terça-feira, dezembro 05, 2006

Somente a verdade liberta?


A verdade nunca é injusta; pode magoar, mas não deixa ferida.


Se me perguntares qual a mais difícil dentre todas as virtudes, praticamente inexeqüível, serei obrigado a reconhecer que a VERDADE e a plena HONESTIDADE são fortes candidatas.

Somos extremamente honestos e verdadeiros no amanhecer de nossas vidas.

A criança diz, com razão absoluta que fulano é chato, beltrana é gorda e que a comida da mamãe ou da vovó está uma porcaria.

E quando, em nome de uma coisa que apelidamos de socialização, pedimos menos honestidade nos comentários,
Estamos DESEDUCANDO nossos filhos com relação à Verdade.

Quantas vezes, durante nossas vidas, somos obrigados a conviver com situações extremamente difíceis em nome desta “Socialização”?

Obviamente, se fossemos totalmente honestos e francos nos nossos relacionamentos, acabaríamos absolutamente isolados do mundo.

Essas pequenas corrupções diárias podem fazer mal à alma mas, são perdoáveis.

Totalmente perdoáveis.

Muitas vezes a verdade liberta mas, nem sempre. Ela pode nos aprisionar e tornarmos infelizes ou deixarmos quem nos rodeia extremamente infelizes.

O que, convenhamos, é muito pior do que as pequenas desonestidades diárias.

Mas, não baseie tua vida nessas pequenas falcatruas.

A sua vida poderá ser tão falsa quanto uma nota de três reais.

E aí, companheiro, não há santo que dê jeito ou, ao menos confie em ti.

Sejamos, pois, SOCIALMENTE mentirosos mas observando sempre os limites para não nos tornarmos ESSENCIALMENTE falsos e desonestos.

Esse limite é tênue e deve ser observado com todo carinho e cuidado.

Senão, corremos o grave risco de conhecermos o inferno por aqui mesmo.

Da solidão e do desprezo.

E, pior que tudo, do total descrédito!
Na voracidade da dor
Num canibalismo louco
Devorando pouco a pouco
Pressentindo o meu pavor,
Tua boca entreaberta
Aguarda os restos finais
Nos amores canibais
Que teu desejo desperta.
Não vou me entregar inteiro
Nem pretensos suicídios
Nos teus venenos, ofídios
Nas armas deste faqueiro.
Vencido por não ter medo
Arremeto-me afinal,
Neste teu mundo abissal
Eterno mar, meu degredo.
Parido da própria morte
Ambivalente sentido.
Sem rumo, sigo perdido,
Teu amor era meu norte.
Mas tanta fome, querida,
E nada mais me sobrou.
Entreguei, a quem me amou,
O resto de minha vida!