jesus e vendilhões das casas de Deus fazem parte de um dos piores tipos de criminosos que pode haver, os sanguessugas de Cristo.